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Fornecedores cobram ao aeroporto

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Vinícius Menna
repórter

Representantes de empresas que prestaram serviços na construção do Aeroporto Internacional Governador Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, se reuniram ontem com o consórcio Inframérica – responsável pelas obras e pela administração do aeroporto – na tentativa de chegar a um acordo sobre o pagamento de uma soma de R$ 70 milhões que eles alegam  ter direito a receber do consórcio.
Tavares, advogado: empresas estão sem receber desde março
Segundo eles, as dívidas estão atrasadas desde março deste ano e são referentes a serviços que vão desde o fornecimento de alimentação aos trabalhadores da obra até serviços de construção civil. Os empresários disseram ainda que, caso a proposta do consórcio não seja satisfatória, há possibilidade de que uma manifestação seja realizada na próxima quinta-feira, às 12h, em frente ao aeroporto.

Em nota, o Inframérica comunicou que estava atendendo os fornecedores individualmente e que buscava acertar as datas com cada um deles para iniciar os pagamentos. Questionado pela reportagem, o consórcio não confirmou o valor e o motivo do não pagamento. O Inframérica também não detalhou os prazos que estão sendo negociados com os empresários para quitar a dívida.

No início da tarde de ontem, os empresários foram até o aeroporto e permaneceram no saguão do local até serem recebidos por representantes do consórcio, no terceiro andar do prédio, onde fica a superintendência. Aos poucos, alguns empresários saíram da reunião com informações sobre o andamento das negociações.

De acordo com o advogado do grupo de empresários, Wellington Tavares, as empresa envolvidas estão sem receber desde março. “Os empresários decidiram criar um fórum de credores da obra do aeroporto para tentar forçar uma negociação. Individualmente, eles tentaram negociar várias vezes, e o consórcio Inframérica sempre fica adiando e sem nenhuma proposta concreta de solução”, explicou.

Segundo ele, em levantamento preliminar, identificou-se uma dívida de cerca de R$ 70 milhões. “Mas pode ser mais do que isso porque algumas empresas não trouxeram para o Fórum os seus créditos”, disse Wellington Tavares.

Embora o Inframérica tenha recebido cada empresário individualmente para negociar, o advogado afirma que a avaliação da proposta será feita de maneira conjunta. “Vai ser avaliado se a proposta é satisfatória, se é possível de ser aceita”, comentou.

Tavares acrescentou que, caso não se chegue a uma solução, na quinta-feira o grupo irá organizar “uma movimentação mais consistente”. “A ideia é dar visibilidade aos débitos e à situação de dificuldade que a construção do aeroporto trouxe para os empresários, por meio de uma manifestação, com mobilização de pessoas, máquinas e equipamentos”, disse.  Segundo ele, não se pensa, porém, em prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. “Queremos dar visibilidade para o fato de que existe uma situação injustificável de dívida e que a conclusão do aeroporto foi levada com recursos dos empresários locais”, afirmou.

Proprietário de uma empresa que forneceu artefatos de cimento e também mão de obra para a construção do aeroporto, Francisco Valentim, da E. Clementino Empreendimentos LTDA, disse que já se tentou negociar cinco vezes com o Inframérica. Nenhuma delas avançou.

“A desculpa que eles [Inframérica] dão é que não tem dinheiro. Minha dívida é pequena, se comparada às outras empresas, é cerca de R$ 6 mil. O problema é que está sendo um massacre com a gente. Já vim aqui diversas vezes”, disse.

Saiba mais
O Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves começou a operar no dia 31 de maio deste ano. Com previsão de inauguração em fevereiro de 2015, o aeroporto teve o início das operações antecipado para que recebesse o fluxo de turistas que vinham para Natal assistir aos jogos da Copa do Mundo. Foi o primeiro aeroporto concedido pelo Governo Federal à iniciativa privada no país.

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