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MS dará prioridade a jovens em transplantes

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Rio (AE) – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem, no Rio, a nova regulamentação do Sistema Nacional de Transplantes, que passa a vigorar a partir da publicação no “Diário Oficial da União”. Com as mudanças, crianças e adolescentes menores de 18 anos passam a ter prioridade para receber órgãos de doadores da mesma faixa etária e poderão entrar na fila de transplante de rim antes de entrarem na fase terminal da doença.

Temporão: benefícios a pessoas com maior perspectiva de vida“É uma medida que tem um custo pequeno e, em tese, beneficia pessoas que tem uma maior perspectiva de vida produtiva e futura pela frente”, justificou Temporão. O impacto da implementação da nova legislação, que inclui aumento nos valores pagos pelo SUS a procedimentos ligados a transplantes, será de R$ 24,1 milhões no orçamento do Ministério até o final do ano que vem.

Além da priorização de menores de 18 anos, doadores que tenham alguma doença transmissível, como hepatite, poderão doar seus órgãos a pacientes que tenham a mesma doença e assinem um termo de consentimento. Tal prática já era autorizada pelas centrais de transplantes do Rio Grande do Sul e São Paulo e também realizada por algumas equipes médicas, em condições muitas vezes nebulosas.

No ano passado, o médico Joaquim Ribeiro Filho, pioneiro na realização de transplantes de fígado, foi acusado de furar a fila de espera ao transplantar órgãos “marginais” (fora da condição ideal) em seus pacientes. Ele alega que o fígado seria jogado fora porque a legislação não era específica sobre o assunto. Ribeiro Filho foi absolvido na esfera administrativa e aguarda julgamento do processo criminal.

Um dos problemas evidenciados pela denúncia contra o médico carioca foi a desorganização da fila de espera, que continha dados desatualizados de pacientes mortos, já transplantados e cujo estado de saúde era diferente do que aparecia na lista. Para dar mais transparência à fila, será implementado um sistema informatizado até o final do ano.

Similar ao utilizado pela Central Estadual de Transplantes de São Paulo, o novo programa permitirá à equipe médica a atualização online do prontuário do paciente. Quem estiver à espera de um órgão também poderá ver na internet a sua posição e o andamento da fila.

O novo regulamento também dificulta a comercialização de órgãos como fígado e rim, que podem ser feita por pessoas vivas. A doação entre não aparentados que, pela regra antiga, era feita com autorização judicial, passa agora a ter que passar pelo aval de uma comissão de ética formada por funcionários dos hospitais. O transplante de pele e tecidos também foi normatizado pelo Ministério.

Para dar agilidade à captação, serão criadas cem equipes de Organizações de Procura de Órgãos (Opos). Formadas por médico, enfermeiro e um auxiliar administrativo, elas serão responsáveis por estimular as equipes a identificar e buscar consentimento das famílias de prováveis doadores.

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