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Jader Barbalho volta ao Senado

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Brasília (AE) – O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), empossado na tarde de ontem em solenidade da Mesa Diretora, elegeu a Lei da Ficha Limpa como um de seus maiores adversários, depois do ex-presidente do Senado Antônio Carlos Magalhães, com quem travou embates históricos no passado. “Eu jamais havia enfrentado, após ACM, um adversário tão difícil”, declarou o peemedebista, que deixou de exercer 11 meses de mandato por ter sido barrado como ficha suja nas eleições do ano passado.
Filho de Jader Barbalho faz caretas para os fotógrafos e cinegrafistas durante a coletiva, após a solenidade de posse no Senado
Durante a entrevista concedida após a posse, Jader pediu para homenagear Antônio Carlos Magalhães. Lembrou que, antes de morrer, o pefelista declarou que o episódio mais difícil de sua trajetória havia sido o confronto com Jader. “Eu queria retribuir essa homenagem”, brincou Jader, afirmando que depois de ACM, a campanha da Ficha Limpa foi o episódio mais difícil de sua carreira. “Eu ouvia as pessoas lamentando que não votaram em mim porque os votos não seriam contabilizados, seriam anulados”, reclamou.

Ele rebateu as críticas de que teria apressado a posse a fim de garantir o pagamento das “ajudas de custo” devidas aos senadores no início e final de cada ano legislativo. “Não houve pressa e, sim, demora”, protestou. Com a posse a quatro dias do fim do ano, Jader vai receber duas ajudas de custo no valor de R$ 26,7 mil – uma agora, outra no início do ano -, mais quatro diárias (R$ 3,5 mil), mais o salário de janeiro, mês de recesso parlamentar. Ele afirmou que só quer receber o que tem direito como qualquer senador, “nem um centavo a mais nem a menos”. Homem forte do PMDB, Jader declarou que sua linha de ação será acompanhar a orientação de voto do partido, principal aliado da presidente Dilma Rousseff.

Escoltado pelo filho Daniel, de 9 anos – que fazia caretas para os fotógrafos e cinegrafistas durante a coletiva – e pela filha Giovana, de 15 anos, Jader afirmou que se arrepende somente da “passionalidade” com que enfrentou a crise política que o apeou da cadeira de presidente do Senado em 2001.

Posse fortalece grupo de José Sarney

Brasília (AE) – A posse do ex-governador Jader Barbalho (PA) no Senado fortalece o PMDB e reforça o time fiel ao presidente do Senado, José Sarney (AP), e ao líder do partido na Casa, Renan Calheiros (AL). Jader chega como aliado de peso de Renan, num momento em que sua liderança é contestada pelo chamado G8 – grupo de oito senadores que aportaram no início do ano e reivindicam voz e poder decisório na bancada.

A bancada peemedebista começou o ano com 21 titulares e acabou reduzida a 17, dos quais oito questionam a liderança de Renan. Um dos expoentes do grupo, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), defende que haja nova eleição de líder no ano que vem, enquanto Renan espera continuar no cargo por mais um ano a fim de se cacifar para a sucessão presidencial na Casa em 2013.

É nesse cenário que Jader fará diferença. Homem forte do PMDB – foi presidente da legenda, presidente do Senado e líder da bancada – Jader não vai disputar espaço com Renan nem com Sarney num primeiro momento. O papel de Jader será outro: político experiente e hábil articulador, ele está pronto para defender o projeto de poder de Sarney e Renan, que empunharam armas para apressar o desfecho de seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). “Entro no fim da fila, como um recruta, venho colaborar”, declarou em coletiva após a sua posse.

Ajuda de custo de quase R$ 30 mil

Com a posse ainda em 2011, Jader Barbalho assume o cargo no Senado recebendo automaticamente quase R$ 30 mil, referentes à ajuda de custo paga aos senadores nos finais de ano equivalente ao valor do salário mensal (R$ 26.723,13) somado aos R$ 2,6 mil que ele receberá pelos dias trabalhados na convocação extraordinária. No final de janeiro, Jader passará a receber os vencimentos mensais. Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal havia decidido que o registro de candidato de Barbalho deveria ser negado com base na Lei da Ficha Limpa. Mas depois que o Supremo derrubou a validade da Ficha Limpa para 2010, a defesa de Barbalho recorreu a fim de que ele pudesse assumir o mandato.

Embora barrado pela Ficha Limpa, Barbalho recebeu na eleição do ano passado 1,8 milhão de votos, quantidade suficiente para ocupar uma das vagas de senador pelo Pará. Impedido de assumir, foi substituído por Marinor Britto (PSOL-PA), que obteve 727,5 mil votos.

Com a chegada de Jader Barbalho, Marinor deixa o Senado. Os outros dois senadores paraenses são do PSDB (Flexa Ribeiro e Mário Couto). Com a saída de Marinor, a bancada do PSOL passa a  ter um único senador (Randolfe Rodrigues, do Amapá). 

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