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Foco deve ser nos recursos humanos

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Andrielle Mendes – repórter

“Tudo depende de gente. Se quer vender mais, precisa de gente. Se quer divulgar sua marca, precisa de gente. Se quer conquistar novos clientes, precisa de gente”. A tese é de Robert Wong, eleito um dos 200 headhunters (caça talentos) mais destacados do mundo pela revista The Economist, e foi defendida ontem após a primeira palestra do 2º Fórum Internacional de Gestão, Estratégia e Inovação, evento promovido pelo K&M Group, em parceria com a TRIBUNA DO NORTE, em Natal. Também foi repetida por Tom Peters, que é considerado o mais revolucionário ‘guru’ mundial da administração e foi o último palestrante do dia.

Durante sua palestra, Robert destacou a necessidade de se identificar talentos dentro das empresas e retê-los. Segundo ele, o mundo está repleto de empresas que precisam de gente, mas não investem em gente. Essas empresas, segundo ele, estão ‘fadadas’ ao fracasso. Ele ainda destacou a importância de se criar programas de ‘retenção de talentos’ e esclareceu que nem todos os colaboradores estão interessados em dinheiro. “O que todos nós queremos? ser felizes. A empresa é um meio de atingir a felicidade. Isso é tão óbvio, mas às vezes, a gente esquece”, afirma.

“Eu dizia sempre que o cliente vem em primeiro lugar. Nos últimos três ou quatro anos, mudei de ideia. Agora digo: se você quer servir melhor o seu cliente, deve servir primeiro aqueles que servem ao cliente: seus colaboradores”, complementou Tom, que destacou a necessidade de se buscar a excelência.

O fórum termina hoje com as palestras “Liderança de equipes em ambientes complexos”, de Isabel Aguilera, incluída no top 50 dos executivos mais influentes do mundo pela revista Fortune, e “Gestão das Adversidades”, de Ingrid Betancourt, ex-deputada, ex-senadora na Colômbia. O Fórum é voltado a executivos e gestores. A primeira edição ocorreu em 2010.

É preciso envolver e energizar as pessoas

Robert Wong, fundador da Robert Wong Consultoria Executiva, considerada pela revista Gestão & RH a “Revelação Nacional de 2009 e eleita como uma das “100 Melhores Fornecedoras de RH em 2009, 2010 e 2011, falou sobre a retenção de talentos. Segundo ele, há várias formas de reter os melhores profissionais. Aumentar salários não seria, portanto, a única forma de recompensar os colaboradores.

“O dinheiro traz uma satisfação momentânea. A geração y, por exemplo, não aceita trabalhar só por dinheiro. Quer trabalhar por uma causa, por um propósito. Se a empresa compreender isso, vai conseguir reter os melhores profissionais e atingir seus resultados”, justifica. Se não fizer isso, perderá seus melhores colaboradores no ‘primeiro embate’, alerta.

Durante a palestra, o  headhunter deu uma série de dicas. Ter atitude foi apenas uma delas. Segundo Robert, a principal diferença entre sucesso e fracasso é a atitude. “Nossa atitude pode transformar problema em oportunidade. Dependendo da atitude, o resultado é totalmente diferente”. Além da atitude, quem busca excelência deve ser competente e ter visão – um misto entre  intenção, estratégia, ação e obstinação. “Para ter sucesso é preciso competência, trabalho, atitude e alma, que eu chamo de visão e energia”.

Segundo o palestrante, o ser humano só usa de 1% a 3% de seu potencial.   “É preciso sair deste percentual. Atingir o que puder. Ser proativo. E isso vale para líderes e para colaboradores”. Para atingir o potencial, entretanto, é necessário antes se autoconhecer. Fazer uma autoavaliação. “Quando você se conhece, você confia em si, sabe o que pode fazer e o que não pode fazer. Autoconhecimento leva a autoconfiança e autoconfiança leva autoconhecimento”.

Investir na equipe é chave para o lucro

Em tom de brincadeira, Tom Peters, autor do best-seller “Em Busca da Excelência”, disse que tentaria resumir a palestra em dois minutos. Assumindo um tom mais sério, logo em seguida, afirmou que o tema era amplo demais e que seriam necessárias dez horas de palestra e não uma só, como estava previsto. Assim como Robert Wong, Tom também falou da necessidade de reter talentos na empresa.  Disse que o mais importante não era o lucro, mas o crescimento dos colaboradores.

Pensamentos como esse renderam ao palestrante o título de guru mundial da administração mais revolucionário. Segundo ele, “o mais importante são as pessoas”. A sua nova filosofia, difundida há cerca de três anos é: “o colaborador deve vir sempre em primeiro lugar”. A explicação é simples. “É o colaborador que atende ao cliente. E se atende bem, o cliente volta. E se o cliente volta, repete o negócio. E se repete o negócio, a empresa tem mais lucro”.

Segundo ele, “é irritante conversar com gestores aqui no Brasil e  em outros países e ouvir que não se importam com o engajamento dos colaboradores. Que não estão nem aí”. Os líderes, segundo ele, deveriam  expandir em 70% os investimentos em  recursos humanos todos os anos. Antes, porém, deveriam ouvir a equipe e saber onde aplicar a quantia. “As empresas estão repletas de líderes que não sabem ouvir, que atropelam o colaborador e não escutam o que ele tem a dizer. As pessoas não são boas ouvintes. Eu mesmo não sei ouvir sem interromper. Mas isso precisa ser trabalhado”. Tom também ressalta a necessidade de dizer: ‘eu lamento’ e pedir desculpas, quando necessário. Isso porque “a única coisa que importa são as pessoas”.

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