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Gilmar Bristot: “Julho é um mês tipicamente chuvoso no litoral”

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IINVERNO - Chuvas de 1998 deixaram rastro de destruição, cujo prejuízo estimado foi de R$ 20 milhões

O que provocou essa chuva do final de semana no Litoral?

Uma combinação de fatores. A temperatura do Atlântico Tropical, próximo do Equador, está acima do normal, liberando mais umidade para a atmosfera. Associado a isso existem  instabilidades provocadas pela Zona de Convergência (aglomerado de nuvens, responsável pelo inverno no sertão nordestino) e a atuação das zonas de Leste.

Isso vai permanecer até quando?

Esse quadro vai permanecer pelo menos pelas próximas 24 horas. É como uma onda que passa. A tendência é de que na quarta-feira haja uma melhora, mas vai chover  em junho porque  junho é um mês tipicamente chuvoso na faixa litorânea.

A chuva de domingo foi a segunda maior dos últimos dez anos. Como está o inverno em Natal este ano?

A média de junho [261,1milímetros]  já foi superada.  Em nove dias, choveu todos os dias no Litoral. Em Natal, foram 349 milímetros.

No Sertão, onde o sistema de chuvas é diferente, como foi o inverno de 2008?

Acima da média em todas as regiões. Nós estamos aguardando os documentos dos municípios para fazer a média oficial das mesorregiões do Rio Grande do Norte.

Chuva de 98 deixou 4 mil desabrigados

A maior chuva registrada pela Emparn em Natal ocorreu no dia 30 de julho de 1998. Mas um dia antes a prefeita de então, Wilma de Faria, havia decretado estado de calamidade por causa das fortes chuvas nas 48 horas anteriores. No total, as chuvas do final de julho deixaram 4 mil desabrigados e um rastro de destruição cujo prejuízo foi estimado em R$ 20 milhões pela Defesa Civil municipal. As águas invadiram casas, interditaram ruas e estradas, derrubaram árvores e alagaram o hospital Santa Catarina.

Na avenida do Contorno, a enxurrada abriu uma cratera de 300 metros de extensão e seis de profundidade. Em Petrópolis, a queda de um muro de arrimo provocou pânico nos moradores de um edifício; na Praia dos Artistas a água destruiu parte do calçadão; na zona norte, as lagoas transbordaram, inundando casas. Em Parnamirim, os túmulos do cemitério municipal ficaram submersos por vários dias. em Ceará-Mirim houve uma tragédia. Um barranco desabou no distrito Rio dos Índios, soterrando uma casa e uma escola. Sete pessoas morreram. O prefeito, Roberto Varela, decretou situação de emergência e adotou providências para dar abrigos aos 200 desalojados.

Numa reunião entre o governador da época, Garibaldi Filho e a prefeita de então, Wilma de Faria, ficou acertada a formação de uma comissão conjunta para atender aos desabrigados e recuperar os estragos. Dois dias depois chegava a Natal uma comitiva do governo federal formada pelo ministro do Desenvolvimento Regional Ovídio di Angelis e pelo secretário nacional de defesa civil Pedro Sanguinetti.

De acordo com o boletim da Emparn, as chuvas daquele 30 de julho se concentraram na Grande Natal, variando de intensidade de um município para outro. Em Natal foram 253 milímetros; 221 em Parnamirim; 206 em São Gonçalo do Amarante; 205 em Pureza; 204 em Ceará-Mirim.

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