A proteção aos grandes clubes do Rio de Janeiro, principalmente a dupla Fla-Flu, no edital de licitação do Maracanã, segundo o presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF), José Vanildo, foi o ponto que faltou na negociação realizada entre o governo potiguar e o consórcio Arena das Dunas. No edital de exploração do estádio carioca, está explícito que nenhuma empresa irá administrar o complexo esportivo sem que haja acordo para que ao menos dois dos grandes clubes firmem compromisso para utilização do estádio.
O dirigente potiguar ressalta que os cariocas foram bem mais habilidosos e inseriram cláusulas no contrato deixando os clubes numa situação bem confortável para negociar com a empresa vencedora da concorrência pública. Caso o vencedor da concorrência não cumpra a exigência de assinar contrato com os dois clubes dentro de um prazo de até 90 dias, após a homologação do resultado, o governo terá o direito de fazer nova licitação ou convocar o segundo colocado da concorrência anterior.
“É exatamente isso que estou reivindicando para o RN. Como no contrato não tivemos nada que protegessem nossos clubes, temos de oficializar esse protocolo de intenções definido as regras para o aluguel da Arena das Dunas. As regras que valem para o América deverão ser as mesmas para os demais clubes, mas isto ainda não está assegurado em forma de documento”, ressaltou José Vanildo. O dirigente deixou claro que sua insistência na formulação do protocolo de intenções não se trata de discutir preços, a medida visa apenas evitar problemas futuros com a Justiça.
O presidente do conselho deliberativo do América, José Rocha, apoiou a decisão do presidente da FNF em buscar à Justiça para notificar o governo do estado e a OAS. “Se o presidente da federação de futebol for a frente com a questão do protocolo de intenções, acredito que a situação dos clubes potiguares irá ficar igual ou até melhor que a dos cariocas. Pois impede o consórcio de firmar contratos de forma aleatória, aumentando as despesas dos clubes”, ressaltou o representante do América.
José Rocha acredita que a falta de um estádio próprio é que deixou o América frágil na negociação e não entendem por que ainda tem americano se mostrando contrário a construção da Arena América.
A Reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou ouvir o Procurador-Geral do RN e o secretário da Secopa, Demétrio Torres, mas não conseguiu contato com os mesmo.