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Grupo Galpão faz espetáculo gratuito em Natal

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TEATRO - “Um Moliére Imaginário” é uma das adaptações mais prestigiadas do grupo Galpão

Experimentar a vida, as histórias e o mundo numa caixa imaginária aberta no meio de uma praça.  É assim que o grupo mineiro Galpão chega hoje, às 20h na praça Augusto Severo, Ribeira, trazendo o espetáculo “Um Molière Imaginário”. Montado em 1997, o espetáculo é o repertório mais antigo em turnê do grupo, que completou no ano passado 25 anos de existência. O acesso é gratuito e haverá 600 lugares disponíveis na arquibancada. Patrocinado pela Petrobras, o grupo roda o Brasil com um calendário de espetáculos bastante movimentado.

O texto do Galpão projeta “O Doente Imaginário”, original obra de Molière, sobre um pano de fundo que investiga a natureza e a função do teatro. Em entrevista por telefone, o diretor Eduardo Moreira conta que essa leitura é uma crítica ao teatro que se faz hoje. “Nós começamos a trabalhar o espetáculo sobre diferentes obras de Molière e acabamos nos detendo ao “Doente Imaginário”.  

Como a pesquisa sobre a vida e a obra de Molière é antiga, o diretor, junto com os atores, tiveram a idéia de buscar um fato importante para abrir o espetáculo. “Pegamos um fato marcante da vida de Molière, que foi sua morte e optamos por abrir o espetáculo com ele, trazendo uma reflexão”. 

Molière teve um ataque cardíaco e faleceu em pleno palco, em 1673, enquanto representava o papel-título de “O Doente Imaginário”, o Argan. “Ele morre fazendo essa peça e pelo fato de ser um artista ele não pode ser enterrado num cemitério normal. A Igreja Católica sempre perseguiu o teatro e a profissão do ator como uma profissão demoníaca, que é contra os preceitos dela e para ganhar a extrema-unção tinha que renegar o passado e Molière foi enterrado à noite num lugar dedicado às crianças pagãs e num cemitério não santo e a peça começa com esse enterro”, conta.

Por ser um canal aberto à crítica em relação a ser artista no Brasil e no mundo, o grupo costurou diferentes pensamentos durante a montagem, que a princípio seria uma colcha de retalhos dos textos de Molière. Nesse contexto, surge em cena a Rainha Mab, personagem de “Romeu e Julieta” de Shakespeare. que introduz no espetáculo a possibilidade do sonho e, através dele, arrebata o próprio Molière da tumba em que repousa há mais de trezentos anos.  “No espetáculo a gente traz o Molière que desnuda a hipocrisia social e os abusos da cabala médica”.

A montagem

Todo o processo de montagem durou um ano, entre ensaios e pesquisas. “Nós passamos por várias peças de Molière e a primeira idéia era fazer uma colcha de retalhos, mas fomos mudando de idéia durante o tempo”, disse o diretor.

Neste processo, Eduardo foi encaixando a música — que é executada em cena pelos próprios atores. Durante a história, eles tocam percussão, piano, clarineta, acordeon violão e flauta. “Criamos as canções  especialmente para o espetáculo e todos os personagens são caracterizados pela musica”.

Serviço
Espetáculo “Um Molière Imaginário” , do Grupo Galpão. Hoje, 20h, praça Augusto Severo, Ribeira. Entrada franca. Arquibancada para 600 pessoas.  

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