Pedro Andrade
repórter
Vítima de um infarto fulminante, o empresário Leônidas Ferreira de Paula, morreu, aos 70 anos, no último domingo, 13, no apartamento onde morava, e foi sepultado na manhã desta segunda-feira (14), no Cemitério Parque Morada da Paz, em Emaús. Atuante na agropecuária voltada à produção de laticínios, Leônidas Ferreira deixou cinco filhos e cinco netos. Diretor emérito da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Leônidas de Paula também exerceu o cargo de secretário de Estado da Agricultura e foi vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
O início da carreira bastante elogiada pelos amigos de profissão ocorreu junto ao seu pai, Nilton Pessoa de Paula, dono da Fazenda Califórnia, onde começaram as atividades voltadas à produção de leite na família. O filho de Leônidas, Leonardo Medeiros de Paula, lembra que ainda no ano de 1947 seu avô comprou a área em São Gonçalo do Amarante onde foi criada a Fazenda Califórnia e uma comunidade, de mesmo nome. Os moradores que recebiam assistência do empresário criam laços com a família de Nilton de Paula, inclusive seu filho, que entrou nos negócios dando continuidade à produção de leite.
Waltomir Bezerra Cavalcante, veterinário que trabalhou 29 anos com a família, conta que foi Leônidas o responsável pela expansão dos negócios com a instalação da indústria de laticínios, passando a produzir derivados de leite como manteiga, coalhada, entre outros. Na área em que trabalhava, o zootécnico formado no Rio de Janeiro foi tornando-se reconhecido chegando a alcançar cargos de destaque em federações e sindicatos referentes à produção pecuária.
O presidente da Faern, José Álvares Vieira, destaca o fortalecimento do setor rural feito por Leônidas de Paula, principalmente referente ao Grito da Seca, denunciando os problemas causados aos agricultores e pecuaristas pela estiagem. José Vieira também destaca o fortalecimento da agropecuária do leite e os trabalhos articulados no âmbito nacional. “Leônidas trabalhou em comissões nacionais, teve participação importante na Confederação Nacional da Agricultura e teve atuação junto ao ex-deputado federal Nélio Dias”.
Em relação à participação na Fiern, Heyder de Almeida Dantas, da diretoria da federação, destaca a atuação na indústria de laticínios. “Na Fiern ele [Leônidas] alavancou a indústria de laticínios e contribuiu para o desenvolvimento da agropecuária como secretário, presidente do Sindleite, diretor da Fiern e presidente da Faern”, disse. “Deixa uma grande saudade e legado de boas amizades no RN e no Brasil. A Fiern está de luto”, acrescentou.
O engenheiro agrônomo Fernando Viana, do Sebrae/RN, lembrou dos 45 anos que conhecia Leônidas e destacou a família como os primeiros a fazerem inseminação artificial em bovinos leiteiros no Rio Grande do Norte. Além disso, lembra do Acidente Vascular Cerebral (AVC) que o empresário sofreu em 2006 e levou ao distanciamento dos trabalhos com produção de laticínios.
Segundo Leonardo Medeiros de Paula, filho de Leônidas, após o AVC seu pai passou 20 dias no hospital e o restante dos dias em casa, sendo tratado próximo à família. “Ele estava melhorando aos poucos, tinha muita vontade de melhorar e era persistente. Não queria depender dos outros”.
Opinião
Depoimentos sobre o empresário Leônidas Ferreira de Paula:
“Deixa valores, amor, humildade e simplicidade. O Estado e os amigos perdem um grande companheiro”
José Vieira – presidente da Faern
“Leônidas deu uma grande contribuição ao RN, sobretudo em relação à produção de leite”
Fernando Viana – consultor do Sebrae
“Era um inovador. Com certeza o setor sentirá falta da atuação como criador e produtor rural. Uma perda para o setor agropecuário do Estado”
Tarcísio Bezerra Dantas – secretário de Estado da Agricultura
“Era muito persistente, vai fazer falta. O apoio da família no tratamento do AVC foi bem presente. O amor cura tudo”
Leonardo Medeiros de Paula – filho
“Homem sincero, cordial, simples, sempre atencioso. Deixa um legado de boas amizades”
Heyder Dantas – diretor da Fiern
“O RN perde uma pessoa que se dedicou ao desenvolvimento do agronegócio. Teve destaque desde os anos 80 até ter o AVC, quando se afastou das atividades de liderança”
Marcos Aurélio de Sá – presidente da Anorc
