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Matrícula do ensino superior cresce 110 por cento em dez anos

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Brasília (AE) – O número de brasileiros matriculados no ensino superior cresceu, nos últimos 10 anos, 110%. São, hoje, 6,5 milhões de universitários no País, 173 mil deles em cursos de pós-graduação. O ritmo de crescimento, comemorado pelo Ministério da Educação, levará o Brasil – se for mantido – a alcançar, daqui a outros 10 anos, a meta do Plano Nacional de Educação de termos uma taxa de escolaridade bruta superior de 50% – um número menor do que o do Chile, e muito inferior ao da Argentina.

Hoje, o Brasil tem uma taxa bruta de escolaridade de 34,4% – isso significa que o número de estudantes nas universidades representa pouco mais de um terço dos jovens de 18 a 24 anos. No entanto, a taxa bruta considera universitários de todas as idades. A taxa líquida, que leva em conta apenas o número de estudantes nessa faixa etária, é de 17%. Para atingir a meta, de 33% no PNE que está para ser votado no Congresso, o País terá de quase dobrar o número de matriculados.

Mantido o índice de avanço registrado na última década, a meta é possível. “Tivemos um incremento muito forte e completamente coerente com a meta do PNE. Se mantivermos esse ritmo será possível até mesmo superá-la”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

A maior parte desse crescimento ainda se concentra nas universidades privadas. Apesar de as matrículas nas instituições federais terem crescido 86% nesse período – nas estaduais o aumento foi de 66% – e terem alcançado 938,7 mil alunos, as escolas particulares ainda possuem cinco vezes mais alunos. A proporção também se mantém na oferta de vagas nos vestibulares e entre os formandos.

O número de estudantes que concluem a graduação aumentou duas vezes e meia desde 2001, mas menos de 20% destes estão em universidades públicas. O número de formandos nas federais – pouco menos de 100 mil por ano – representa 10,3% de todos os formandos do País. Ainda assim, as federais tiveram também um aumento considerável de ingressantes. O número de vagas nos vestibulares – refletindo o período recente de criação de 14 novas universidades e 47 novos campi – mais do que dobrou na última década, chegando a 302,4 mil.

A maior parte desses alunos, no entanto, continua sendo obrigado a enfrentar cursos diurnos, muitas vezes em pelo menos dois períodos. O censo revela que, hoje, 63,5% dos universitários estudam à noite, um número que o MEC fez questão de destacar. No entanto, essa não é a realidade das federais. Apesar do projeto de expansão prever um aumento das aulas à noite, os dados do Censo relativos a 2010 mostram que apenas 28,4% das matrículas são noturnas, enquanto nas privadas passa de 70%.

Ensino a Distância

Brasília (AE) – O Censo mostra, mais uma vez, o crescimento acelerado do Ensino a Distância (EAD). Hoje, essa modalidade já concentra 14,6% das matrículas superior, quando em 2001 praticamente não existia. Quase a metade dos estudantes – 45,8% – é de cursos de licenciatura. A média de idade dos estudantes também é mais alta: enquanto nos presenciais fica em torno de 26 anos, chega a 33 no EAD.

“O Ensino a Distância está atingindo um público que talvez não tivesse acesso à educação superior de outra forma”, afirmou Haddad. No entanto, a qualidade desses cursos não é sempre a que o governo gostaria, como admite o próprio ministro. Há preocupações com a estrutura para os encontros presenciais e também com o material usado por esses cursos. Em 2008 o MEC precisou fechar uma instituição que matriculou, em apenas um ano, 150 mil pessoas.

A avaliação de Haddad é que o porcentual de matrículas no EAD seria ainda maior se o Ministério não estivesse controlando. “Na década de 1990 nós tivemos um crescimento na educação presencial que não estava bem administrado e não queremos que o mesmo aconteça com a EAD. O que queremos é um crescimento saudável. Se liberássemos a expansão esse número duplicaria ou triplicaria em pouco tempo”, afirmou.

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