quarta-feira, 24 de abril, 2024
25.1 C
Natal
quarta-feira, 24 de abril, 2024

Homicídio: oficial da PM é afastado para investigação

- Publicidade -

O major da Polícia Militar, André Luíz Fernandes da Fonseca, será investigado após o surgimento de denúncias que o apontaram como autor de um homicídio praticado na zona Norte de Natal, durante a madrugada da quinta-feira passada. O Comando-geral da PM o afastou da 1ª Companhia Independente, em Macau, enquanto ocorrem as investigações. Procedimentos já foram instaurados na Corregedoria e o comandante-geral da PM, coronel Francisco Araújo, solicitou que as denúncias fossem também apuradas pela Corregedoria-geral da Secretaria de Segurança e pelo MPE.
Major Fernandes rebateu as acusações e disse que estava trabalhando em Macau na hora do crime
O ex-presidiário Leonardo de Souza, 25 anos, foi executado com disparos de espingarda calibre 12 dentro da sua residência, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. O homem, que já cumpriu cerca de dois anos de prisão em virtude de condenação por tráfico de drogas, vinha relatando ameaças e ataques sofridos. Leonardo havia sofrido dois atentados, oportunidade nas quais foram mortos o seu cunhado e uma amiga. Mostrando marcas de tiros pelo corpo, a vítima fatal havia concedido anteriormente entrevista ao programa Patrulha Policial, da TV Ponta Negra, e disse estar sendo perseguido por policiais.

Após o homicídio da quinta-feira passada, a mulher da vítima, testemunha do crime, voltou a reafirmar as denúncias contra policiais. Ao Patrulha Policial, a mulher relatou que homens encapuzados com fardas da Polícia Militar invadiram a casa onde o casal morava durante a madrugada dizendo que estavam apurando denúncias de que ali ocorria tráfico de drogas. “Entraram dizendo que estávamos traficando drogas ali. Pediram para eu trocar de roupa e quando voltei, pediram para eu me afastar. Depois, dispararam duas vezes contra o meu marido, acertando ele na barriga”, disse.

Leonardo morreu no local. A mulher denunciou os supostos autores do crime: “Foi o major Fernandes e o outros não deu para ver porque estavam encapuzados. Achava que isso não ia acontecer porque pensava que não sabiam onde a gente moravam, mas eles descobriram. Foi na minha frente. Quero Justiça. O meu marido não fazia nada de errado”, afirmou a mulher. O coronel Araújo concedeu entrevista à TN durante a manhã de ontem e esclareceu o posicionamento da Corporação. De acordo com o comandante, o major já foi ouvido em termos de declaração e apresentou documentos de testemunhas que confirmam que o oficial sequer estava em Natal no momento do crime. O coronel reforçou o pedido realizado ao MP, como fiscalizador da atividade policial, para que investigasse o caso. De acordo com informações do comandante, o major se apresentará à Corregedoria da Secretaria de Segurança.

Major pedirá habeas corpus preventivo

Há 19 anos na Polícia Militar, o major Fernandes rebateu as acusações da mulher da vítima, as quais considerou infundadas. “Quem fala por mim são quase três mil testemunhas. Estive em convenções e coordenando a segurança em festejos na região de Macau na hora do crime. Não poderia estar em Natal na hora do crime”, disse à TRIBUNA DO NORTE ontem à tarde. O seu advogado, Augusto Saraiva, disse que entrará com pedido de habeas corpus preventivo. “A mulher será ouvida pelo Ministério Público na próxima semana e estamos nos precavendo caso o MP queira pedir a prisão do major baseado no que ela disser”, informou Saraiva.

O advogado contestou as informações apresentadas pela imprensa e disse estar acontecendo um pré-julgamento dos fatos. “O que foi apresentado não é verdade. Não houve investigação para que as pessoas saiam falando que isso ocorreu ou não. Já há um prejuízo muito grande ao meu cliente pelas informações veiculadas”, afirmou.

O major Fernandes atribuiu as acusações ao trabalho realizado de combate ao tráfico de drogas. “Dois irmãos do Leonardo foram presos por mim em Ceará-Mirim. Nunca tive nenhum problema com ele e, inclusive, não o vejo desde 2008”. O oficial comandou o policiamento em Ceará-Mirim, antes de ser transferido para Macau. “Não tenho nada a esconder. A decisão de me afastar ocorreu para preservar a instituição da PM. Mas estou à disposição para qualquer esclarecimento necessário”, declarou o oficial.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas