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João Câmara volta a registrar tremores de terra

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Margareth Grilo – repórter especial

O município de João Câmara (RN), distante 74 km de Natal, voltou a registrar atividade sísmica. De quinta-feira [19] até ontem [24], o Laboratório de Sismologia [LabSis], do Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, registrou oito abalos sísmicos com magnitude  de 2.1 a 2.8 na escala Richter. O maior tremor, de magnitude 2.8, ocorreu às 9h38 (horário local) de ontem [segunda-feira, 24].

Joaquim Mendes Ferreira, diretor do Departamento de Sismologia da Universidade Federal do RNPara ampliar o monitoramento e ter dados mais precisos, o LabSis está ampliando a rede de sismologia na região do Mato Grande. Desde ontem, três técnicos do Departamento de Geofísica estão na região de João Câmara para instalação de  dois acelerógrafos e uma estação sismológica digital de período curto. Além disso, hoje, 25, uma equipe do Corpo de Bombeiros vai ao município para reunião com a Defesa Civil.

Segundo o comando da instituição, o objetivo da visita, que terá a presença do coordenador do Laboratório de Sismologia, Joaquim Mendes Ferreira, é de caráter preventivo, para evitar pânico. “Não dá para ter previsão de como essa atividade vai evoluir, mas hoje, diferente do passado, nós sabemos quando e onde aconteceram os tremores, e estamos preparados para monitorar com precisão”, afirmou o geofísico  potiguar, tranquilizando a população.

Ele alertou que o que determina a evacuação de uma cidade não é a magnitude de um tremor. “A intensidade pode valer para chuva, para qualquer outro fenômeno natural, mas não para a sismologia. O que determina o pânico e a fuga da população é o número de tremores sentidos, a aceleração. Então, é preciso ter atenção exatamente nesse aspecto”, esclareceu. Normalmente, as populações sentem tremores acima de 1.4 na escala Richter.

Os tremores na região de João Câmara, nos últimos dias, foram registrados pela estação de Lagoa do Serrote, da rede de Taipú, instalada para estudar os sismos do município, em 2010. Segundo Joaquim Ferreira, a estação, que fica a 9 quilômetros do epicentro do tremor de ontem, pegou a atividade sísmica desde o começo. “Desta vez, sabemos como começou a atividade sísmica, e estamos, desde sábado, analisando os dados, e instalando mais equipamentos, para determinar, com precisão, o epicentro e a profundidade dos sismos”, afirmou.

Ferreira explicou que o acelerógrafo [equipamento que mede o movimento do solo] vai permitir saber qual o efeito dos sismos. “Estamos colocando um acelerógrafo na área epicentral e outro mais ao sul da atividade, para sabermos como é que a atividade se comporta, na superfície, próximo ao epicentro, e como decai com a distância”, acentuou.

Ferreira adiantou que a rede local para estudo da atividade sísmica ficará com 15 estações. Os equipamentos foram adquiridos pela Rede Sismográfica do Nordeste do Brasil [RSISNE], financiada pela Petrobras/UFRN e pelo projeto  Pool de Equipamentos Geofísicos do Brasil [Petrobras/ON], financiado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Tectônicos (INC-ET).

Com a rede será possível obter, com precisão, epicentros e profundidades focais. Hoje, a estação do LabSis de maior atividade é a Lagoa do Serrote, mas existem outras, entre as quais, a de Riachuelo, que fica a 36 km de onde ocorreram os sismos nos últimos dias.

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