Centenas de fiéis foram à Catedral Metropolitana de Natal ontem para acompanhar a celebração da Quarta-feira de Cinzas. O rito marca o início da Quaresma, tempo litúrgico devotado à penitência e conversão em preparação à Páscoa. Na tarde de ontem, a Santa Missa foi presidida pelo Padre Shirleno Sharlysson, que relembrou aos fiéis que o diálogo com Deus se dá na oração em silêncio, sem anúncio ao mundo do que é feito em favor do próximo. “E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa”, dizia o Evangelho do dia.
#SAIBAMAIS#Na celebração, o padre abençoou as Cinzas dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano passado, que representam o pó ao qual voltaremos, conforme descrito na Bíblia. Conforme detalhado pela Igreja, os homens cobriam-se de cinzas para exprimir sua dor e humilhação. Nos primeiros séculos da Igreja, os penitentes públicos apresentavam-se na Quarta-feira de Cinzas diante do padre ou do penitenciário para pedir perdão, revestiam-se de um saco, como sinal de sua contrição, e cobriam as cabeças. O rito foi estendido a todos os fiéis, com o passar dos tempos, e desde o Papa até os mais novos membros da comunidade, se submetem à tal “expressão de arrependimento”.
No Evangelho de ontem, Mateus escreveu aos discípulos chamando atenção para “não praticar a vossa Justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles”. O padre Shirleno Sharlysson esclareceu a passagem aos fiéis destacando que todos os atos de caridades e até mesmo as orações devem ser feitos em silêncio, sem que haja publicização. Adiante, o mesmo Evangelho destacou: “quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé”. O padre frisou que a oração se faz em silêncio, longe do burburinho e num contato íntimo com Deus.
