O português falado no Brasil é mestiço como a composição racial do país. Dos donos originais da terra, muitos vocábulos foram incorporados ao longo dos séculos. Algo que costuma passar em branco no cotidiano. O livro “Contribuição indígena à fala norte rio-grandense”, de Protásio Pinheiro de Melo, lançado em 1971, foi o primeiro dicionário tupi-português da literatura potiguar. A editora Sebo Vermelho reedita essa raridade e a lança neste sábado, das 9 às 12h, em sua sede na Cidade Alta.
O livro traz – de A a Z – uma série de palavras que saíram das tribos e foram incorporadas ao dia a dia da população já mestiça e colonizada. Vários municípios do Estado foram batizados com nomes tupis, como Acari, Apodi, Baraúna, Caiçara, Caicó, Itaú, Japi, Jandaira, Jaçanã, Jucurutu, Macaíba, Papari, Sabugi, Taipu, e Parnamirim. Mossoró, que na grafia original era Moçoró, vem de “mõ-çorog”, ou seja, o “que rasga, o que abre fendas”.
Para o editor Abimael Silva, e reedição do dicionário tupi-português se justifica não só pela sua importância cultural, mas também por homenagear o autor em seu centenário de nascimento. “Protásio foi um importante filólogo, historiador, tradutor, e exemplar professor do Atheneu e da UFRN, e está completamente esquecido pelas nossas instituições culturais. Que esse livro retome sua memória”, afirma.
Serviço:
Lançamento de “Contribuição indígena à fala norte rio-grandense”, de Protásio de Melo.
Sábado, de 9 às 12h, no Sebo Vermelho, Cidade Alta.