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Força-tarefa vai investigar execuções

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Sérgio Henrique Santos – repórter

Os crimes de execução já se tornaram banais: dois ou três suspeitos chegam em um carro ou moto não identificada, abordam uma pessoa na rua e atiram até que a vítima morra. Este tipo de homicídio, normalmente motivado por acerto de contas ou queima de arquivo, será investigado com mais rigor. É o que promete a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed), que criou ontem uma força-tarefa dedicada a desvendar esse tipo de ocorrência, sobretudo a atuação dos grupos de extermínio. Cerca de 80 agentes estarão envolvidos nas operações, que vão contar com apoio operacional do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Centro de Inteligência da própria Sesed e dos Núcleos de Inteligência das polícias Civil e Militar.
Delegada Sheila Freitas vai comandar a equipe de investigação
#SAIBAMAIS#A criação da força-tarefa tem relação direta com o aumento no número de homicídios nos últimos anos, principalmente nos municípios da Região Metropolitana de Natal. Informações oficiais da Subcoordenadoria de Estatística e Análise Criminal revelam o crescimento médio de 17,9% dos homicídios na capital, e de 13,8% na Grande Natal entre 2011 e 2012. No ano passado, o Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), registrou 959 assassinatos. Este ano, o órgão já registra aproximadamente 25% do total do ano anterior. Como se não bastassem as ocorrências, falta a elucidação dos casos. A Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom), por exemplo, tem mais de 300 inquéritos para investigar.

As investigações, que normalmente nunca chegam a  ser desvendadas, com a força-tarefa ficarão por conta da equipe da delegada Sheila Freitas, que também coordena a Delegacia Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor). Procurada, a delegada evitou falar sobre a estratégia da operação. O secretário de segurança, Aldair da Rocha, comentou que o trabalho envolve o empenho de vários agentes públicos de segurança. “Na força-tarefa, cada um terá um papel definido, seja os agentes, escrivães e delegados, ou mesmo os policiais militares. Não se trata de desvio de função. Policiais militares não vão investigar crimes. Eles serão solicitados quando for preciso prender marginais em áreas de alto risco”, explicou o titular da Sesed.

Em entrevista publicada na edição da TRIBUNA DO NORTE no dia 9 de março, o secretário admitiu a existência de grupos de extermínio atuando na Grande Natal e que há a participação de policiais civis e militares nessas organizações criminosas. De acordo com o secretário, o número crescente de homicídios, bem como o “modus operandi” dos assassinos apontam para essa realidade.

Recentemente, o Ministério Público Estadual chegou agrupar alguns promotores para tentar elucidar a atuação de grupos de extermínio, especificamente os homicídios que tiveram como alvo adolescentes infratores. No ano passado, 325 jovens até 21 anos morreram na capital vítimas de crimes com características de execução. “Esses crimes não parecem roubos, nem crimes passionais. Vamos integrar essas forças para combater as execuções”, concluiu Aldair.

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