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Mais um dia tumultuado no fórum

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Belo Horizonte (AE) – O segundo dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes pelo assassinato da ex-amante Elisa Samudio, de 24 anos, foi marcado ontem por outra reviravolta na defesa. Desta vez, foi o próprio jogador que resolveu destituir o advogado Rui Caldas Pimenta. O ato levou ao desmembramento do processo em relação à ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues do Carmo, porque ela também é representada por Francisco Simim, que ficou à frente do caso do atleta. Na segunda-feira, o processo havia sido desmembrado em relação ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, depois que os advogados decidiram abandonar o plenário.
Bruno na sessão do júri, ao lado da ex-mulher Dayanne, acusada de sequestro e cárcere privado
A defesa sofreu outro golpe no encerramento dos trabalhos, quando o promotor Henry Wagner Vasconcelos pediu que “cinco ou seis” testemunhas arroladas pelos réus sejam dispensadas porque foram flagradas em hotel com telefones celulares, quebrando a incomunicabilidade imposta por lei. Até o começo da noite, porém, os advogados ainda aguardavam a chegada do boletim de ocorrência para verificar quais testemunhas ficarão impedidas. “Precisamos saber quem são para avaliar se prejudica a defesa”, disse Tiago Lenoir, nomeado para compor a defesa de Bruno. A juíza Marixa Fabiane Lopes informou que a decisão será anunciada nesta quarta-feira, quando começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa.

Professor de Direito, ele assumiu em meio a um certo constrangimento causado por comentários feitos no microblog Twitter no dia anterior. “O Bruno e Macarrão deveriam confessar o crime de homicídio e negar a ocultação de cadáver e sequestro. Daí pega 6 anos e volta a jogar bola”, afirmou o advogado. Macarrão é Luiz Henrique Ferreira Romão, braço direito do goleiro e, assim como o amigo, processado pelo sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação do cadáver de Elisa. Lenoir ainda criticou os colegas. “A defesa vai continuar falando asneira e o Bruno será condenado a mais de 38 anos. Aposto uma cx (sic) de cerveja”, disse.

Ontem, ele declarou que os comentários foram feitos “hipoteticamente”, antes de ele assumir o caso, e que foram comentários feitos “como se fosse de qualquer um da população, de forma ampla”. E adiantou que a defesa manterá a mesma linha traçada por Rui Pimenta, de que não houve crime, já que o corpo de Elisa, desaparecida desde junho de 2010, nunca foi encontrado. Já Francisco Simim admitiu que a estratégia de Bruno ao destituir Pimenta era a mesma dos advogados de Bola. “A vontade dele (Bruno) era desmembrar (o processo)”, disse. “Ele pretendia protelar o próprio julgamento e, eventualmente, colher algum benefício do julgamento de Macarrão, caso ele venha a ser absolvido”, avaliou Henry Vasconcelos.

Foram encerrados os depoimentos das testemunhas de acusação e a expectativa inicial de duração do julgamento, de duas a três semanas, deve ser reduzida devido aos desmembramentos e à exclusão das testemunhas flagradas com celulares. Ao longo do dia, foram ouvidos o bacharel em Direito João Batista Alves Guimarães. Ele presenciou o depoimento de Clayton da Silva Gonçalves, primeira testemunha ouvida no julgamento, mas que havia alegado ter sofrido “pressão psicológica” e “ameaças” por parte de policiais. Guimarães desmentiu a testemunha, amiga de infância de Bruno e Macarrão.

Também foram ouvidos ao longo do dia a delegada Ana Maria dos Santos, uma das responsáveis pelas investigações da Polícia Civil, e o detento Jaílson Alves de Oliveira que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, a mesma unidade onde estão Bruno, Macarrão e Bola. Ele confirmou depoimentos prestados à Justiça e à polícia, de que ouviu Bola assumir que matou Elisa, queimou o corpo e jogou as cinzas em uma lagoa da região metropolitana de Belo Horizonte, e fez uma série de outras acusações contra o grupo, já investigadas mas nunca comprovadas pela polícia.

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