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Lançamento nacional da campanha acontece hoje

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Ao todo, 21 bispos da Regional Nordeste II estão em NatalSara Vasconcelos – repórter

O lançamento nacional da Campanha da Fraternidade 2013 acontece hoje, às 8h30, em Natal, no Centro de Convenções. O seminário “Igreja, fundamento de fraternidade”, também será realizado das 8h30 às 17 horas, no mesmo local. Entre os palestrantes, estão o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha; o padre e cantor Fábio de Melo e o missionário da Comunidade Canção Nova, “Dunga”. Uma missa será celebrada às 19 horas, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, seguida por vigília e adoração ao Santíssimo, com a participação da cantora Eliana Ribeiro, da Comunidade Canção Nova.

Com a estimativa de cerca de duas mil pessoas participando das atividades, Natal é considerada pela primeira vez na capital nacional da juventude católica brasileira. Este ano, a CF tem como tema Fraternidade e Juventude. A CF começou há 50 anos no Rio Grande do Norte por iniciativa de um grupo de religiosos, tendo à frente o  falecido dom Eugênio de Araújo Sales. Idealizada em 1962 em Natal, só no ano seguinte, foi realizada a primeira edição da campanha, na comunidade de Timbó, em Nísia Floresta, cidade distante 37 quilômetros da capital.

E foi para lá que seguiram, na tarde de ontem, 21 bispos e sacerdotes da Regional Nordeste II, formada pelos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte e jovens de todo país – que estão em Natal para participar do Seminário em preparação a Jornada da Juventude – para comemorar o cinquentenário da Campanha.

Uma missa foi celebrada pelo bispo de Guarabira (PB), Dom Francisco Lucena, coordenador da Campanha da Fraternidade na Regional Nordeste II. Centenas de fiéis, alguns da época da criação da CF, além do pároco de então e hoje padre casado Otto Santana, e as irmãs da Ordem de Jesus Crucificado que participaram da primeira experiência em Timbó, acompanharam a celebração, realizada na Igreja Nossa Senhora do Ó.

O celebrante disse à TRIBUNA DO NORTE que, embora a Igreja atravesse um momento de tristeza, com a renúncia do papa Bento XVI, a Campanha da Fraternidade mantém a força de agregar fiéis para discutir temas relevantes. Ao final da missa, com a chegada do secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e bispo auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Ulrich  Steiner; do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da CNBB, e bispo auxiliar de Campo Grande (MS), Dom Eduardo Pinheiro; do secretário executivo da Campanha da Fraternidade, o padre paulista Luiz Carlos Barros; do arcebispo de Natal Dom Jaime Vieira e da governadora Rosalba Ciarlini, houve o descerramento da placa alusiva aos 50 anos da CF, fixada à entrada da Igreja.

“Já naquela época, imbuídos do espírito renovador do Concílio Vaticano II os religiosos se propuseram a mudar os rumos da Igreja no Rio Grande do Norte”, destacou o arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira. Após a celebração,  o comboio seguiu para o Distrito de Timbó, onde foram realizadas apresentações culturais e religiosas.

O professor Otto Santana, que em 1962, era o pároco em Nísia Floresta e hoje é casado, lembra que o Distrito de Timbó foi escolhido devido a organização da comunidade e destaca as mudanças promovidas pela CF. “É preciso uma entidade ter muita força para mobilizar a sociedade para discutir, há 50 anos, assuntos difíceis, polêmicos, e trazer à reflexão e à ação’, disse Otto Santana.

Além de berço da Campanha , Nísia Floresta é conhecida mundialmente entre os católicos como o primeiro lugar no Brasil onde mulheres assumiram a paróquia. Eram as irmãs da Ordem de Jesus Crucificado, que em 1963, por iniciativa do então bispo Dom Heitor de Araújo Sales, passaram a exercer o papel de vigárias – antes só padres exerciam o cargo. “Em uma época que era proibido às mulheres  abrir a boca”, lembra a irmã Neuza Moreira, 79 anos. A casa “Rainha dos Apóstolos” onde as irmãs viveram por mais de 25 anos foi reformada e reinaugurada ontem, após a missa.

Bate-papo

D. Leonardo Steiner, secretário auxilar da CNBB

O que representa a comemoração do cinquentenário aqui, em Timbó, Nísia Floresta?

Representa uma busca das origens. Vemos a importância que tem hoje a Campanha da Fraternidade e nasceu de forma simples, de uma obra pequena da Igreja, como uma semente de mostarda, e que hoje abriga um mundo de atividades, de realidades. E traz à realidade para reflexão da Igreja.

Este ano o tema é sobre a Juventude. O que fazer para atrair este público à Igreja?
Estamos retomando este tema em vista da Jornada Mundial da Juventude. Todo nosso trabalho, a Campanha não é feita só no âmbito da Igreja, mas de toda a sociedade. Hoje temos uma realidade dura para jovens de violência, a população carcerária é jovem, o numero de acidentes entre eles é alto. Então queremos fazer esta reflexão.

Como a Igreja no Brasil recebeu a notícia da renúncia do papa Bento XVI?

É uma surpresa. Não estávamos acostumados a ver uma renúncia, mas como o próprio código canônico prevê essa possibilidade, ele a colocou como algo já definido. E vai fazer parte da caminhada da Igreja.

Deve se tornar algo mais comum?

Sim. À medida que o santo padre perceber e reconhecer que não tem a energia necessária, a força física e o ânimo necessários para exercer um ministério e um serviço tão importante como esse. O último caso ocorreu há 600 anos. E esse é o primeiro caso que ocorre de forma muito tranquila. Nós somos muito gratos a Bento XVI e no futuro há de ser reconhecido, assim como João Paulo II tornou-se o papa da paz, Bento XVI deverá ser reconhecido como o papa do amor, o teólogo do Deus mais próximo, do Deus do evangelho.

O próprio Bento XVI reconheceu que a Igreja católica perde fiéis. O que a Igreja no Brasil está fazendo para reverter esse quadro?

Vivemos uma mudança de época, que leva a mudar de critérios e de valores e quando isso muda, também muda a questão da religião. E isso não é um privilégio da Igreja Católica, mas todas as religiões sentem essas  saída de fiéis. Mas trata de ajudar as pessoas a ver onde estar Deus, de compreender o valor da pessoa. E o evangelho é um das maiores aberturas para que se entenda a pessoa humana como filho e filha de Deus.

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