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Mercado de trabalho sai da UTI

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Rio (AE) – Dois indicadores sobre o mercado de trabalho divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentaram melhora neste início de ano. O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 2,7% em janeiro em relação a dezembro de 2015, para 97,3 pontos, resultado que interrompe uma sequência de quatro aumentos no índice e sinaliza acomodação da tendência de alta na taxa de desemprego. Já o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cresceu 5,4% em janeiro ante dezembro, para 73,8 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015. O resultado aponta um arrefecimento da intensidade de queda na população ocupada no País nos próximos meses.

No entanto, a FGV reforça que os dados não revertem a tendência de deterioração no mercado de trabalho, apenas sugerem que o ritmo de aumento no desemprego e nas demissões acontecerá de forma mais lenta ao longo de 2016 do que ocorreu em 2015. “A taxa de desemprego deve continuar aumentando, mas mais devagar. Os empregadores estarão desligando menos funcionários e reduzindo as contratações em menor ritmo do que no ano passado”, afirmou Fernando de Holanda, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

Holanda lembra que as condições que prejudicaram o emprego nos últimos meses permanecem presentes, o que corrobora a persistência da tendência de alta no desemprego no País em 2016. A previsão para o ano é de nova retração no Produto Interno Bruto (PIB), de redução nos investimentos e de impacto limitado do pacote de estímulo do governo à economia via crédito, uma vez que as famílias continuam ainda muito endividadas. “A conjuntura econômica sinaliza que o mercado de trabalho vai continuar se deteriorando em 2016”, avaliou o economista.

O avanço no Indicador Antecedente de Emprego em janeiro foi impulsionado pela melhora no grau de satisfação dos empresários de serviços com a situação corrente dos negócios (12,8% em janeiro ante dezembro) e no ímpeto dos industriais de contratação de funcionários nos próximos três meses (7%). Os dados são retirados das sondagens de serviços e indústria, também apuradas pela FGV. “Isso significa, na verdade, que tem menos gente pessimista. Quer dizer que o mercado de trabalho vai parar de piorar no ritmo que vinha piorando, mas a tendência não é boa”, insistiu Holanda.

No final de janeiro, o governo da presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas no valor de R$ 83 bilhões  em créditos para estimular a economia e deter o desemprego, que aumenta sem parar desde o início do ano passado. O pacote foi bem recebido por empresários de diversos segmentos da economia, especialmente os da construção civil, setor que tradicionalmente emprega mão de obra menos qualificada em todas as regiões do País.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins disse que a oferta de crédito para o setor imobiliário pode não ser suficiente para repor os postos de trabalho já fechados na construção civil, mas ajudará a evitar o fechamento de novas vagas em 2016. Para o presidente do Brasdesco, Luiz Carlos Trabuco, a oferta de crédito  e bem-vinda não deverá pressionar a inflação e pode até ajudar a baixar os juros. Para ele,  o crédito neste momento difícil vivido pela economia brasileira, pode ajudar a preparar o país para a retomada do crescimento.

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