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Mulher do jardineiro é transferida de Parnamirim

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Marco Carvalho – repórter

Marlene Eugênio Gomes foi transferida do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim para a ala feminina do Complexo Penal Dr. João Chaves, na zona Norte de Natal. A mulher é acusada de participar do duplo homicídio registrado no bairro de Nova Parnamirim, que teve como vítimas Olga Cruz de Oliveira Lima e Tatiana Cristina Cruz de Oliveira Lima. A transferência de Marlene ocorreu após o registro de espancamento sofrido por ela dentro da cela do CDP. “As companheiras de cela souberam que participei das mortes das mulheres em Nova Parnamirim e partiram para cima de mim. Era eu sozinha contra mais de 40, não podia fazer nada”, disse à reportagem da TRIBUNA DO NORTE durante a tarde de ontem.
Marlene Egênio afirma que foi agredida por detentas da cela
Marlene é companheira do jardineiro João Batista Caetano Alves, que também está preso preventivamente por confessar ter assassinado Olga e Tatiana. Ambos foram encontrados pela polícia na quarta-feira passada em São Gonçalo do Amarante. Após prestar depoimento, foi levada para o CDP em Parnamirim. Com três celas na unidade, cada espaço abriga mais de 40 detentas. “No dia seguinte que estava lá, as companheiras de cela souberam do que eu tinha feito. Mas pensaram que eu tinha segurado a filha de Tatiana para que o João Batista a estuprasse. Mas não teve nada disso”, relatou.

Marlene sofreu pancadas na cabeças, chutes e arranhões. Depois, pediu para ser separada em uma cela que ficaria sozinha, mas teve o pedido negado em virtude da estrutura do CDP. Ela foi levada a outra cela, também com mais de 40 detentas, onde foi novamente agredida. Após o segundo registro, a direção solicitou sua transferência e teve o pedido acatado. De Parnamirim, Marlene agora está no Complexo Penal Dr. João Chaves, na zona Norte. Lá, divide a cela com outras quatro mulheres.

“Conversamos muito. Elas perguntam o que eu fiz e eu conto tudo. Mesmo assim tenho medo. Ninguém sabe o que pode acontecer dentro de um presídio”, afirmou Marlene em entrevista ocorrida dentro da sala da direção da unidade prisional. A mulher relatou novamente qual teria sido a sua participação nos assassinatos registrados. Ela relata ter chegado à casa na rua Antônio Lopes Chaves após o homicídio de Olga Cruz.

A companheira de João Batista declarou ter medo de tentar deixar a casa e também ser atacada por ele. “Quando cheguei, Olga já estava morta. Eu tremia muito e só obedecia o que ele mandava. Muitas vezes ele mandou eu furar a menina. Mas não quis. Em nenhum momento agredi ela”, contou. Marlene disse que João Batista deu um soco no rosto da menina de 10 anos de idade, filha de Tatiana, e depois a esganou. “Foi quando ela estava no chão e ele disse para eu pisar nela. Coloquei o pé e fiquei só fingindo. Depois vi que ela estava viva, mas não contei nada para o João”, afirmou.

Marlene relatou que a menina foi forçada a ajudar a dupla criminosa a colocar os eletrônicos da residência dentro do veículo da família para que fossem roubados. “Em todos os momentos a criança estava do meu lado. Ele gritava muito com ela e eu só pedia para ela obedecer. Depois das agressões, quando ele perguntou se a menina tava morta, eu disse que sim, mesmo sabendo que não”, afirmou.

Chorando em diversos momentos, Marlene pediu perdão à menina por não ter podido ajudá-la. “Não sei qual seria a pena mais adequada para mim. Quero que a Justiça diga isso. Para a menina, se a visse de novo, pediria perdão por não conseguir ajudar ela naquele momento”.

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