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Melhoria da malha férrea é iniciada

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Margareth Grilo – repórter especial

Enquanto aguarda a licitação do VLT – Veículo Leve sob Trilhos, marcada para 31 de outubro, a Superintendência da Companhia de Trens Urbanos, em Natal, iniciou os serviços de reforma e adaptação da malha ferroviária Norte e Sul. A previsão é substituir cerca de 20 km de trilhos e dormentes ao longo dos 56 km da via permanente para atender a modernização do sistema. As obras foram iniciadas pelo pátio da Estação Natal, na Ribeira, onde estão estocados mais de 5 mil dormentes de concreto e 10 quilômetros de trilhos. Outros sete quilômetros de trilhos e sete mil dormentes já foram encomendados.
Estruturas de concreto, mais resistentes, irão substituir as de madeiras que estão degastadas
Os primeiros VLTs devem começar a operar entre maio e junho de 2014 e, até lá, segundo o superintendente da STU/Natal, João Maria Cavalcanti, será necessário fazer adaptações, nas paradas do sistema e nos cruzamentos da linha férrea com as principais avenidas da cidade. Nas paradas, a STU/Natal planeja, além de modernizá-las, duplicar a linha férrea, construindo desvios que vão permitir a ultrapassagem de veículos, em dois sentidos. Nos trechos onde for necessária essa adaptação, a CBTU precisará de uma área de aproximadamente 100 metros. Ao todo, são 22 estações nas duas linhas existentes.

Hoje, segundo João Maria, não é possível ainda dizer se haverá necessidade de desapropriações. “O projeto básico que será contratado é que vai fazer o levantamento de cada metro da via permanente”, afirmou o superintendente. Ele informou que, até dezembro, quer lançar a licitação para contratação da empresa que vai elaborar o projeto básico de arquitetura de engenharia para a modernização das paradas e dos acessos, e a automação do sistema. Esse projeto estava previsto em 2008, mas foi abortado por falta de recursos.

O superintendente da STU disse que corre contra o tempo. “Assinado o contrato para a fabricação dos VLTs, vamos ter 15 meses até a chegada do primeiro veículo e precisamos correr para modernizar o sistema”, disse ele. Além da licitação para o projeto básico, a STU/Natal ainda terá que iniciar o processo para contratação da empresa que executará as obras de engenharia. Ele evitou divulgar valores para contratação do projeto básico, mas disse que a verba está assegurada no Plano de Ação 2013 da Companhia.

Já os recursos para a execução das obras serão do PAC Equipamentos, que prevê para o Rio Grande do Norte R$ 154 milhões. Desse montante, R$ 50 milhões serão gastos com a aquisição dos doze VLTs. O restante será aplicado na modernização do sistema. “Como esses recursos estão garantidos por lei, quero aprovar um modelo padrão para as paradas. Acho melhor derrubar as que temos e construir paradas modernas. É mais fácil e mais rápido”, afirmou João Maria.

No caso dos cruzamentos, será necessário uma articulação com o governo do Estado e a Prefeitura de Natal. “O que depende da CBTU”, afirmou João Maria, “estamos  planejando e vamos executar, mas, nesse caso, é preciso sentar com o governo e com a Prefeitura para estudar uma solução para os cruzamentos, que sofrerão grande impacto”. Ele citou como exemplo um dos trechos mais movimentados de Natal, a passagem da linha férrea no cruzamento da avenida Bernardo Vieira com a rua Sampaio Correia, nas Quintas. “Com o VLT, nós teremos a cada trinta minutos, no mínimo, dois trens, indo ou voltando. Por isso, é preciso estudar esse impacto e definir mudanças até o início da operação do VLT”, cobrou João Maria. A previsão,  segundo a STU/Natal, é de que a empresa fabricante conclua a entrega dos 12 VLTs, num prazo de 32 meses, a partir da assinatura do contrato.  

A licitação do VLT seguirá o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), na forma presencial. As propostas serão recebidas em sessão pública, conduzida pela Comissão Especial de Licitação na sede da Companhia, no Rio de Janeiro, a partir das 10h do dia 31. O projeto contempla às linhas Norte (Natal/Ceará-Mirim) e Sul (Natal/Parnamirim) em sua totalidade, ou seja, nos 56,2 km de via existente na região. A previsão é de que, 15 dias após a licitação, o contrato seja assinado.

CBTU vai recuperar 20 Km de linha férrea existente

Após a conclusão dos serviços de reforma no pátio da Estação Natal, o próximo passo será a avaliação da malha ferroviária em toda sua extensão, de 56,2 km. Nessa vistoria, os técnicos da STU/Natal vão identificar os trechos mais críticos, onde será necessário fazer a substituição de trilhos e dos dormentes de madeira pelos  dormentes de concreto, mais resistentes, nas duas linhas disponíveis na CBTU-Natal, a Norte e a Sul. A primeira, a de maior extensão (38.5 km) integra Ceará-Mirim ao centro de Natal.

Essa linha, onde existem 12 estações, cruza Extremoz, passa por vários bairros da Zona Norte e pelo Alecrim até chegar à Ribeira. A segunda, com 17,7 km, integra Parnamirim à Ribeira, e possui 10 estações. A previsão da ST/Natal é de recuperar até 20 km de via permanente. “Nem todos os pontos precisarão ser recuperados”, afirmou o superintendente da STU/Natal, João Maria Cavalcanti.

Em toda a extensão da malha ferroviária, a STU/Natal além de fazer fixação de novos trilhos e dormentes, fará a recuperação da via. Isso inclui a limpeza dos terrenos, o nivelamento e o alinhamento dos trilhos, de forma a garantir segurança e qualidade ao sistema. Na área do pátio da Estação Natal serão substituídos mais de 500 metros de via linear, ou seja, mais de 1 km de trilhos do tipo TR37 darão lugar ao modelo TR45, mais resistente, durável e mais seguro.

A STU/Natal ainda não definiu como será o funcionamento das linhas, com a entrada do VLT, mas a previsão é de que o número de viagens aumente. A empresa está avaliando como será a divisão  e o tempo, mas João Maria garantiu que será bem inferior a uma hora que os usuários esperam hoje. Atualmente, a CBTU-Natal possui quatro locomotivas, movidas a óleo diesel e pouco mais de 100 funcionários, segundo dados do último Anuário Metroferroviário publicado no país.  Cada locomotiva circula a, no  máximo,  17 km por hora. A rede transporta, diariamente, cerca de nove mil passageiros. Esse número atinge a marca de mais dois milhões de pessoas por ano. Segundo João Maria a linha férrea será a mesma, sem ampliações. A exceção ficará para os trechos das paradas que serão duplicados.

Uma das necessidades, quando o sistema VLT entrar em operação será a integração  com o ônibus. Segundo o anuário metroferroviário 17 das 22 estações nas duas linhas existentes têm paradas de ônibus nas proximidades. Teoricamente, o passageiro poderia descer do trem e embarcar num ônibus. Contudo, a “integração” existente não contempla a possibilidade de usar a mesma passagem no trem e no ônibus, como acontece em outras cidades, como Recife e São Paulo. “É importante que a nova gestão já estude essa possibilidade”, sugeriu João Maria.

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