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Jornalismo cultural pelo caminho inverso

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“Vivemos um período de conflito entre a mídia impressa e a internet, onde o impresso vem perdendo terreno por querer fazer a mesma coisa de anos atrás. Está na hora do impresso avançar e perceber o que ele tem que a internet não pode oferecer”. É com essa afirmação que o jornalista Beto Leite justifica a decisão de publicar uma versão impressa da revista/fanzine digital Catorze (revistacatorze.com.br). O projeto gráfico, cujo mote é “Pense fora da caixa”, transcende o formato tradicional e propõe que leitor encare o produto também como objeto funcional e de arte.
Revista Catorze lança projeto de financiamento colaborativo pela Cartase para edição impressa
Mas tem um porém: há quatro anos no ar, apostando no jornalismo cultural gonzo, a Catorze impressa só será realidade se conseguir ser viabilizada através de financiamento coletivo. Para isso, Beto, Fábio Farias e Ramom Ribeiro, trio do conselho editorial da revista/fanzine, abriu uma conta no portal Catarse (catarse.me/revistacatorze) e em 45 dias, contados a partir do último dia 22,  terão que arrecadar R$ 6 mil para cobrir os custos. O projeto é feito em parceria com o estúdio de designer Guadalume e tem apoio de O Inimigo, Fuga Underground, Som Sem Plugs e o Pra Nós Rola.

Esta é a primeira iniciativa de jornalismo financiado coletivamente no Rio Grande do Norte, e os simpatizantes da ‘causa’ podem colaborar com doações a partir de R$ 15 – para cada valor, uma recompensa, que vai desde um exemplar da revista, a ingressos da festa de lançamento, camiseta, nome na lista de agradecimentos, poster e anúncios publicitários. “Queremos oferecer algo excitante, que as pessoas vão querer pagar pra ler”, antecipa Fábio Farias. A expectativa da equipe é lançar a revista impressa em julho.

“Por que experimentar um novo formato?”, questiona Beto Leite. “Por que não dá mais pra fazer a mesma coisa: uma revista que você pega, dá uma folheada, dobra e coloca de lado. Queremos que o leitor tenha uma nova experiência, pegue o papel faça uma dobradura, encaixe, jogue no chão e que aquilo saia correndo sozinho”, brinca.

Crescimento

O financiamento coletivo no Brasil cresce ano a ano. O Catarse.me, principal site de doações em atividade no país, já arrecadou mais de R$ 7 milhões e teve 526 projetos bem sucedidos. Ele foi inspirado no Kickstarter, site norte-americano que iniciou a onda do financiamento coletivo no mundo. O Kickstarter, algo como ‘ponta pé inicial’, foi essencial para viabilizar projetos como longa-metragens, jogos para videogames e até pesquisas científicas nos Estados Unidos.

Em Natal, um exemplo concreto de financiamento coletivo foi a gravação do CD “Grave” da banda Andróde Sem Par, que conseguiu arrecadar R$ 3 mil reais nesse mesmo sistema em junho do ano passado. “É uma ótima maneira de interagir com o público, íntima e sincera de divulgar um trabalho”, disse Juão Nin, vocalista e compositor da Andróide.  Assim como Nin, a revista/fanzine Catorze não visa o lucro e sim a viabilização do projeto. “Não estamos pensando em uma periodicidade para essa versão impressa, será uma edição única com um formato diferenciado e conteúdo atemporal. Se por acaso calhar de editarmos outra, será única também, com outro conceito”, esclarece Beto Leite.

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