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Mução é preso em operação da PF

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Fortaleza (AE) – O radialista de maior audiência no Nordeste brasileiro, Mução (Rodrigo Vieira Emerenciano), foi preso ontem pela Polícia Federal (PF), no bairro Meireles, em Fortaleza, durante a Operação DirtyNet, que investiga uma rede internacional de pornografia infantil. Mução, que nasceu em Natal, teve longa passagem pelo Rádio de Recife (PE) – dez anos -, tinha voltado para Fortaleza há três meses, de onde apresentava pela Rádio Cidade FM para uma rede de mais de cem emissoras nordestinas um programa de pegadinhas (“A Hora do Mução”), líder de audiência no Ibope, no horário das cinco às seis da tarde. Nesta quinta-feira, “A Hora do Mução” permaneceu no ar, porém foi apresentada uma reprise.
Rodrigo Vieira Emerenciano, o Mução tenta esconder o rosto quando era detido pela Polícia Federal no bairro Meireles, em Fortaleza
Com Mução foram apreendidos tablets, notebooks, HDs, CDs e DVDs que o envolvem com a rede de prostituição investigada pela PF. Ele é suspeito de compartilhar arquivos com cenas de menores em contexto de abuso sexual. O material apreendido na casa de Mução passa por um perícia especializada para a elaboração de um relatório nos próximos dias aos investigadores da PF. Caso o crime de pedofilia for comprovado nos equipamentos apreendidos com Mução, ele permanecerá preso em Fortaleza. Caso contrário será encaminhado para Recife.

Mução começou carreira na Rede de Rádio SomZoomSat de Fortaleza, no final dos anos 1990. Em 2002 ele foi para Recife, onde apresentou seu programa até março passado. Há três meses tinha voltado a residir em Fortaleza, de onde comandava “A Hora do Mução”, a partir da Cidade FM. Famoso por suas pegadinhas por telefone, onde apresentava os quadros em seu programa de rádio, Mução chegou a lançar três CDs com suas principais peças feitas combinadas com os ouvintes. Também no seu programa criou bordões que ficaram conhecidos em todo Nordeste. Destaque para “Respeita a Polícia”.. Ainda em seu programa fazia valer um acervo de “provérbios” que chamava de “Fuleirosofia”.

Mução é filho da ex-secretária da Receita Federal (2008-2009), Lina Maria Vieira. Ela se envolveu em um episódio com a hoje presidenta Dilma Rousseff, em julho de 2009, quando Dilma era ministra chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lina foi exonerada pelo presidente Lula após dizer ter testemunhado que Dilma teria solicitado agilização para livrar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de um processo na Receita Federal.

Operação também foi feita no Reino Unido

Porto Alegre (AE) – A Polícia Federal (PF) desarticulou uma rede internacional de compartilhamento de pornografia infantil na internet nesta quinta-feira. A operação, denominada DirtyNet (Rede Suja), teve apoio do Ministério Público Federal e da Interpol e prendeu 32 suspeitos em nove Estados brasileiros. A investigação, iniciada em dezembro do ano passado, identificou 160 usuários na América, Europa, Ásia e Oceania, dos quais 63 no Brasil e 97 no exterior.

A Interpol encaminhou notícias criminais aos 34 países que têm cidadãos envolvidos para que tomem providências de acordo com suas legislações. Durante o dia, a PF foi informada de que ações de combate à divulgação de pornografia infantil também haviam sido desencadeadas no Reino Unido e na Bósnia e Herzegovina. Depois da prisão de um homem com material pornográfico no final do ano passado, a PF passou a analisar os contatos que ele tinha e descobriu a existência da rede, constatando que a organização era fechada e só dava acesso a convidados aprovados pelos demais integrantes.

O material não era comercializado. A moeda de troca era o acervo de cada participante, que disponibilizava suas fotografias e vídeos e, com isso, tinha acesso às peças dos demais integrantes do esquema. O grupo usava um software de troca de arquivos criptografados para manter suas operações em sigilo. Durante as buscas, alguns policiais perceberam que os integrantes da rede se sentiam seguros pelo anonimato e foram surpreendidos pelos mandados de prisão.

O conteúdo eletrônico encontrado na investigação deixou policiais experientes perplexos. “Em minha experiência pessoal, isso é o que eu vi de pior”, revelou a delegada de Defesa Institucional Diana Calazans Mann, acostumada a casos do gênero, ao descrever cenas que viu como “repulsivas” e “abjetas”. O procurador da República na área criminal Rodrigo Valdez de Oliveira, que acompanhou toda a apuração, usou definições semelhantes. “São as formas mais repugnantes desse tipo de crime”.

Segundo a delegada e o procurador da República, as fotografias e vídeos mostram menores com idades de zero a 12 anos com genitália à mostra, adultos abusando de crianças, adolescentes e até bebês e crianças praticando sexo entre elas. Oliveira relata que um dos cinco presos no Rio Grande do Sul tinha 5,7 mil fotografias para compartilhar.

Os participantes da rede não têm um perfil definido. São de todas as classes sociais e de todos os níveis de conhecimento. A maioria vai responder por pedofilia, crime que pode levar a penas de três a seis anos de reclusão.

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