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Ministro promete mais vagas de UTIs

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu, na manhã de ontem, em visita à Governadoria para orientações no combate à dengue, trabalhar pela expansão do número de leitos de UTI no Rio Grande do Norte. De acordo com Padilha, em uma reunião com a governadora Rosalba Ciarlini ficou definido que o Estado e o Município trabalhariam em conjunto para ativar leitos ociosos em hospitais públicos. A medida serviria inclusive como segurança para uma eventual epidemia de dengue no Rio Grande do Norte.

O ministro Alexandre Padilha informou que seriam ativados leitos de UTI em quatro frentes: no Hospital Estadual Rui Pereira, no Hospital Universitário Onofre Lopes, Hospital da PM e Hospital do Exército. Esses dois últimos seriam utilizados exclusivamente como leitos de “reserva” para eventuais casos mais graves de dengue, numa possível epidemia. Como se sabe, o RN está colocado como estado com risco alto de epidemia em 2011. Ao mesmo tempo, a questão das UTI´s veio à tona após a abordagem de uma paciente da UPA de Pajuçara, à procura de um leito para o sogro.

A Unidade de Pronto-atendimento de Pajuçara foi o primeiro local visitado pelo ministro Alexandre Padilha, ao contrário do que havia sido divulgado anteriormente. A visita ao Hospital Giselda Trigueiro não pôde ser realizada por falta de tempo hábil. Na UPA, a chegada de Alexandre Padilha, junto da prefeita Micarla de Sousa e da governadora Rosalba Ciarlini, causou um princípio de tumulto. Assessores do ministro, profissionais da imprensa e gestores municipais competiam por espaço nos apertados corredores com os pacientes à espera de atendimento. O foco do ministro nesse momento foi fiscalizar o protocolo de atendimento à dengue.

A enfermeira da UPA de Pajuçara, Lorena Silva, foi abordada pelo ministro para explicar como funcionava o protocolo de atendimento às suspeitas de dengue. Um dos pontos negativos foi a ausência do “Cartão da dengue”, um documento no qual consta o histórico do paciente com a doença, quantas vezes contraiu, a gravidade, etc. A Secretaria de Saúde se comprometeu a resolver o problema, tendo em vista que os cartões ainda não chegaram. “Eu expliquei para ele como funciona o protocolo e disse que o cartão ainda não chegou”, explicou Lorena.

Após a vista à UPA, o ministro se reuniu com a governadora Rosalba Ciarlini e a prefeita Micarla de Sousa. Segundo informações, falaram sobre as UTI´s e o combate à dengue. No fim da agenda em Natal, Alexandre Padilha falou com prefeitos e secretários de saúde de 20 municípios. “O combate à dengue começa na casa do cidadão, conscientizando, porque 80% dos casos estão localizados dentro da casa das pessoas. O Estado não tem acesso irrestrito às residências, então a própria população precisa ser conscientizada”, explicou.

Os prefeitos foram aconselhados a criar comissões intersetoriais dentro das administrações, com a participação de secretários de diferentes áreas, à exemplo do que foi feito no Governo Federal por determinação da presidenta Dilma Rousseff. “Fizemos no Governo Federal e aconselho a fazerem o mesmo nas prefeituras. Vocês devem fazer isso. Até porque a dengue é um problema de saneamento, educação e infraestrutura”, encerrou.

Dona de casa pede vaga em terapia intensiva

Durante a vista à UPA de Pajuçara, o ministro Alexandre Padilha foi abordado, já na saída, pela dona de casa Antonia Fabrício da Silva, de 37 anos. Chorando muito, Antonia pediu ao ministro para viabilizar uma vaga para o sogro, Manoel Nunes da Silva, de 69 anos, há 12 dias esperando um leito de UTI após sofrer um acidente vascular cerebral. Antonia estava acompanhada da sogra, Maria Cruz da Silva.

“O médico diz que ele só faz piorar e que aqui tem todos os aparelhos, mas eu sei que uma UTI é melhor”, disse, chorando muito, ao ministro. Padilha conversou com a dona de casa. Segundo o ministro, havia possibilidade de tratamento na UPA, mas o poder público iria procurar um leito para Manoel Nunes. Nesse momento, a prefeita Micarla de Sousa também intercedeu, explicando que não havia vaga sequer na rede privada contratada. “O problema da falta de UTI no Rio Grande do Norte é crônico e já vem de um certo tempo”, disse Alexandre Padilha.

A prefeita Micarla de Sousa se comprometeu a resolver o problema ainda ontem e a comitiva do ministro deixou o prédio da UPA logo em seguida. Antonia da Silva falou com a imprensa após o episódio. “Eles prometeram, mas eu sou como São Tomé: só acredito, vendo”, disse. E complementou: “Já são 12 dias aqui sem nenhuma melhora e ao mesmo tempo a gente não consegue a transferência. Quero saber se meu sogro vai morrer à míngua. Será que nessa cidade desse tamanho não tem uma vaga de UTI?”.

Como se sabe, o problema da escassez de leitos de UTI se arrasta há anos no Rio Grande do Norte, assim como em outros estados do Brasil. Nessa última semana, um menino de 3 anos, Matheus Brito da Silva, esperou por três dias por uma UTI em estado grave após se engasgar com um “caroço de pitomba”. Depois de todo esse tempo, Matheus entrou no protocolo de verificação de morte cerebral. Segundo profissionais de saúde, tempo de espera foi fatal e foi diagnosticado dano neurológico grave. Matheus foi atendido no Hospital Santa Catarina.

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