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Governo adia para maio campanha contra febre aftosa

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Valdir Julião – Repórter

O governo do Estado decidiu adiar de abril para maio a campanha de vacinação do rebanho bovino do Rio Grande do Norte contra a febre aftosa, acompanhando pedidos já feitos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) por outros estados, inclusive os vizinhos Ceará e Paraíba. Uma portaria deverá ser publicada hoje, no Diário Oficial do Estado, oficializando a mudança.

“Rio Grande do  Norte e Rondônia eram os únicos estados do país que mantinham o calendário de vacinação para o próximo mês”, disse o diretor geral do Instituto Estadual de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn), engenheiro Agrônomo Rui Sales Júnior.

Dois fatores teriam contribuído para o governo adiar a vacinação das 900 mil cabeças de gado do estado. O primeiro seria o encarecimento da vacina para os produtores, considerando que, realizando sozinho a campanha em abril, o estado arcaria sozinho com o frete do produto. Segundo Sales Junior, nos dois períodos de vacinação em 2010, o criador chegou a pagar R$ 1,20 por uma dose de vacina, mas se fosse mantido o calendário de vacinação para abril, este ano, o preço da poderia chegar até 30% mais alto.

Como a maioria dos estados brasileiros mudou a vacinação do rebanho bovino e bubalino para maio, explicou ele, se o Rio Grande do Norte mantivesse o calendário em abril, isso também poderia afetar a cobertura vacinal, cuja meta é de alcançar pelo menos 90% e aí, em 2012, sair da classificação de risco médio de circulação do  vírus da aftosa, para “área livre com vacinação”.

O diretor do  Idiarn afirmou, ainda, que se o RN alcançar um índice de vacinação igual ou superior a 90%, no segundo semestre de 2011, será realizado um inquérito sorológico, espécie de amostragem do rebanho vacinado para saber se o vírus da aftosa circula no Estado, e daí ser enviado relatório à Organização Mundial de Saúde Animal, que é sediada na França, e é o organismo responsável pela arbitragem em questões de saúde animal junto à Organização Internacional do Comércio (OIC).

De acordo com  o Idiarn, há dez anos se cumpria, em boa parte dos estados, o calendário de vacinação em abril. A campanha de vacinação em todo o país é custeada com recursos do MAPA. No Rio Grande do Norte, o custo da campanha, que é aprovado anualmente, é de R$ 3 milhões. A assessoria de imprensa do MAPA informou que não existe nenhuma decisão oficial a respeito da mudança do cronograma de vacinação do rebanho Brasil. e que o Ministério ainda vai emitir nota oficial sobre o assunto.

Criadores

Agropecuarista e assessor de imprensa da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), Marcelo Abdon disse que, com a mudança de governo, a alteração do calendário é positiva, porque os técnicos terão mais tempo para fazer a divulgação e a campanha de vacinação. “O pequeno criador, se não tiver informação, não vacina, principalmente aqueles do interior”, disse Abdon, ressaltando a importância da veiculação veiculação da campanha em jornais, rádio e TV. Segundo ele, a questão do preço também é importante. “Para quem tem poucas cabeças de gado, a coisa não sai muito cara, mas quem tem centenas de cabeças de gado, o custo é muito mais alto”.

Ele afirma que geralmente a Anorc faz a doação de sete mil doses nos municípios pequenos, onde as prefeituras não têm como ajudar.

Hoje, 15 Estados são “livres de aftosa”

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informa que, hoje, a Organização Mundial de Saúde Animal reconhece 15 estados como livres da febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status, a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas.

Somente Santa Catarina é o estado reconhecido pela OIE como livre da doença sem vacinação. Em risco médio estão sete estados e mais a região centro-norte do Pará. Os outros estados são Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará.

Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do estado do Amazonas.

Já em fevereiro, a OIE restabeleceu o status da Zona de Alta Vigilância (ZAV) de Mato Grosso do Sul como livre de febre aftosa com vacinação.

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