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Hipertensão sistêmica: uma grande vilã

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Dr.  Jorge Boucinhas – médico e professor da UFRN

Este Artigo conclui a revisão sobre Hipertensão Arterial Sistêmica revendo sumariamente mais alguns tratamentos alternativos. Atenção para o fato de que são todos naturais, e quem os indica sempre orienta quanto aos cuidados gerais com o corpo, principalmente no que tange à atividade física e à alimentação, pelo que alguns quiseram atribuir seus efeitos tão somente à perda ponderal o que não deixa de ter valor, de vez que bem se sabe que perda de peso moderada (de aproximadamente 10%) pode chegar a normalizar a TA. Uma análise de 11 estudos mostrou que a redução média de pressão arterial foi de 1,6mm na sistólica e 1,1 na diastólica.

Tocando na Homeopatia, o próprio diagnóstico do paciente já leva em conta todas dimensões da doença (físicas, gerais e psíquicas), tornando-o um modo de ver a pessoa como um todo. O tratamento, portanto, levará a um equilíbrio geral do indivíduo e não apenas tratará sua doença. Entre outros locais de estudo, no London Royal Homeopathic Hospital tem-se buscado investigar cientificamente o efeito dos medicamentos preparados hahnemannianamente, mas ainda se carece de dados mais conclusivos. Não obstante continua-se a prescrição clínica, dita de sucesso significativo. Alguns dos medicamentos usados em pacientes incluem:  Nux vomica, Sulphur, Avena sativa, Crataegus, Tabacum, Veratrum viride, Viscum album, Aurum metallicum, Baryta muriatica. Não vale a pena adentrar detalhes das indicações respectivas, já que fazem-se merecedoras de indicação por profissional.

O campo dos medicamentos Florais é, quiçá, ainda mais movediço e, ele sim, tem-se mostrado particularmente impermeável a investigações científicas mais profundas. Originalmente seriam de considerar os remédios clássicos ingleses, do Dr. Bach (aliás, nome a ser corretamente pronunciado “béc”, à feição inglesa, e não, como se usa fazer, “bar”, à alemã!), tendo-se, com o tempo, seguido os Florais Californianos, os Australianos, os Espanhóis, os Franceses, os Argentinos (de Raff), os de SaintGermain, isto sem falar nos bem nacionais, de Minas, do Cerrado, da Amazônia, de Aleixo, e inúmeros mais. Falar neles em associação com doenças “físicas” seria duplamente temerário, de vez que tais medicamentos não só ainda não foram pesquisados em termos mais precisos como orientam-se preponderantemente por e para estados psíquicos.   Não obstante, ao mesmo tempo tem-se que a relação estreita entre condições anímicas e a HAS sugere serem indicáveis em casos da mesma.

Com relação à Musicoterapia as coisas têm sido melhor estudadas. Recentes estudos demonstraram bem que contribui para melhorar a qualidade de vida (QV) e o controle da pressão arterial, sinalizando que pode vir a representar um reforço na abordagem terapêutica do hipertenso. Um ensaio clínico que avaliou pacientes de ambos os sexos, com mais que 50 anos, portadores de HAS leve, em uso de medicação, dividiu-os em grupos experimental e controle. Ao primeiro, além do tratamento convencional, ofereceram-se sessões musicoterápicas semanais durante três meses, tendo-se observado melhora significativa na QV e no controle da TA, sinalizando que essa atividade pode representar um reforço na abordagem terapêutica em programas de atendimento multidisciplinar ao paciente hipertenso.

No que diz respeito à Acupuntura, em que pese muitos detratores referirem-na por “acientífica” e mesmo muitos de seus praticantes acharem que não se presta a pesquisas precisas, os trabalhos que mostram seus efeito na HAS contam-se já por milhares. Grosso modo são oriundos da China, que já desponta como detentora de grande potencial no campo da investigação científica, secundando-se a ela a Rússia.   Em um experimento publicado em 1997, 50 pessoas não tratadas com medicamentos anti-hipertensivos receberam Acupuntura e, em 30 minutos, tiveram uma queda na pressão arterial média de 169/107mmHg para 151/96, com uma diminuição da frequência cardíaca de 77 para 72 batimentos por minuto.  Os níveis sanguíneos de renina (um hormônio relacionado à regulação da pressão arterial) também sofreram uma queda significativa. Outros estudos demonstraram que a técnica pode melhorar a função do lado esquerdo do coração, além de ser eficaz em pessoas em quem os medicamentos anti-hipertensivos não surtiram efeito. Pesquisadores da Califórnia também provaram que pode aliviar o aumento da TA causado pelo stress, pois naqueles que a receberam houve aumento de apenas 2,9mmHg durante os períodos estressantes, em vez dos 5,4 daqueles que não a receberam.

Bem, o tema está concluso. Que tenha servido a algo. Até a próxima semana!

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