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Histórias que os amigos contam

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Valério Mesquita – Escritor

Padre João Medeiros Filho, fora ordenado sacerdote em plena campanha eleitoral, em que eram candidatos Dinarte de Medeiros Mariz (seu padrinho) e monsenhor Walfredo Dantas Gurgel, grande amigo dos pais do sacerdote. Ambos compareceram à cerimônia de ordenação na igreja matriz de Jucurutu e se portaram em grande estilo. No primeiro domingo de setembro, o novo vigário assumiu suas funções na paróquia de Caicó. Seguindo o ritual romano e as rubricas litúrgicas, subiu ao altar com paramentos verdes, inclusive uma bela casula, realçando o colorido. Um senhor muito católico, dinartista roxo, também conhecido do padre João, após a missa, afirmou peremptório para outro paroquiano, na frente do celebrante essa frase lapidar: “Estamos perdidos, compadre. Ninguém tira essa do monsenhor.” “Por que?”, pergunta o amigo. “Veja bem”, arremata. “Até o padre João Medeiros, filho do maior dinartista de Jucurutu, aderiu. Celebrou a missa inteira com as vestes verdes!”.

2) Padre João Medeiros, num dia de feira em Caicó, costumava fazer uma rodada de vinte a trinta batizados. Era costume o prefeito da cidade ser padrinho entre os muitos batizandos. No final da cerimônia de batismo, o padre cansado do trabalho, suado, ainda teve tempo de ouvir esta afirmação, que denota muito bem como a liturgia e sua linguagem, às vezes, estão distantes do universo vocabular do nosso povo. O pai da criança disse a seu padrinho: “Compadre, quando este menino crescer, nunca vai poder comer abacaxi”. “Por que?, pergunta o padrinho. “Lembre-se que o vigário fez a pergunta “renunciais a ananás” e nós prometemos em nome da criança”. Só que no ritual antigo da Igreja, o padre perguntava: “Renunciais a Satanás?” e respondido: “Renuncio”!. “Sim compadre, é pena, pois eu vou muito a Sapé e não vou poder trazer mais abacaxi”.

03) Doutor Hélio Santiago, meu estimado amigo, enviou-me essas narradas por Severino Ramos, em 1980 no jornal “O Norte” (PB). O deputado norte-riograndense Vicente da Mota Neto subiu a tribuna da Câmara Federal: “Senhor presidente, senhores deputados…”. Nesse instante, Otávio Mangabeira ia passando em frente à poltrona do velho José Augusto: “Quem é esse aí na tribuna?”. “Trata-se de um animal lá do Rio Grande do Norte”. Lá de cima, o deputado Mota Neto começava seu discurso: “Como dizia o grande conterrâneo, glória do meu estado, José Augusto…”. Mangabeira arregala os olhos para José Augusto, que, sem se perturbar concluiu a frase: “… mas que de vez em quando tem momentos de lucidez”.

04) Ainda da mesma safra, quando Castelo Branco visitava a Paraíba, ia saindo do palácio da Redenção ao lado de João Agripino, uma mulher, bem próxima a eles, comentou em voz alta: “Eu pensei que, de perto, ele fosse mais feio…”. Castelo, virando-se para Agripino: “Isso é com o senhor, governador”.

05) Esta foi transcrita por Helder Moura do Correio da Paraíba, mas contada por Albino Costa. O prefeito Waldomiro Viana, de Apodi, decidiu levar a família no domingo para almoçar na paradisíaca praia de Tibau. Após estarem fartos, o prefeito pediu a conta, que foi pesada. Tanto que foi preciso usar o talão de cheques para pagar. Quando preenchia o cheque, foi alertado pela filha: “O senhor escreveu errado. Tibau é com a letra “U” e não com “L”. Resposta: “Minha filha, Natal que é Natal, é com L, imagine uma porcaria dessa querer ser com U…”.

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