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Flipipa, enxuta e relevante

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Yuno Silva
Repórter

A sexta edição do Festival Literário da Pipa é resultado de um esforço conjunto, coletivo, formato que o produtor cultural e curador Dácio Galvão chamou de “escambo”. “Nossa moeda é a troca, característica de um coletivo de empreendedores sociais das áreas pública e privada”, disse Galvão durante lançamento oficial da programação do Flipipa 2015. O evento movimenta o trecho mais cosmopolita do litoral Sul do RN entre os dias 6 e 8 de agosto, e apesar de enxuto mantém sua relevância ao escalar figuras como os poetas e compositores Jards Macalé, Jorge Mautner e Antônio Cícero – nomes que transitam com intimidade pelo universo da música e da literatura.
Dácio Galvão destacou o esforço dos parceiros para realizar a 6ª edição: “Um escambo cultural”
Como visto em anos anteriores, o movimento modernista brasileiro continua em alta no Flipipa, que este ano destaca o escritor, ensaísta, crítico e musicólogo Mário de Andrade (1893-1945), autor do clássico tupiniquim “Macunaíma”. A vida e obra de Andrade será abordada pelo filósofo e biógrafo carioca Eduardo Jardim. Com mediação do jornalista Vicente Serejo, Jardim tece teia de relações criadas pelo modernista entre o heroi sem caráter Macunaíma e o coquista potiguar Chico Antônio, que Mário conheceu quando circulou por aqui em 1927 a convite de Câmara Cascudo.

“Essa mesa sobre Mário de Andrade com Eduardo Jardim abriu a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty, no RJ) deste ano. É daqueles momentos ‘hors concours’, uma aula de muita propriedade que não abre espaço para questionamentos”, adiantou Dácio Galvão. Ele confessa que o Flipipa “é filhote direto” da Flip: “A Festa de Paraty é referência no circuito de festivais literários”, garante.

Em Pipa também será dada a largada às comemorações em torno do centenário de Djalma Maranhão (1915-1971) com debate entre Woden Madruga, Ticiano Duarte e Willigton Germano; a escritora Marina Colasanti falará sobre “Campos e espaços do conto e da crônica”, e os antropólogos Antônio Risério (BA) e Wani Pereira (RN) confirmaram presença.

A combinação literatura e sertão é tema do trio Aldo Lopes, Demétrio Diniz e Tácito Costa; enquanto os “Caminhos do Filho do Holocausto e o filho de Sertânia” fecha o evento com Mautner e o autor pernambucano Marcelino Freire – reedição luxuosa do debate que aconteceu na Flip no começo deste mês de julho. “Essa mesa com Mautner e Marcelino vai dar o que falar”, aposta Galvão.

Música, teatro, contação de história, oficinas para educadores, lançamentos de livros e estantes de livrarias e sebos completam a programação. A estrutura do Flipipa 2015 estará em novo endereço, logo na entrada da famosa praia no espaço Pipa Open Air.

Parcerias
O lançamento oficial da programação do Flipipa foi acomodado na Fundação Hélio Galvão, em Petrópolis, na manhã de ontem, e contou com presença de algumas atrações convidadas e patrocinadores. A produtora cultural e fotógrafa Candinha Bezerra ressaltou, na ocasião, o desafio de realizar uma edição do Festival: “Íamos passar esse ano em branco, mas gestores e empresários nos convenceram da possibilidade de viabilizar o evento a partir de parcerias”.

Opinião corroborada por José Macena Irmão, secretário de Turismo de Tibau do Sul. Para Macena, o Flipipa “agrega” e é “interessante” para a Prefeitura de Tibau do Sul e empresários da região. “Quando soubemos que o Flipipa poderia não acontecer, nos reunimos com os organizadores para costurar parcerias. O Turismo de eventos é um diferencial e nossa expectativa é que 10 mil pessoas visitem Pipa no período”.

O Festival Literário da Pipa é uma realização do Projeto Nação Potiguar e Fundação Hélio Galvão, e conta com parceria da Ecocil, Fecomércio/Sesc, Fiern/Sesi, Prefeitura de Tibau do Sul, Grupo Gentil, Intertv Cabugi, Sebrae-RN, Hotel Ponta do Madeiro, Pipa Open Air, Assembleia Legislativa do RN, Associação de hotéis e pousadas da Pipa, Ateliê Flávio Freitas e Tribuna do Norte.

Programação
Quarta, dia 5 de agosto
18h – Pré-abertura do Flipipa 2015 com versão itinerante da Assembleia Cultural: apresentações da Orquestra Flauta Doce de Tibau do Sul e do Mestre Cobrinha (sapateado baiano), mais show “Do Mar ao Sertão” com Carlos Zens

Quinta, dia 6
18 – Intervenção teatral com o grupo  Alegria, Alegria
19h30 – Mesa 1: “Das Falanges de Máscaras a Real Grandeza”, com Jards Macalé e Antônio Cícero
20h30 – Mesa 2: “Macunaíma e Chico Antônio na biografia de Mário de Andrade”, com Eduardo Jardim e Vicente Serejo
22h – Show da banda Choro do Elefante

Sexta, dia 7
19h – Mesa 3: “Cem anos de Djalma Maranhão”, com Woden Maadruga, Ticiano Duarte e Willigton Germano
20h – Mesa 4: “Campos e espaços do conto e da crônica”, com Marina Colasanti e convidado (a definir)
21h – Mesa 5: “Cidade, Antropologia & poesia”, com Antônio Risério (BA) e Wani Pereira (RN)

Sábado, dia 8
18h – Dança “Encantaria”, por Anísia Marques inspirada na gravação de “Boi Tungão” (de Chico Antônio) em registro gravado pela Orquestra Sinfônica com arranjos de Danilo Guanais
19h30 – Mesa 6: “Literatura e sertão: quando o regional e o universal”, com Aldo Lopes, Demétrio Diniz e Tácito Costa
20h30 – Mesa 7: “Caminhos do Filho do Holocausto e o filho de Sertânia”, com Jorge Mautner e Marcelino Freire
22h – Show com o grupo Qu4tro (Khrystal, José Fontes, Sami Tarik e Ronaldo Freire)

Todos os dias das 8h às 18h: atividades lúdicas, biblioteca itinerante, contação de histórias e oficinas e intervenções teatrais

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