O Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Militar cumpriram, na manhã de ontem, seis mandados de busca e apreensão em três imóveis localizados em Natal e Parnamirim. Pelo menos dois deles eram ligados diretamente ao deputado estadual Gilson Moura (PROS). De acordo com informações da assessoria de imprensa do órgão, que divulgou uma nota oficial, a operação foi um desdobramento da “Pecado Capital”, deflagrada no dia 12 de setembro de 2011 e que investigou desvios de dinheiro público no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem/RN).
O objetivo da movimentação policial de ontem, que foi iniciada nas primeiras horas da manhã, era fazer a coleta de documentos ou outros meios de prova, assim como apreender bens relacionados com a investigação de desvio de recursos públicos. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
Segundo o comandante geral da Polícia Militar do Estado, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, a corporação cedeu seis equipes compostas por homens do Batalhão de Choque (BP Choque), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), Companhia Independente de Proteção Ambiental (Cipam) e Companhia de Turismo (CPTur). Porém, Araújo não forneceu mais informações sobre a busca e apreensão.
Na nota divulgada ontem, o Ministério Público o procurador geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, esteve pessoalmente acompanhando as buscas, uma vez que preside as investigações que deram origem às buscas. Um dos alvos do MP e da PM, foi a residência do parlamentar, localizada num condomínio de luxo em Nova Parnamirim.
Cerca de cinco policiais teriam estado no local fazendo a apreensão, logo no início da manhã. Por volta das 9h10, duas viaturas, uma da Cipam e outra da CPTur, deixaram o condomínio, cada uma com quatro PMs. Um policial que participava da operação confirmou a movimentação, mas não quis informar detalhes. Pouco depois, um veículo onde estariam os promotores de Justiça que acompanhavam o caso saiu do local.
#SAIBAMAIS#Inicialmente, a impressão foi de que o parlamentar estaria no veículo descaracterizado que deixou o condomínio, mas o MP negou. Dentro do carro, um homem de boné seguia no banco de trás, acompanhado de um policial aparentemente da Cipam. Contudo, a assessoria de imprensa informou à reportagem que ninguém foi preso na operação e que o deputado não foi encontrado naquele ou em qualquer um dos outros imóveis que passaram por varreduras.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE também tentou entrar em contato via telefone celular ou pessoalmente com o próprio parlamentar acusado, mas não teve êxito.
Gilson Moura é acusado, pelo Ministério Público Federal, de envolvimento na contratação de funcionários fantasmas no Ipem/RN durante a gestão de Rychardson Macedo. O caso é investigado na Operação Pecado Capital. Segundo o MPF, entre os crimes investigados na operação estão os de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, de lavagem de dinheiro com uso de empresas de comércio de veículos e de alimentos, bem como de fraude a licitações.
