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Juíza aguarda novo levantamento sobre a mansão de Carla Ubarana

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Pedro Andrade
repórter

O próximo bem do casal Carla Ubarana e George Leal a ser leiloado – a mansão na praia de Baía Formosa – passa por novo levantamento acerca de suas condições, bem como dos bens móveis que estão na casa de número 145 da rua Antônio Arruda de Farias, no Alto do Bacopari. A atualização das informações foi solicitada pela então juíza titular, Daniela do Nascimento Cosmo, e a juíza atual, Juliana Cartaxo, aguarda esses dados.
A mansão do casal, na praia de Baía Formosa, ocupa uma área de 1.200 metros quadrados. Valor inicial de arremate é de R$ 3,1 milhões
A Vara Única da Comarca também solicitou à Polícia Militar que vigiasse o imóvel para evitar entrada de pessoas e à Prefeitura que fornecesse um caminhão para transportar os bens móveis da casa ao fórum de Canguaretama. A solicitação foi feita após duas pessoas serem flagradas pela PM em tentativa de roubo ao imóvel, em março deste ano.

A dupla tentou roubar uma geladeira e já havia levado três cadeiras de ferro e os tampos de duas mesas de jardim. A geladeira chegou a ser recuperada no portão da casa e as cadeiras e tampos das mesas foram encontrados em depósito onde os suspeitos teriam vendido os objetos. A juíza Juliana Cartaxo, titular da Comarca de Pedro Velho, assumiu na terça-feira, 12, também a titularidade da Comarca de Canguaretama. Ela ainda está se inteirando do assunto e aguarda resultado do novo levantamento, feito por oficiais de justiça.

#SAIBAMAIS#Prestes a ir a leilão no dia 15 de setembro, a casa poderá ser arrematada junto com os bens móveis que estavam no interior no momento da apreensão judicial, em janeiro de 2012, durante a Operação Judas. O caso apontou o casal como mentores do esquema que chegou a desviar R$ 14 milhões do setor de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Dos bens pertencentes ao casal Carla Ubarana e George Leal apreendidos pela Justiça potiguar, já foram leiloados seis veículos pelo valor de R$ 892 mil e um apartamento em Petrópolis por R$ 558 mil. O montante já arrecadado (R$ 1,451 milhão) corresponde há 10% dos R$ 14,12 milhões desviados pela ex-chefe do setor de Precatórios e seu marido.

A mansão do casal na praia de Baía Formosa vai a primeiro leilão pelo valor inicial de R$ 3,1 milhões. Dentre os bens apreendidos há ainda cinco notebooks, joias e celulares. Caso o imóvel não seja arrematado no primeiro leilão, de acordo com o edital, haverá uma segunda ocasião no dia 29 de outubro, quando o bem terá lance mínimo igual a R$ 2.499.783,60, correspondente a 80% do valor avaliado. No terreno de 2.240,51 metros quadrados, a casa ocupa 1.200 metros quadrados.

Condenada a pena de 10 anos, 4 meses e 13 dias, enquanto seu marido, George Leal, foi condenado a 6 anos, 4 meses e 20 dias, o casal responde em liberdade desde maio do ano passado, quando, através de habeas corpus, a pena privativa de liberdade foi substituída por medidas cautelares. Os dois cumprem pena em casa, mas precisam comparecer mensalmente à 7ª Vara para justificar suas atividades; devem se recolher das 20h às 4h diariamente, inclusive nos dias de folga caso tenham trabalho fixo; e precisam de autorização do juiz para sair da Comarca de Natal, além de não poder, de forma alguma, sair do país. A 7ª Vara não soube precisar se Ubarana e Leal estão trabalhando.

O QUE FOI VENDIDO
Bens pertencentes à Carla Ubarana e George Leal

Veja quais bens do casal Carla Ubarana e George Leal foram retidos pela Justiça e arrematados em leilão feito pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte:

01 Pajero Full HPE 3.2 D,2010/2011, cor preta, placa NNV 7977/RN – R$ 120 mil

01 Mercedes Benz SLS 63AMG, 2010/2011, cor prata, placa PFL-2611/PE – R$ 415 mil

01 Mercedes Benz GL 500, 2011/2011, cor prata, placa PEL-2611/PE – R$ 203 mil

01 Chevrolet GM OMEGA CD, 011/2011, cor preta, placa PEL-2601/PE – R$ 77 mil

01 Chevrolet GM OMEGA CD,
2008/2008, cor prata, placa KFP-7080/PE – R$ 43 mil

01 Selvagem Buggy S, 2009/2009, cor prata, placa MZJ-9252/RN – R$ 34 mil

01 Apartamento de 220 m² na rua Maria Auxiliadora, em Petrópolis, incluindo objetos como cortinas, sinuca, poltronas, cômodas, criado mudo e abajures, que estavam no local quando recolhidos pela Justiça – R$ 558 mil

Memória
A Operação Judas, deflagrada no dia 31 de janeiro de 2012 pelo Ministério Público Estadual junto à Polícia Civil, cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão nos municípios de Natal, Canguaretama e Recife, após a então presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Judite Nunes, remeter ao MP relatório para verificar supostas irregularidades no setor de Precatórios. A operação resultou na prisão de seis suspeitos, mas um foi inocentado. Além da prisão, foi decretado a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos seis e o seqüestro dos bens, incluindo contas bancárias, um apartamento em em Natal, uma casa em Baía Formosa e carros de luxo. Cinco dos seis suspeitos foram denunciadas pelo MP à Justiça: a então chefe do setor de Precatórios do TJRN, Carla de Paiva Ubarana Araújo Leal e seu marido George Luís de Araújo Leal – considerados mentores do esquema –; Carlos Eduardo Cabral  Palhares de Carvalho, suspeito de receber dinheiro na conta bancária e repassar ao casal; Carlos Alberto Fasanaro Júnior, que também atuou como laranja; e Cláudia Sueli Silva, funcionária particular de Ubarana, também laranja. O funcionário do Banco do Brasil Pedro Luís Neto foi inocentado. Os crimes indicados foram peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, extravio de documento público e inserção de dados falsos em sistema informatizado da administração pública. A denúncia do MP considerou quatro processos investigados preliminarmente pelo TJ e os processos de pagamento desses precatórios para caracterizar os crimes. Carla de Paiva Ubarana Araújo Leal foi acusada de peculato, extravio de documento público, falsidade ideológica, formação de quadrilha e inserção de dados falsos no Portal SAJ do TJ. Seu marido, George Luís de Araújo Leal, é acusado de peculato, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

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