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Juiz determina prisão de sargento

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O juiz da 3ª Vara Criminal de Natal, Ricardo Procópio Bandeira de Melo, recebeu a conclusão do inquérito que denuncia quatro pessoas como participantes no assassinato do advogado Antônio Carlos de Souza Oliveira, acatou as acusações e converteu em preventiva a prisão de três acusados. O juiz expediu ainda mandado contra um sargento da Polícia Militar, cumprido na manhã de ontem (30) em Macaíba. O advogado foi executado a tiros dentro de um bar na noite do dia 9 de maio na capital potiguar.
Sargento Antônio Carlos Lima está na PM há 23 anos e atualmente trabalha na força tática
Foram denunciados, segundo a decisão da Justiça, o comerciante Expedito José dos Santos, conhecido como ‘Irmão Sérgio’; Marcos Antônio de Melo Pontes, o ‘Irmão Marcos’; Lucas Daniel André da Silva, o ‘Luquinha’, que confessou ter executado o advogado; além do sargento da Polícia Militar Antônio Carlos Ferreira Lima.

 O sargento foi preso pela segunda vez neste caso, sob suspeita de participação no assassinato do advogado Antônio Carlos Souza de Oliveira. O policial estava em liberdade desde que conseguiu um habeas corpus para a sua prisão temporária, decretada em 21 de junho passado.

O advogado de defesa do sargento, Júnior Smith, adiantou que já entrou com um novo habeas corpus no Tribunal de Justiça e no STJ, ainda no sábado. “Desde a quinta-feira da semana passada nós já sabíamos que a preventiva havia sido decretada. Logo em seguida entramos com o recurso”, contou Smith. O sargento foi detido durante a Operação “Avengers” da Polícia Civil, que também culminou em apreensões e com a prisão em flagrante por porte ilegal de arma do irmão do policial, Marcílio Menino Ramos.

Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), o sargento Antônio Carlos Ferreira Lima teria participado da articulação do homicídio do criminalista Antônio Carlos Souza. “Ele identificou a rotina da vítima e vendeu a arma utilizada no crime, bem como indicou o executor”, afirmou a delegada Karla Viviane, uma das titulares da Dehom. Caso não consiga recurso, o acusado deve permanecer preso até o julgamento. O inquérito já foi remetido ao Tribunal de Justiça, mas Karla Viviane explicou que, até que aconteça a audiência de instrução, novas peças ainda podem ser anexadas ao processo.

Carlos Cabeção permanece negando a participação no assassinato e afirma sofrer perseguição dentro da corporação desde 2010. “Eles quiseram arrumar um bode expiatório e me colocaram nessa posição”, alegou o acusado. O sargento está na Polícia Militar há 23 anos, e atualmente trabalha na força tática. Ele já participou de várias ações da PM quando atuava na divisão de inteligência. “Em todos esses anos, nunca havia sido preso e nem acusado de nada”, afirmou. No entanto, o delegado Odilon Teodósio, da Delegacia da Grande Natal, confirmou que o policial havia sido investigado em 2010 durante a chamada “Operação Jabulani”, esquema desbaratado pelo Ministério Público sob a acusação de amplo crime de comércio de armas de fogo e munição no Rio Grande do Norte.

Avengers

Além das duas prisões que aconteceram na manhã de ontem, a “Operação Avengers” da Polícia Civil também apreendeu quatro espingardas, uma pistola ponto 40 e munições dessas armas. Marcílio Menino Ramos foi preso em flagrante quando estava em casa, na cidade São Gonçalo do Amarante, região Metropolitana. Com ele, a polícia apreendeu as quatro espingardas. Marcílio Menino foi encaminhado à Dehom para prestar esclarecimentos e em seguida conduzido ao Centro de Detenção Provisória,zona Sul. Antônio Carlos Lima foi encaminhado ao Presídio Militar, ao lado do Batalhão do Bope.

Memória

O advogado Antônio Carlos Souza de Oliveira foi assassinado no dia 9 de maio, em um bar no bairro Nazaré, zona Oeste de Natal. Além do sargento Antônio Carlos Ferreira Lima, mais três pessoas foram presas acusadas da morte: Lucas Daniel André da Silva, o Lukinha, Marco Antônio de Melo Pontes, conhecido como “Irmão Marcos”, e Expedito José dos Santos.

Segundo a Polícia Civil, a disputa por um terreno em São Gonçalo do Amarante entre Antônio Carlos e Expedido foi a motivação do crime. De acordo com as investigações, quem encomendou a morte do advogado foi Expedito com a ajuda de Carlos, que indicou Lukinha e Irmão Marcos para cometerem o crime.

Polícia apura se há ligação de crimes

Pouco tempo depois da primeira prisão do sargento, no início de julho, o delegado Raimundo Rolim, também da Dehom, confirmou a possível participação de envolvidos no assassinato do criminalista Antônio Carlos Souza de Oliveira em outros homicídios ocorridos na região de São Gonçalo do Amarante. “São homicídios duplos, triplos e até chacinas. Dezenas de assassinatos, todos com características de execução”, revelou o delegado.

Eles atuariam como um grupo de extermínio, que, ainda de acordo com Raimundo Rolim, age há alguns anos na Região Metropolitana. O delegado da Dehom também revelou à reportagem que alguns dos crimes atribuídos ao suposto grupo de extermínio tiveram grande comoção social. Um deles é a chacina ocorrida em novembro de 2009, quando quatro jovens morreram e outras quatro pessoas ficaram feridas após dois homens invadirem uma residência na localidade de Santo Antônio do Potengi, em São Gonçalo do Amarante, e atirarem contra eles.

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