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Lembrando Monsenhor Expedito

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Hoje, 13 de dezembro, noite de lua cheia, consagrado a Santa Luzia, celebra-se, também, o centenário de nascimento do Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros. De sua exemplar ação pastoral, social e política, saiu o projeto das adutoras. Daí o cognome de “O Profeta das Águas”. Em seu livrinho de memórias, “Pelos Caminhos do Potengi”, publicado em 1990, Monsenhor Expedito contou:

“O segundo acontecimento que determinou minha conversão, definitivamente, foi a seca de 53. Eu e cinco padres fomos com o padre Eugênio visitar o açude público ‘Pataxó’, no meu município natal. Lá chegando pelas 10 horas, vimos um formigueiro humano de cassacos carregando barro em caminhões e em costas de jumentos. Uma turma nos reconheceu, pois andávamos de batina, e correu ano nosso encontro, debaixo de um juazeiro. Um deles, parecendo ser o líder, foi nos dizendo: “Seu vigário, tire nós dessa escravidão, pelo amor de Deus! ”. Aí passou a relatar as péssimas condições de trabalho, o pagamento em vale no barracão, longe da família; o que levava para a família, no fim da semana, não dava para três dias!…”

Monsenhor Expedito ajudou a fundar os primeiros sindicatos rurais no Rio Grande do Norte. Também esteve ao lado de Dom Eugênio Sales no Primeiro Encontro dos Bispos do Nordeste, realizado em Campina Grande, em 1958, com a presença do presidente Juscelino. Nascia, aí, a Sudene. As comunidades eclesiais de Base também passaram pelo laboratório do Monsenhor Expedito. A paróquia de São Paulo do Potengi era uma referência dessa ação pastoral.

No seu precioso livrinho de memórias, ele conta: “Desde 68, depois da Conferência de Medellin, vários bispos me chamavam para contar essas experiências aos padres. Viajei muito. De Parnaíba, no Piauí, à Vitória do Espírito Santo, estive em 23 dioceses, no grosso da repressão, quando os homens do poder já andavam trombudos com a CNBB”.

Na década de 90 veio a luta pelas adutoras, levando água para dezenas de municípios do Estado, beneficiando milhares de famílias, projeto que foi concretizado no Governo Garibaldi Alves Filho. A adutora que leva água da Lagoa do Bonfim para as regiões do Potengi e do Trairi tem o nome do Monsenhor. Em muitas cidades o ato de inauguração contou com a sua presença. Ele na maior felicidade, dividindo sua alegria com o povo.

O padre e escritor João Medeiros Filho, em seu belo artigo de terça-feira passada, 06, nesta Tribuna do Norte, com o título “Monsenhor Expedito, profeta santo”, ás folhas tantas, arremata:

“Era um homem pleno do Espírito Santo. Irradiava otimismo, coragem e esperança, mesmo diante da dor e do sofrimento, pois continha em sua alma o bem maior: a presença divina e sua graça! Monsenhor Expedito foi, sem dúvida, um dos eleitos de Deus e a luz de sua alma não se apagará no céu de São Paulo do Potengi e do Rio Grande do Norte. As ovelhas do pastor continuarão reverenciando, pelos tempos afora, a memória daquele que iluminava os caminhos do Povo de Deus! ”.

Homenagens
Desde sábado, 10, que a paróquia de São Paulo do Potengi, da qual o Monsenhor Expedito foi vigário por 57 anos, celebra o seu centenário. A programação se encerra hoje com missa às 18 horas, na igreja matriz de São Paulo Apóstolo (construída pelo monsenhor), celebrada pelo Arcebispo Dom Jaime Vieira da Rocha. O atual pároco de São Paulo do Potengi é o Padre Ramos, sucessor do Monsenhor.

Antes, às 16 horas, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realiza uma sessão especial na sede da Câmara Municipal de São Paulo do Potengi. Após a missa, haverá concerto da Banda de Policia Militar do Estado.

No FLIN
Amanhã começa o Festival Literário de Natal, FLIN, já cedo coisa das 9 horas, nas duas tendas montadas na Praça Augusto Severo – a Tenda Moacy Cirne e a Tenda dos Autores. Nas duas vamos ter conversas sobre cultura popular. O poeta Geraldo Maia falará sobre “A erudição dos poetas populares” e Paulo Varelas com seus convidados vão passear ao redor do espetáculo lítero musical  “Encantos do Cordel”.

Na parte da noite, na Tenda dos Autores, coisa das 19 horas, Daliana Cascudo e Severino Vicente abordarão o tema “Câmara Cascudo e a literatura de cordel”. Em seguida subirá ao palco Moraes Moreira para fechar a noite e a festa em grande estilo.

O Flin vai até sábado.

Sinfônica
A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte faz hoje à noite (18 horas), no Teatro Riachuelo, o último concerto do ano, com mote natalino.  No programa:  Bach, Vivaldi, Mozart, Handel, Shubert, Guedes Peixoto, Albert Hay Malotte, Adolphe Adam.  Regência do maestro Linus Lerner e participação de Tatiana Wanderley (soprano), Sibelle de Luna (mezzo soprano), César Leonardo (tenor) e Wladimir Carvalho (barítono).

Imortalidade
Deu na coluna Painel de Letras, da Folha de S. Paulo:

– Um grupo de imortais da Academia Brasileira de Letras defende que o poeta Antonio Cícero, que hoje concorre à vaga de Ivo Pitanguy, mude para a vaga deixada por Ferreira Gullar.

– Para a cadeira do cirurgião-plástico, concorreriam João Almino e Arno Wehling, atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Vaquejada
Olheaí, pessoal:  O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou um pedido da Associação Brasileira dos Defensores dos Direitos e Bem-Estar dos Animais, da Federação das Associações e Organizações não Governamentais e do Sindicato de Profissionais da Proteção Animal do Piauí para impedir a realização de uma vaquejada durante a 66ª Exposição Agropecuária, em Teresina.

Recorriam de uma decisão da Vara da Fazenda Pública de Teresina, que manteve a vaquejada “entre as atividades previstas no evento”. Alegaram que decisão violava o que o Supremo   havia acordado dois meses atrás.

Na avaliação do ministro Zavascki o resultado do julgamento do STF não foi a proibição da vaquejada em todo o país, mas, sim, o a inconstitucionalidade da lei cearense que regulamentava a vaquejada.

Então, pega o boi.

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