Valdir Julião
repórter
A entrega da Central de Comercialização de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar só deve ocorrer no segundo semestre deste ano, embora o governo estimasse para meados de junho a conclusão das obras de recuperação física do prédio, situado na esquinas das avenidas Jaguarari e Capitão Mor Gouveia, em Lagoa Nova. “Não vai dar tempo, isso posso lhe assegurar”, disse o secretário estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca, Haroldo Abuana Osório.
O secretário afirmou que o governador Robinson Faria garantiu aos agricultores familiares por ocasião da 11ª Jornada Estadual de Lutas dos Agricultores, que a obra era uma prioridade do governo, mas explicou que nesta segunda-feira (27) deve receber um relatório da Secretaria Estadual da Infraestrutura (SIN) com a análise das obras e estruturas que precisarão ser recuperadas.
Haroldo Abuana declarou que o investimento deve passar dos R$ 500 mil inicialmente previstos, porque, além da depredação do prédio, foram roubados telhas, portas, fiação elétrica e equipamentos hidráulicos. A Central de Comercialização da Agricultura Familiar enfrenta dificuldades para entrar em funcionamento desde o fim de março de 2010, quando a então governadora Wilma de Faria inaugurou a obra – um dia antes de deixar o governo para disputar a eleição para o Senado da República – sem ter construído o castelo da caixa d’água, que ainda está em obra.
Segundo a Sape, já em 2013 o projeto de disponibilização de uma Central de Comercialização para os agricultores familiares foi adiado, porque estava prevista a ampliação da avenida Capitão-Mor Gouveia dentro do Plano de Mobilidade Urbana para a Copa do Mundo de 2014, que tinha Natal como uma de suas sedes. Como o projeto de mobilidade urbana foi reformulado, a Central de Comercialização da Agricultura Familiar voltou à pauta do governo.
#SAIBAMAIS#O processo de licitação para a contratação das obras de recuperação será aberto depois que a SIN entregar todo o levantamento da estrutura física que foi depredada e o orçamento financeiro previsto e necessário para recuperação do prédio. Quanto aos investimentos em móveis e equipamentos para que a Central de Comercialização comece a funcionar, o diretor geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-RN), César José de Oliveira, explicou que existe uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a aquisição de todo o material, inclusive dois caminhões e um automóvel, no valor de R$ 1,57 milhão.
César Oliveira disse que a Emater já deu a contrapartida de R$ 157 mil objeto do convênio firmado com o MDA. “Nós já temos tudo licitado, uma parte dos equipamentos foram adquiridas e outra está em processo de licitação”, afirmou. Oliveira informou que praticamente um terço dos recursos serão destinados à compra dos veículos – dois caminhões baús seco e refrigerado e um automóvel de quatro portas – no valor de R$ 442,75 mil e cerca de R$ 1 milhão para equipamentos e infraestrutura nas áreas de informática, refrigeração e climatização do prédio e ainda aquisição de uma subestação geradora de energia elétrica no valor de R$ 200 mil. No caso da caixa d’água, Oliveira disse que estão sendo investidos R$ 162,5 mil.
A construção do castelo da caixa d’água iniciada em setembro do ano passado deveria ter sido finalizada em 12 de janeiro deste ano, mas a empreiteira Natal Tec Engenharia Ltda que toca obra só deve terminar o serviço na próxima semana. O mestre de obras Francisco Canindé do Nascimento disse que as chuvas de quinta e sexta-feira (23 e 24) atrasaram a conclusão das obras. Resta a colocação da manta de impermeabilização e pintura da parte interior. “São só duas horas de serviço e só depende do tempo, não chover”, disse ele.
