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Gestantes do interior superlotam Januário Cicco

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A Maternidade Escola Januário Cicco, que há anos trabalha no limite de sua capacidade em virtude da falta de assistência médica no interior, está vivendo um quadro ainda mais grave esta semana, por causa da greve dos pediatras e obstetras da Maternidade Divino Amor, em Parnamirim, que também recebe pacientes de outros município. O diretor geral da Maternidade Januário Cicco, médico Kleber Morais, informou que a unidade tem  86 leitos para internação das mulheres, mas com a greve da maternidade de Parnamirim o número de atendimentos aumentou em 20%: “A superlotação é corriqueira, mas agora a situação está muito mais complicada”.
Sem opção, mulheres esperam atendimento sentadas em cadeiras
Kleber Morais disse que ontem “havia um excedente de 22 pacientes”, mas já ocorreu dia de haver 26 pacientes esperando por uma vaga, sentada numa cadeira, pois elas preferem aguardar pelo atendimento na unidade de saúde  a ter de ficar em casa ou no interior.

A paciente Carla Simões comprovou a colocação de Morais, afirmando “que se estivesse em casa também estaria numa cadeira”, portando, acha melhor ficar na maternidade, mesmo aguardando um leito, porque sabe “que vai ter atendimento”.

Uma cunhada de Maria José dos Santos passou por três municípios e não encontrou atendimento. Ela disse que sua parente veio de Baía Formosa. Ela acrescentou que de Baía Formosa seguiu por Canguaretama – “não ficamos porque lá só faz cirurgia cesariana nas quartas-feiras”. Em seguida, foi para São José do Mipibu, onde a cunhada não conseguiu se internar “porque não tinha anestesista”.

Por causa da superlotação, até a sala pré-parto, onde as parturientes têm um atendimento preliminar antes de seguirem para a sala de parto, está sendo usada pelas pacientes. Onde existem três camas, estão pelo menos sete mulheres, algumas tomando soro e aguardando o chamado para fazer cirurgia cesárea. No mesmo local, uma bebê dormia em um berço ao lado da mãe.

Morais disse que a Maternidade Januário Cicco, que é vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é igual ao Pronto-Socorro do Hospital Walfredo Gurgel, quem chega lá não é mandada embora “e não deixa de ser atendida”.

No entanto, Morais disse que a continuar essa situação de atendimento acima de sua capacidade, haverá sobrecarga dos profissionais e qualidade técnica e humanitária do trabalho de sua equipe de profissionais pode ser comprometida, a ponto de ter de ter de suspender, por exemplo, as cirurgias eletivas e ginecológicas, como de ovários, períneo e histerectomia. 

Greve

Os médicos da Maternidade Divino Amor de Parnamirim continuam em greve, mas depois de uma reunião ocorrida com a promotora Luciana Maciel de Melo, da 4ª Promotoria, mas que também responde pela 3ª Promotoria de Defesa da Saúde e Educação, fizeram uma contraproposta ao Município de receberem R$ 850,00 por um plantão de 12 horas. O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, Geraldo Ferreira, disse que a reunião com o Ministério Público “foi muito proveitosa”, porque a promotora Luciana Maciel “endossou todas as teses” da categoria.

Segundo Ferreira, o pacto apresentado pela promotora prevê a realização de concurso público, concordando que até lá a contratação dos médicos ocorra em regime temporário.

Já o secretário municipal de Saúde, Marciano Paisinho, informou que apesar de os médicos concordarem em baixar o valor do plantão de 12 horas – pois a proposta do município era de R$ 918,00 para ser pagos através de uma cooperativa -, ainda assim a Prefeitura não tem como atender a contratação em virtude do limite de gasto com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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