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Massagens orientais

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Dr.  Jorge Boucinhas   médico e professor da UFRN

Nos últimos vinte anos, as técnicas orientais de massagem têm, gradativa mas firmemente, conquistado espaço no Ocidente.   Por vezes ainda prejudicadas pelo descrédito dos círculos médicos oficiais, há muito que podem oferecer, pois constituem métodos altamente eficazes para a prevenção e o tratamento de muitas enfermidades.

Nas últimas décadas passaram a ser assimiladas pelas técnicas ocidentais, sendo que um dos resultados dessa fusão foi o surgimento de um novo tipo de massagista, mais informado e flexível. Essa mescla não é, entretanto, um processo acabado.   No Brasil, por exemplo, elas ainda permanecem muito ligadas à imagem da própria pessoa massageando, em si mesma e com as pontas dos dedos, alguns pontos específicos. Na China e no Japão, porém, massagem é algo muito mais amplo. Acredita-se que o conceito restrito que se faz dessa modalidade terapêutica seja decorrência da maneira como foi levada aos Estados Unidos (de lá vindo para estas Terras de Santa Cruz), onde, para evitar problemas com a medicina oficial, limitou-se praticamente à automassagem.

Em meados da década de 70, a Organização Mundial de Saúde, visando minorar os problemas de saúde dos povos subdesenvolvidos, pronunciou-se no sentido de que cada nação não se esquecesse de sua Medicina tradicional local e incentivou pesquisas que viessem (ou não!) a confirmar as tradições populares. A atitude tomada por esse órgão internacional destacou a importância da prevenção, campo onde a massagem oriental vem atuando, em todo o mundo, com resultados excelentes. Já na China de antanho, antes do início de cada estação, os médicos visitavam seus pacientes, em geral famílias inteiras, para estimularem por meio de massagem e Acupuntura os órgãos que esperava-se serem mais sobrecarregados no período. Caso os pacientes atendidos viessem a adoecer o médico não recebia seus honorários.

Mas a massoterapia, no Oriente, sempre foi mais que isso, caracterizando-se, também, como poderosíssimo meio de comunicação interpessoal. Muitas famílias japonesas, por exemplo, ainda mantêm o saudável hábito do toque, se bem que seguindo certos padrões: os avós massageiam os netos, que massageiam os pais, os quais, por sua vez, massageiam os avós. Tal costume, além de aproximar as gerações, toma mais fácil o entendimento entre as pessoas.   A comunicação íntima que acontece por meio da massagem é o que a toma especial frente às outras modalidades de tratamento.   Igualmente à Acupuntura, ela é capaz de tratar e sanar males físicos e mentais, no entanto, quando se trata de problemas emocionais, o toque humano, sem dúvida, oferece ajuda mais eficiente do que as frias agulhas.

Alguém que esteja, por exemplo, sofrendo com a perda de um ente querido, poderá manifestar disfunção de determinados órgãos e, além disso, possivelmente terá necessidade de um apoio de base sensorial que a massagem pode promover. A postura do profissional dessa atividade parece estar sendo a principal responsável pelo crescente sucesso que ela vem obtendo. Essa postura traduz-se pela maneira com que se dá o contato com o doente, atento e afetivo, pois tanto para o massagista quanto para os demais especialistas que trabalham com as diversas formas de “terapias suaves” (Homeopatia, Acupuntura, Oligoterapia, Florais, etc), é necessário conhecer muito sobre o paciente: sua vida, seus hábitos, os antecedentes do problema apresentado, etc.    Além disso, observa-se uma atitude de incentivo ao poder de autocura do enfermo, o que fortalece sua autoconfiança.

Tanto o Do-in quanto o Shiatsu têm como base os mesmos elementos da Acupuntura, com o reconhecimento da existência de uma energia vital (ou Chi) caracterizada pelas polaridades Yin-Yang, que circula no organismo por meio de Meridianos, verdadeiros canais de energia, os quais conectam pontos que apresentam propriedades específicas. Também levam em conta a relação existente entre tais canais e os órgãos do corpo humano, assim como o efeito decorrente de estímulos aplicados em certas áreas da pele sobre determinados órgãos. No Do-in estimulam-se apenas alguns pontos do canal energético em desequilíbrio, ao passo que no Shiatsu o canal inteiro recebe estímulo através do massageamento de toda sua extensão. Ademais, ao invés de ser aplicada em todo o corpo, pode-se fazer uso apenas de pés, mãos e orelhas, que possuem zonas reflexas de todos órgãos e vísceras interiores.

Mas há ainda muita coisa interessante a merecer ser revista.   Deixe-se-o para a próxima semana. Até lá!

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