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Governo atribui resultado ruim à falta de investimentos

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Carla França – repórter

O Governo do Estado disse ontem que o ritmo da economia do Rio Grande do Norte vai crescer nos próximos anos em virtude dos projetos de infraestrutura em cursos e outros que o Executivo Estadual está viabilizando. As declarações foram dadas pelo secretário de desenvolvimento econômico em exercício, Sílvio Torquato, em resposta ao baixo crescimento do Produto Interno Bruto do RN divulgado pelo IBGE.

Os dados mostram a quantas caminhou PIB dos estados num período de oito anos. No caso do RN, o indicador, que é o principal termômetro do desempenho da economia, cresceu nesse período, mas o ritmo – mostram os números – foi de marcha lenta.

De acordo com o estudo, o PIB potiguar chegou a R$ 32,33 bilhões em 2010, com crescimento real de 5,1%. A taxa foi menor que a do Brasil (7,5%) e a do Nordeste, de 7,2%. Entre os anos de 2002-2010, o RN avançou 30,9%. Para efeito de comparação, estados como Ceará e Pernambuco alcançaram um ritmo superior a 40%. O crescimento potiguar é o mais baixo entre os estados do Nordeste e o quarto menor do Brasil nesse período. Em oito anos, o país cresceu 37,1%. O economista e chefe do IBGE no RN, Aldemir Freire, disse a TRIBUNA DO NORTE que os anos 2011 e 2012 devem revelar desempenhos ainda piores para o estado. Ele aponta com a falta de políticas de desenvolvimento regional e investimentos maciços em infraestrutura, dificilmente o RN conseguirá o desempenho de 2010, de 5,1%.

O secretário  Sílvio Torquato reconheceu o problema do PIB no RN, mas atribuiu a deficiência a falta de investimentos do governo no período 2002-2010. “Falo como secretário, vice-presidente da Fiern e empresário. De 2002 a 2010 os investimentos foram praticamente nulos. Nesse período somente uma fábrica  foi implantada no nosso distrito industrial de Macaíba – foi, industria de beneficiamento de mel de abelha. Em compensação três  foram fechadas. Esses dados do IBGE são resquícios terríveis desse descaso, mas o governo está trabalhando para reverter essa situação”, disse o secretário.

De acordo com ele, o Estado está investindo no setor de minério, reabrindo indústrias de xelita, de cal, de ferro, reativando o projeto de investimento no garimpo. Na parte de energia eólica, o secretário disse que os investimentos vai ser dez vezes maior do que atualmente.

Quanto a infraestrutura, o aeroporto de São Gonçalo e a duplicação do porto de Natal vão atrair mais investimentos para o Estado. A ideia do governo é construir um novo porto na cidade. Um projeto antigo que ainda não saiu do papel. “Estamos tentando atrair empresas privadas para  viabilizar, através de uma Parceria Público Privada, a construção de um outro porto  para escoamento de ferro. “Estamos fazendo de tudo para que os índices de 2010-2020 não seja igual ao PIB. Com certeza vamos  conseguir. Com esses trabalhos, os índices serão melhores”, disse  o secretário  Sílvio Torquato.

Agropecuária e indústria tiveram os piores desempenhos

Os setores de agropecuária e indústria foram os principais responsáveis, em 2010, pelo baixo crescimento econômico no RN. O segmento de Comércio e Serviços, ao contrário, foi o que mais cresceu na geração de riquezas, cerca de 75%, de acordo com estudo Contas Regionais do Brasil, do IBGE, que mede o crescimento econômico no país.

Embora a taxa de crescimento da economia no Estado tenha se mostrado tímida, 30,9%, entre 2002 e 2010, o levantamento aponta um crescimento de quase seis pontos percentuais, no mesmo período, quando o segmento subiu de 68,2% em 2002 para 74,3% em 2010. Ou seja, para cada R$ 4 cerca de R$ 3 compõem o PIB potiguar estão no setor de Comércio e Serviços, com faturamento superior a R$ 24 bilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Norte em 2010 alcançou R$ 32,3 bilhões.  Em termos de crescimento por setor, o Comércio foi o que mais elevou sua participação no conjunto do PIB estadual. Em 2002, o comércio respondia por 9,7% do PIB do RN. Em 2010, esta participação atingiu 16,1%, segundo dados do IBGE.

A abertura de novos equipamentos, como os shoppings e as políticas de isenção fiscal, adotadas pelo governo federal impactaram as vendas. O setor da indústria apresentou um crescimento de 9,4% do PIB do Rio Grande do Norte, em 2010 em comparação ao ano anterior, graças a recuperação da Economia. Apesar da elevação, a participação no PIB estadual ainda é considerada pequena.

A falta de uma política de desenvolvimento regional e de investimentos em infraestrutura portuária, aeroportuária e em rodovias é apontada pelos presidentes da Federação das Indústrias do RN, Amaro Sales, como motivadores da perda da capacidade competitiva e de atração de novos investimentos para o Estado, ao longo do tempo. “É preciso que o Estado acorde e busque novos investimentos, como fez o Ceará, Pernambuco e Bahia, invista em logística e infraestrura e crie uma política direcionada para a indústria, trace metas, do contrário vamos continuar perdendo espaço”, disse Amaro Sales.

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