sábado, 11 de maio, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 11 de maio, 2024

Muamar Kadafi ataca insurgentes

- Publicidade -

Tripoli (AE) – Forças leais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, combateram ontem os insurgentes  pelo controle da cidade de Az Zawiyah, que fica 50 quilômetros a oeste de Tripoli. Az Zawiyah é a quarta maior cidade da Líbia. Mais cedo, o principal canal da televisão estatal líbia disse que a cidade foi tomada, mas os insurgentes negaram a informação e afirmam que os combates prosseguem. Testemunhas que estiveram no hospital de Az Zawiyah afirmam que 30 pessoas foram mortas, incluído o comandante dos insurgentes, o ex-coronel Hussein Darbouk. Pelo menos 120 pessoas ficaram feridas. “O hospital está cheio. Nós contamos 30 mortos”, disse um morador, que se identificou como Mohammed.

Rebeldes líbios se posicionam para enfrentar as tropas leais ao presidente Muamar Kadafi, que tenta tomar Marsa El-Brega e AjdabiyaA Associated Press confirmou que o comandante Darbouk, um coronel do exército líbio que desertou para os rebeldes, foi morto pelo disparo de uma arma antiaérea, disse Alaa al-Zawi, um ativista na cidade. Al-Zawi negou que a cidade tenha caído nas mãos de Kadafi. A explosão de um arsenal em Benghazi, que pode ter sido provocada por um ataque aéreo, deixou outros 17 mortos, o que eleva a 47 o total de óbitos no país magrebino. Em Tripoli, Kadafi ordenou que as tropas disparassem com munição de verdade contra manifestantes, após as preces na manhã desta sexta-feira.

Também ocorrem combates entre forças leais a Kadafi e insurgentes no complexo petrolífero de Ras Lanuf, que fica no Golfo de Sirta, a meio caminho entre Tripoli e Benghazi, segunda maior cidade líbia e a partir de onde os insurgentes controlam o Leste do país. Um médico do hospital da cidade vizinha de Marsa El-Brega, o doutor Abdul Fattah al-Moghrabi, que é diretor do hospital local, afirmou que os combates “deixaram muitos mortos e feridos”. Os insurgentes estão transportando seus colegas feridos em ambulâncias de Ras Lanuf a Marsa El-Brega. Um repórter da AFP viu uma ambulância chegar ao hospital com um homem morto numa explosão.

“Existem muitos mortos e feridos que não podemos alcançar por causa do tiroteio”, disse al-Moghrabi. Um insurgentes que se identificou apenas como Marai disse mais cedo que pelo menos 4 pessoas foram mortas num ataque de foguetes contra Ras Lanuf.
#SAIBAMAIS#
Mais cedo, pilotos leais a Kadafi bombardearam Marsa El-Brega e Ajdabiya. Uma testemunha local, contudo, afirma que não ocorreram danos e uma tempestade de areia interrompeu os ataques aéreos. Eles também atacaram a cidade de Misurata, 150 quilômetros a oeste de Trípoli, durante a madrugada de ontem, matando uma pessoa, disse uma testemunha. A fonte, que pediu anonimato, falou de Benghazi.

A testemunha afirmou que milhares de pessoas foram ao funeral do “mártir” em Misurata. Segundo ele, essa cidade, a terceira maior do país, permanece nas mãos das forças contrárias a Kadafi. “Eu vi dois helicópteros, mas não tenho certeza se os disparos partiram deles”, disse ele. “De qualquer modo nós ouvimos tiros com armas pesadas a noite toda”, relatou a fonte. Misurata passou ao controle dos rebeldes 10 dias após o início dos protestos contra Kadafi, em 15 de fevereiro. Há confrontos ocasionais entre forças pró e contra Kadafi nessa cidade desde então.

Explosão em Benghazi

Funcionários de hospitais disseram que a explosão em um arsenal, na cidade de Benghazi, matou pelo menos 17 pessoas. O médico Habib al-Obeidi, do Hospital Al-Jalaa, disse que a explosão ocorreu no arsenal de uma base militar, mas atingiu uma área residencial vizinha. Segundo testemunhas, explosões secundárias incendiaram dois caminhões que trafegavam pelas imediações.

Embora a causa da explosão não seja clara, os insurgentes disseram que foi uma sabotagem ou um ataque aéreo. Al-Obeidi disse que aparentemente a explosão ocorreu quando pessoas entravam no arsenal para pegar armas, mas outras pessoas culpam simpatizantes e forças de Kadafi de terem provocado a explosão. “Nós tivemos uma enorme explosão no arsenal. Nós não sabemos se foi sabotagem ou um ataque aéreo”, disse Mustafá Gheriani, porta-voz do Conselho Nacional dos insurgentes.

