No chamado “Dia das Bruxas”, mais de 54% dos brasileiros optaram pela candidata ungida por Lula, apostando em duas incógnitas: no governo que a primeira presidente do Brasil fará e se nele se incluirá, mesmo nos bastidores, o presidente Lula, o grande vencedor desta disputa entre o “continuísmo” e a “experiência” alardeada pelo tucano José Serra. Mas o criador descarta participar do governo da criatura.
“Ao ex-presidente só cabe torcer para que ela faça mais do que eu”
Lula, em mais um ataque de modéstia, afirmando que não vai atuar no futuro governo
A era do isopor
Lula jurou que não quer encargos no novo governo, mas ninguém acredita que ele optará por carregar isopor em praia paradisíaca.
Não é com ele
Chefe de gabinete Gilberto Carvalho diz que o presidente fica longe da escolha do ministério de Dilma. A menos que seja chamado a opinar.
Pé-quente
Dilma livrou Lula da fama de pé-frio, mas ignora-se se manterá a pulseira de olho grego contra má sorte que usou durante a campanha.
Finados
Prefeito, governador, ex-ministro, José Serra terá que refazer seu destino: aprender a fazer oposição, com Aécio Neves de olho em 2014.
Bernardo pode assumir a Casa Civil
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) continua o mais cotado para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Ele conhece bem a máquina governamental, ato porque durante o governo Lula cuidou das áreas de Orçamento e Gestão, e se trata de um quadro respeitado no PT, com trânsito em setores da sociedade e até na oposição. Paulo Bernardo também tem a confiança de Lula e da presidenta Dilma Rousseff.
Ciro quer o BNDES
Ciro Gomes quer ser presidente do BNDES, mas Dilma acha que se trata de um cargo estratégico. A prioridade será a escolha técnica.
É só querer
Principal assessora de imprensa da campanha de Dilma, Helena Chagas só não será ministra de Comunicação Social se não quiser.
Eminência parda
Muito ligado a Dilma, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, pode não ocupar cargo, mas terá muita influência no novo governo.
Palocci quer a Petrobras
A presidência da Petrobras é sonho de consumo do ex-ministro Antonio Palocci, que em nome de Lula atuou como verdadeiro “tutor” de Dilma candidata. A menos que ela o queira na Casa Civil, o cargo será dele.
Ministro Coutinho
Guido Mantega se credenciou para continuar ministro, mas não mais da Fazenda. Faz a cabeça de Dilma Roussef nessa área Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES. Mantega talvez volte para o Planejamento.
Irrevogável desejo
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) espera uma boa recompensa pelo “sacrifício” que fez pelo partido, disputando sem chances o governo de São Paulo. Pode virar ministro de Ciência e Tecnologia.
Ministro Márcio
O PSB quer um ministério de prestígio no governo Dilma Roussef. Já escolheu até o nome para ocupá-lo: deputado Márcio França, que tem a bênção do governador campeão de votos de Pernambuco, Eduardo Campos.
Jobim, de novo
É forte a chance de o ministro Nelson Jobim (Defesa) permanecer no cargo. Sua lealdade a Lula ficou demonstrada na campanha, quando não fez força pela candidatura do velho amigo José Serra.
Haddad, a missão
O paulista Fernando Haddad tem sido considerado um dos melhores ministros do atual governo, por isso sua indicação para permanecer do cargo pode entrar na quota do presidente Lula.
A volta de Lobão
Poucos depois de Edison Lobão assumir, Lula admitiu a Sarney: “Se eu soubesse que ele era tudo isso, teria nomeado antes”. Lobão também caiu nas graças de Dilma: pode voltar ao Ministério de Minas e Energia.