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Medidas enérgicas surtem efeito nos postos

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Parece ter chegado ao fim a peregrinação do natalense por atendimento médico. Na manhã de ontem, em quatro das cinco unidades de pronto-atendimento da Cidade, além de postos de saúde não havia furos na escala. Com dois plantonistas atendendo por plantão, a secretária Ana Tânia Lopes Sampaio atribui a presença dos profissionais a uma série de medidas adotadas, que vão desde a notificação de médicos faltosos ao corte no salário daqueles que não participaram do censo médico.

Segundo a secretária, as medidas enérgicas buscam não apenas valorizar, mas sobretudo “moralizar” o atendimento prestado à população. O índice de faltosos nas unidades reduziu em média 80%, em relação a maio do ano passado. A manutenção do serviço se deve ainda à contratação de 138 médicos, que foram remanejados para suprir a carência de médicos nas unidades de saúde.

“O censo médico marcou o início da moralização do serviço na rede de saúde Natal. Os médicos sabem que precisam trabalhar para receber e que estamos trabalhando para oferecer as melhores condições. Este processo conta ainda com o apoio do Conselho Regional de Medicina no sentido de notificar os médicos e cobrar não apenas direitos, mas o cumprimento de deveres”, disse Ana Tânia.

Mesmo com duas horas de atraso, os médicos compareceram aos plantões nos Pronto-atendimento de Cidade da Esperança, zona Oeste, e de Mãe Luíza, zona Leste da cidade, que no início da manhã de ontem estavam referenciando pacientes para o Hospital dos Pescadores, nas Rocas, Pronto Atendimento de Cidade Satélite e Sandra Celeste, que trabalham com a escala completa.

Para a Cidade da Esperança, considerado o caso mais crítico segundo a secretária, foram contratados 18 médicos e houve baixa de nove, por pedido de demissão e por afastamento por licença médica ou tempo de serviço. No local, não havia filas e os pacientes estavam há menos de 20 minutos na espera. “Ele chegou e já vai ser atendido, não teve muito trabalho”, disse o estudante Antônio Barros, que acompanhava o avô Manoel Barros, que se queixava de pressão alta.

Em Mãe Luíza, cinco profissionais foram remanejados para dar suporte à unidade. “estamos trabalhando sem sobrecarga de trabalho e podemos atender mais pessoas, já que não fica só um médico para as urgências e ambulatório, que são a maioria dos casos”, disse a plantonista Maria das Graças Chacon Matos.

No Posto de Saúde do bairro Nordeste, pacientes aguardavam o início da marcação de consultas. No local, quatro equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) faziam o atendimento à população do entorno. A demora segundo os usuários é apenas para marcação. O número de fichas reduzidas obriga adiar o atendimento para a semana seguinte. A dona de casa Paula de Oliveira, 27, que tentava uma ficha para atendimento ginecológico e pediátrico reclamava do serviço ser prestado pelo mesmo profissional. “Aqui é um médico para tudo e por isso, só liberam uma ficha e querem restringir o atendimento. Acho que deveria ter ao menos pediatra”, lamenta.

A auxiliar administrativa Jeanny Francilino estava esperando há mais de uma hora para tomar uma injeção. “Estou sentindo dor e o médico consultou, mas a pessoa da vacina está atrasada. É assim quando tem uma coisa, falta outra”, disse.

A aposentada Maria Zélia da Silva, 60, foi a única que não conseguiu marcar consulta. Isto porque não há atendimento psiquiátrico e o encaminhamento não foi possível, devido ser moradora da zona norte. “Há um ano eu tento e não acho atendimento em lugar algum”, disse Zélia Silva.

Na unidade, não há problemas de desabastecimento hospitalar. “Nós estamos aguardando apenas uma remessa de material de limpeza e higiene, mas há um pouco de tudo. Por que trabalho com reserva de 10%”, disse o administrador Edmilson Moraes.

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