Sunitas e xiitas brigam no Bahrein

Manama (AE) – Milhares de manifestantes contrários ao governo seguiram ontem para a sede da televisão estatal do Bahrein após confrontos sectários entre sunitas e a maioria xiita terem provocado protestos no país do Golfo Pérsico. O confronto foi breve, mas destaca o crescimento das tensões depois de quase três semanas de manifestações que deixaram o pequeno reino insular num impasse entre a monarquia sunita e as demonstrações lideradas pelos xiitas, que reclamam de ampla discriminação e exigem mais voz nos assuntos do país.

Os manifestantes se dirigiram para a sete da emissora, localizada nas proximidades da capital, Manama, gritando palavras de ordem contra a dinastia sunita que governa o país há mais de 200 anos. Algumas mulheres levavam flores e as colocaram na parede de fora do complexo televisivo.

Na medida em que os levantes se espalham pelo Oriente Médio, o Bahrein permanece como o ponto mais volátil do Golfo, embora os protestos de desempregados tenham ocorrido nesta semana em Omã e grupos políticos de oposição planejem manifestações na semana que vem no Kuwait e na Arábia Saudita.

Ministros de Finanças do bloco regional conhecido como Conselho de Cooperação do Golfo pretendem se reunir no sábado para discutir um possível pacote de ajuda para Omã e para o Bahrein, os países mais pobres do canto mais rico do Oriente Médio.

A ação das forças de segurança deixaram sete mortos no Bahrein, país que abriga a 5ª Frota Naval dos Estados Unidos. O confronto, ocorrido na noite de quinta-feira entre sunitas e xiitas elevam os temores de que o Bahrein possa cair em profundos conflitos étnicos envolvendo os partidários da monarquia sunita e os xiitas, que representam 70% da população.

Refugiados enfrentam problemas na fronteira

Ras Adjir (AE) – Forças ligadas ao governante Muamar Kadafi, fortemente armadas, foram enviadas para o lado líbio da fronteira com a Tunísia e menos de 2 mil pessoas cruzaram a fronteira na quinta-feira, informou a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU disse  que mais de 200 mil pessoas deixaram a Líbia desde 15 de fevereiro, quando a rebelião contra Kadafi começou, e entraram na Tunísia, Egito e Níger. Do total, mais de 100 mil se refugiaram na Tunísia. “Nos dias anteriores, entre 10 mil e 15 mil fugiam por dia para a Tunísia. Ontem, menos de 2 mil pessoas cruzaram a fronteira”, disse Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR). “O ACNUR está muito preocupado com a possibilidade de a situação de segurança na Líbia estar impedindo as pessoas de cruzar a fronteira. A fronteira do lado líbio é agora ocupada por forças pró-governo fortemente armadas.”

“Se o controle militar líbio for reduzido nas rodovias e na fronteira, um enorme êxodo de pessoas poderá recomeçar”, alertou Fleming. Os que conseguiram cruzar a fronteira disseram ao ACNUR que “seus telefones celulares foram confiscados no trajeto, juntamente com suas câmeras”. “Muitos dos que cruzaram a fronteira pareciam assustados e não queriam falar”, disse a porta-voz.

“Acreditamos que há razões para isso, que eles devem ter sido intimidados de alguma forma.” A atual situação no caminho para a fronteira parece estar reduzindo o fluxo de pessoas da Líbia para a Tunísia. “Estamos ouvindo relatos…de que rodovias inteiras estão cheias de partidários militares de Kadafi, que há postos de verificação em todo o caminho”, disse ela.

Funcionários do ACNUR pretendem falar com o maior número possível de pessoas que cruzaram a fronteira “para descobrir por que os números caíram tão drasticamente”. Mas quatro refugiados que haviam acabado de cruzar a fronteira ontem disseram à agência France Presse que não haviam visto qualquer presença militar e que havia apenas policiais.

Polícia atira gás em manifestantes

A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão de manifestantes que exigiam a renúncia Kadafi no bairro de Tajoura, leste de Trípoli, após as orações desta sexta-feira, disse uma testemunha. Várias centenas de manifestantes haviam se reunido depois das orações semanais em Tajoura, local com forte presença de opositores, gritando palavras de ordem pelo fim do governo de 41 anos de Kadafi, mas a polícia antidistúrbio dispersou a manifestação.  Em outro ponto da capital, perto da praça Verde, um grupo de manifestantes contrários ao regime entrou em confronto físico com partidários do governo, disse outra testemunha à agência France Presse por telefone. As forças de segurança mantiveram distância da briga, mas dispararam para o ar e bloquearam o acesso ao local, informaram as testemunhas.  Na praça, cerca de 100 partidários de Kadafi realizaram uma manifestação de apoio ao líder líbio, que desde 15 de fevereiro enfrenta um levante que o fez perder o controle da maior parte do leste da Líbia.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas