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Mercadante prevê ‘Natal dos tablets’

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A partir de setembro devem chegar ao mercado brasileiro os primeiros tablets já fabricados no país, com 20% de componentes nacionais, e mais baratos do que os encontrados à venda atualmente. A previsão é do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, um dos responsáveis no governo pela inclusão da indústria do tablet no Processo Produtivo Básico e na Lei do Bem (Lei nº 11.196), que reduz a zero as alíquotas pagas para o Programa de Integração Social e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins).

Devido à grande febre que se tornou o comércio de tablets pelo mundo, o Brasil viu na produção interna uma forma de impedir que os consumidores recorressem aos produtos importados e que apresentavam preços altos para a realidade brasileira. Com esse panorama, e com o objetivo de incentivar a produção dos tablets em território nacional, o Congresso aprovou uma medida provisória que determinou isenções para os tablets, que podem chegar a 80% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e 100% do PIS/Cofins. A medida, no entanto, a vale para as empresas que tiverem pelo menos 20% de toda a produção em território brasileiro e cumpram as regras do chamado PPB (Processo Produtivo Básico), elaborado em comum acordo com o Ministério de Indústria e Comércio e o Ministério da Ciência e Tecnologia. A projeção do ministro é otimista.

Mercadante calcula que os tablets poderão custar até 40% menos se os descontos dados pelo governo federal e por alguns estados para incentivar a produção local chegarem ao consumidor. “No Natal vai ter muito tablet barato e em todas as opções para o consumidor. Acho que nós vamos ter um belo momento na indústria da computação no país”, disse Mercadante.

Nove empresas já se inscreveram para produzir tablets no Brasil com incentivo fiscal (Samsung, Positivo, Motorola, Envision, AIOX, Semp Toshiba, LG, MXT e Sanmina-SCI) e mais seis estão com pedido em análise técnica (Itautec, Foxconn, Teikon Tecnologia, Compalead, Ilha Service e Leadership).

Segundo o ministro, o Brasil é o sétimo mercado para computadores e pode ser ainda mais atraente com a inclusão digital na educação. “Queremos levar [o tablet] para a escola pública e fazer como outros países já estão fazendo. Taiwan já acabou com o livro didático, só tem livro na biblioteca. O aluno lê toda a bibliografia por meio do tablet que também é um caderno eletrônico. A Coreia, em dois anos, não terá livro didático. É o próximo passo do nosso projeto”, disse Mercadante, que na semana passada esteve no Uruguai, onde todos os alunos da rede pública têm um microcomputador portátil e todas as escolas têm acesso à internet.

Se por um lado Mercadante demonstra otimismo de preços até 40% mais baixos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é mais moderado no prognóstico. Em recentes entrevistas, Mantega disse que a redução nos preços deve ficar em aproximadamente 31%. O ministro afirmou que o preço do tablet no Brasil será igual ao custo dos aparelhos no exterior. Contudo, o ministro argumenta que, com os incentivos dados para a produção dos tablets, somados ao forte mercado nacional, a tendência é que a produção aumente acentuadamente e os preços caiam ainda mais.

Ministro quer proximidade aos hackers

O ministro da Ciência e Tecnologia voltou a falar sobre intenção de aproximar do Ministério os hackers. Na abertura da 1ª Jornada de Trabalho de Defesa Cibernética, o ministro disse que a internet é estratégica porque já concentra um terço da movimentação financeira (depósitos e pagamentos) e, além disso, os sistemas de energia, de controle de trânsito e de tráfego aéreo também têm interface na rede. O ministro acredita que o Brasil precisa melhorar a sua capacidade de defesa e afirma que esse é um motivo para estar desenvolvendo tecnologia contra ataques como os ocorridos nos sites do governo federal e da Universidade de Brasília (UnB), em junho. Para isso, quer aproximação de parte dos criminosos cibernéticos.

“Todos os crimes que existem dentro da sociedade, existem na internet. Os crackers são especializados nesse tipo de ataque. Os hackers são os grafiteiros, os crackers são os pichadores. Os hackers constroem, os crackers destroem”, diferenciou.

Para Mercadante, “há jovens talentosos que desenvolvem softwares livres e querem mais transparência da administração pública e querem mais acesso às informações”. “Com esses, temos que dialogar, ter política pública e trabalhar junto. Os outros, nós vamos combater, prevenir e se nós tivermos um ataque saber defender-nos e se nós tivermos prejuízo saber restabelecer o serviço imediatamente”, prometeu.

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