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Metadado expõe segredos na web

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Silke Wünsch– Deutsche Welle

Berlim  Quando se está na internet, cria-se, mesmo sem perceber, dados que são a todo tempo recolhidos e analisados. Uma busca por um sofá no Google, por exemplo, ilustra a situação: logo depois, anúncios de móveis começam a saltar à tela do computador. Tudo acontece através dos chamados cookies de rastreamento, que estão armazenados nos navegadores de internet e recolhem as migalhas deixadas nos sites visitados. O monitoramento é interessante para a indústria da publicidade, que pode se aproximar mais efetivamente de seus clientes. Mas há também outros interessados nessas informações.
Revelações de Edward Snowden colocaram em evidência monitoramento de dados na internet, considerado um sério problema
#SAIBAMAIS#É aí que os metadados entram em jogo. Os metadados são informações fornecidas em determinados conteúdos na internet. Em fotos digitais, por exemplo, há informações sobre a câmera com as quais elas foram tiradas, a resolução da imagem e o número da foto. As novas máquinas inteligentes têm sistemas de monitoramento e podem mostrar onde as imagens foram captadas.

São exatamente esses dados que interessam aos serviços secretos quando eles monitoram o tráfego de e-mails. Quem escreveu o que, para quem e quando, por exemplo. Essas informações estão disponíveis nos metadados: remetente, endereço, data e através de qual servidor o e-mail foi enviado.

Especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) queriam saber o quanto se pode descobrir sobre um usuário quando se tem acesso a seus metadados. Em uma página chamada NSA Yourself (NSA você mesmo, em tradução livre), os usuários podem, através de suas contas do Google, ver o que os metadados revelam sobre o seu tráfico de e-mail. A resposta pode ser reveladora.

Pode-se determinar facilmente quantas vezes um usuário se comunicou com o outro, o que pode levar a conclusões baseadas apenas em com quem se está comunicando. Assim, um inocente pode levantar suspeitas só por estar no círculo de conhecidos de quem é realmente um suspeito. E isso sem se abrir ou ler qualquer e-mail.

Com as revelações feitas por  Edward Snow, ex-funcionário de uma empresa que presta serviços a CIA, o monitoramento de dados na internet entrou em evidência como um sério problema para a sociedade, em todas as partes do mundo. Embora muitos usuários argumentem que não têm nada a esconder, eles reconhecem que o fato de as autoridades poderem não só ler seus e-mails, mas também ouvirem ligações telefônicas, é preocupante.

“Em princípio é apenas uma coleta de dados. Então essas informações são colocadas em um programa que obtém todos os parâmetros. Isso tudo é feito com o uso de máquinas”, explica Jörg Bruns, especialista em tecnologia de informação.

Essas máquinas podem ver, por exemplo, que Osama bin Laden enviou 30 e-mails para Jane Smith (nome fictício) nos últimos dois anos. Bin Laden está morto, mas Jane Smith ainda está viva e essa é a informação interessante. Em seguida, o conteúdo dessas mensagens acabou analisado e nada foi encontrado.

Existem programas que criptografam e-mails, mas eles são utilizados por poucos usuários da rede. Programas como TrueCrypt ou GnuPrivacyGuard são encontrados facilmente na internet, segundo o especialista Burkhard Schröder. O grande problema é que a criptografia dos e-mails só é possível se o emissor e o receptor utilizarem o mesmo programa de criptografia.

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