sexta-feira, 19 de abril, 2024
29.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Inflação deve superar meta

- Publicidade -

Brasília (AE) – Pela primeira vez no ano, a expectativa do mercado para a inflação de 2014 rompeu o teto da meta do governo, limite definido em 6,5%. Pelos dados do boletim Focus, publicação semanal feita pelo Banco Central com previsões de analistas, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve atingir 6,51% em dezembro. Se confirmada essa taxa, o presidente do BC, Alexandre Tombini, terá de fazer uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando o estouro da meta.
Alexandre Tombini, presidente do BC, terá de explicar “estouro”
O Banco Central falhou na missão de manter a inflação dentro dos limites de tolerância em três ocasiões: 2001, 2002 e 2003. Nessas situações, a instituição foi obrigada a publicar a carta. O quadro atual, de pessimismo do mercado, segundo analistas, se intensificou depois do choque dos alimentos in natura, que pelo IPC-Fipe acumula alta de 20,95% entre janeiro e março. No primeiro mês do ano os preços do segmento haviam subido 4,16%.

#SAIBAMAIS#Esse quadro, somado aos preços represados de administrados e a expectativa de que o BC interrompa em maio o ciclo de aumento dos juros, levou o mercado a estimar um cenário pior para a inflação do ano. Foram sete semanas consecutivas de piora das previsões. Há quatro semanas, a expectativa para o IPCA de 2014 estava em 6,28%. Para 2015, o mercado projeta carestia de 6,00%. Um mês antes a estimativa era de 5,80%.

“A inflação deste ano já está contratada. Qualquer coisa que seja feita agora, terá efeito apenas em 2015”, observou Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A meta de inflação deste ano foi definida em 4,5% pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Miriam Belchior, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, em uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) publicada em junho de 2012. O documento autoriza o BC a trabalhar com uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

Curto prazo
A deterioração das expectativas também ocorre no curto prazo. A mediana das estimativas para o IPCA de abril aumentou de 0,69% para 0,80%. Há quatro semanas estava em 0,60%. Para maio, a projeção subiu de 0,45% para 0,47%.

As sinalizações do BC são de que o atual ciclo de aperto monetário, que levou a Selic de 7,25% ao ano em abril do ano passado para 11% neste ano, esteja próximo do fim. O mercado, de acordo com o Focus, espera apenas mais uma alta de 0,25 ponto porcentual em maio.

“O sinal do BC, de que vai parar os juros, também alimenta a expectativa de inflação”, disse Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners. “ O próprio Tombini admite que o objetivo é não superar o teto da meta, não fala mais em convergir para os 4,5%”, argumentou.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas