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Governo deixa pagamento de usinas para depois

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Andrielle Mendes
repórter

As usinas de lacticínios que fornecem leite pasteurizado para o Programa do Leite no Rio Grande do Norte ficaram de fora do pagamento previsto para hoje.   Através de sua assessoria de imprensa, o governo chegou a anunciar que pagaria cerca de R$ 4,85 milhões aos 2,4 mil produtores potiguares que fornecem leite de gado e de cabra ao programa, mas não deixou claro se incluiria as usinas neste pagamento. Juntas, as 23 usinas devem receber cerca de R$ 3,25 milhões pelas quinzenas atrasadas. Segundo Ronaldo Cruz, diretor da Emater, órgão responsável pelo pagamento, o governo ainda não sabe quando pagará as usinas. “A dívida está sendo analisada por uma comissão especial criada pelo governo. Quando chegar o recurso, repassaremos o mais rápido possível”, afirmou. A dívida, que somava mais de R$ 10 milhões, foi deixada pela gestão anterior.
Belarmino Macedo confirma que dívida das usinas não está incluída no cronograma do governo
 A gestão atual chegou a quitar uma parte do débito, no início do ano. No entanto, ainda restam pagar cerca de R$ 8,1 milhões. Deste total, o governo deverá quitar R$ 4,85 milhões hoje, “ou, no mais tardar na sexta-feira-feira”, como explica Ronaldo Cruz, da Emater.  Ele admite que pagar só uma parte da dívida não resolve o problema enfrentado pelo setor. “Acreditamos, porém, que os produtores estão numa situação mais crítica que os donos de usinas. Por isso, optamos por começar o pagamento por eles e não pelas usinas”.

A informação, segundo a qual o governo não havia incluído as 23 usinas no pagamento, foi repassada por Francisco Belarmino de Macedo, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RN (Sindleite), e confirmada por Lirani Dantas, presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite), ainda na segunda-feira. Nenhum dos dois havia sido informado do pagamento.

Para Lirani, pagar apenas os produtores não resolve todo o problema. Isso porque o atraso no repasse atinge toda a cadeia produtiva e não só os produtores, representados pelo Sinproleite. Francisco Belarmino, vice-presidente do Sindleite, que representa a indústria, preferiu não comentar a decisão do governo, em adiar, mais uma vez o pagamento às usinas. Até então, o Sindicato acreditava que o pagamento dos produtores e usinas seria feito de forma conjunta.

O atraso no pagamento do Programa do Leite é apontado como principal razão para a desaceleração do setor. O RN produzia cerca de 600 mil litros de leite diariamente. Com o atraso, o volume caiu para 450 mil. Atrasando o pagamento, o governo do Estado,  principal comprador de leite, ainda na gestão anterior, provocou um efeito dominó, atingindo toda a cadeia produtiva. Para não perder o leite, produtores estão procurando queijeiras e vendendo leite in natura porta a porta com o preço abaixo do praticado pelo mercado. As usinas também têm sido afetadas. Três das 26 que entraram no consórcio para fornecer leite para o governo fecharam as portas. Além do atraso no repasse, produtores e usinas têm de lidar com a defasagem no preço do leite.

Valores

Segundo Ronaldo Cruz, da Emater, a dívida do Programa do Leite soma R$ 8,01 milhões. Do total, R$ 4,57 milhões deve ser pago aos produtores de leite de gado (o valor será dividido em três parcelas iguais de R$ 1.524.720,81) e R$ 277.132,70 aos produtores de leite de cabra. O governo ainda não sabe quando pagará os R$3,25 milhões restantes às usinas.

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