Potencializar a ação da educação integral nas escolas através da valorização do diálogo entre diversas práticas culturais, populares e tradicionais, e a educação formal. Essa é a principal proposta do programa Mais Cultura, que surgiu através da parceria entre o Ministério da Cultura – MINC e o Ministério da Educação – MEC e é coordenador pela Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultura (Sefac), atuando em mais de cinco mil escolas públicas brasileiras. No Rio Grande do Norte, o programa “Mais Cultura” atua em 152 escolas, beneficiando mais de 70 mil alunos e com investimentos federais na ordem de 3,1 milhões de reais.
Na semana passada, durante a realização do Conexão Brasil 2015, evento realizado pelo projeto Conexão Felipe Camarão na zona Oeste de Natal, a Secretária de Educação e Formação Artística e Cultura, Juana Nunes, participou do debate “Cultura e Território” e destacou a importância do trabalho desenvolvido. “O Mais Cultura proporciona um plano de atividade cultural, e dá liberdade para que o artista e o professor construam um plano de atividade, que possibilite iniciativas culturais que já atuam nas escolas públicas e que possa ser remuneradas de forma oficial. É esse caminho que estamos trilhando para garantir a prática cultural e artística no âmbito curricular e na atividade extracurricular. O artista deve ser reconhecido como uma agente”, explica Juana Nunes.
Os critérios para a escola participar do “Mais Cultura” passa pela diversidade e qualidade dos trabalhos apresentados. Segundo Juana Nunes, deve acontecer um segundo processo seletivo para escolha da atuação em novas escolas. “Nós estamos construindo caminhos para consolidar essa parceria com o MEC. Ações como essa realizada pelo projeto Conexão Felipe Camarão, que valorizam a cultura na escola há 12 anos não podem ser eventuais, e sim um direito das escolas, dos estudantes, para terem no seu processo formativo a presença da cultura e das artes como uma ampliação do seu repertório e fortalecimento de sua identidade cultural”, comenta.
O programa “Mais Cultura” começou atuando com a educação básica, depois foi percebido que a universidade também é produtora de cultura em diálogo com a educação básica e também com outros atores da comunidade. Foi necessário induzir nas universidades um planejamento cultural. “Muito do que vem de novo da produção cultural brasileira, da experimentação, que ainda não está mediada pelo mercado, pela indústria, surge nas universidades e essa produção precisa saber como se encontrar com outros territórios. O “Mais Cultura” nas universidades foi criado a partir disso. A UFRN é uma das mais atuantes no programa”, revela Juana Nunes.
Para a secretária Juana Nunes, a atuação da cultura na escola não deve depender apenas dos guerreiros, como a coordenadora do Conexão Felipe Camarão, Vera Santana, mas que tenha um recurso da cultura permanente para constituir uma relação íntima com a educação para que isso seja um direito de todos.
