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Fugindo de programas óbvios

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O ator César Ferrario é daqueles que não reclama nem um pouco quando a semana tem seu fim. Atuante no cenário cultural da cidade, ele prefere programas que fujam do circuito mais óbvio, e prezem por boa música e filmes. A seguir, um relato bem distribuído deste roteiro: “O meu primeiro arauto do fim da semana é, sem dúvida, o chorinho no Buraco da Catita. Lá usufruímos da boa música executada com alma. Depois dessa esfuziante inauguração, da merecida folga, o espírito infla e um mundo de possibilidades se coloca a nossa frente. No sábado de manhã, ainda com uma forte lembrança do gosto da cachaça, costumo me jogar dentro do labirinto de camelôs no centro da cidade até alcançar à subversiva banca do Paulista, a ‘Sétima Arte’. Lá se pode garimpar entre um mundo de filmes raros, antigos, deliciosos e…baratíssimos (diga-se piratas).

Já para a noite, se for lua cheia, o Forró da Lua é uma boa pedida. Também gosto de peneirar nos guias e cadernos de cultura o que os artistas da cidade andam aprontando. Dessa última temporada destaco o show de Valéria Oliveira cantando Clara Nunes, que deveria ser passagem obrigatória para todo cidadão dotado de sentimento. Mas, como nem só de samba vive o homem, numa pegada mais underground, vale dar uma passadinha rápida no Gringos Bar (só tem natalense), encostar no balcão e tomar duas doses de Jagermeister, um delicioso licor alemão a base de ervas.

De volta ao dia, digo que não sou muito de praia, mas sempre que vou penso que deveria ir mais. Um passeio à beira mar no domingo à tarde é sempre enternecedor, é um bom programa, bem acompanhado é melhor ainda. Para apreciar filmes e livros não tem dia nem horário, a única condição é o abraço de uma rede macia. Agora estou no finalzinho de ‘As Veias Abertas da América Latina’, de Eduardo Galeano. É uma leitura obrigatória para entender a atual conjuntura. Filmes: os últimos que me marcaram foram ‘Sangue do Barro’, documentário genuinamente potiguar que narra a saga do serial killer ‘Neguinho’ em São Gonçalo do Amarante, e ‘Suprema Felicidade’, de Arnaldo Jabor. Esse último excessivamente criticado pela mídia especializada, coisa que verdadeiramente discordo, achei sublime. No mais é descanso e se preparar para a segunda feira.”

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