A estrutura do Ecocentro – o Centro de Convivência Ambiental de Natal, na avenida Alexandrino de Alencar, no Tirol – um prédio modelo de uso sustentável e cuja obra já consumiu, até o ano passado, um gasto aproximado de R$ 7 milhões –, se deteriora apesar da retomada das obras em 2013 e das várias promessas de ativação do espaço. Entre as estruturas metálicas e equipamentos da central de ar-condicionado, expostos à ação do sol e da chuva, a vegetação cresce. No interior do prédio, mais amostra do desperdício do dinheiro público: estruturas elétricas e piso danificados; piso equipamentos de informática, como PC e periféricos, amontoados; além de cadeiras quebradas.
Em uma das salas, entre diversos computadores obsoletos, se vê um plotter (uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimensões) encostado a um canto da parede. O Ecocentro chegou a ser inaugurado em 23 de dezembro do ano passado, no fim da gestão da então governadora Rosalba Ciarlini, mas nunca funcionou. A obra vem se arrastando desde 2008, numa área de 4,6 hectares; foi paralisada em 2010 e retomada em 2013. O custo originalmente previsto era R$ 20 milhões, mas até o ano passado foram gastos R$ 7 milhões, dos quais R$ 6,3 milhões eram provenientes de compensações a ambientais, incluindo convênio feito com a Petrobras.
#SAIBAMAIS#Ontem, o diretor Administrativo do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Idema-RN), Marcelo de Oliveira Gurgel, que assumiu o cargo em maio, explicou que não foi possível a transferência imediata dos departamentos e setores do Idema para o prédio do Ecocentro, dada a necessidade de alterações nos projetos de instalações elétricas, hidráulicas e do sistema de ar condicionado para reduzir os custos com energia elétrica, a fim de transformá-lo num prédio modelo de uso sustentável.
Um dos pontos fundamentais é a preparação do sistema de ar condicionado para receber o servidor de Tecnologia da Informação (TI). “Esse servidor é de um valor alto e não podia ser ligado sem o ar condicionado”, justificou. Ele informou que para adequação e execução dos ajustes nas instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado serão gastos R$ 140 mil. “Nós vamos implantar um sistema que funcione em sua plenitude até o meio-dia, porque a partir desse horário a tendência é que a temperatura climática caia e a queda de consumo de energia elétrica também vai caindo”, disse ele.
Segundo ele, a exemplo do que ocorreu há dois meses, as cadeiras “encostadas e quebradas” serão levadas para o setor de tombamento da Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh) onde passarão por uma triagem, para conserto.
Com relação ao plotter ele afirmou que o aparelho “não é inservível e nem está quebrado”, devendo ser usado pelo Idema assim que houver a transferência de alguns setores. Ele admitiu que alguns computadores e periféricos que estavam amontoados em uma das salas, estão em situação de uso, outros não. “Aqueles que estão em bom estado, estão servindo como “peças de reposição” a outros computadores já ultrapassados.
Ele disse, ainda que o prédio vai passar por nova pintura, onde houver necessidade, e uma parte do pátio, onde a vegetação cresceu, será limpo, com a colocação de brita pra servir de estacionamento. Outra parte será destinada ao plantio de vegetais nativos, justamente para ajardinamento da área que será aguada com o reuso de aguas pluviais.
