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“Música boa não tem validade”

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Após 30 anos de banda Blitz o cantor Evandro Mesquita, líder do grupo, acredita que o grande momento é o vivido atualmente. Turnê na estrada, integrantes sincronizados e um trabalho autoral.
Evandro Mesquita: “O Brasil sempre viveu grandes crises. É na crise que você tem que cortar o “s” e vai virar crie. Em todas as crises você tem que criar”
Se nos palcos mostra estar empolgado, na televisão não é diferente. O artista atua no programa Grande Família da Rede Globo. Dois trabalhos que o levam a exercitarem a criatividade em canais diferentes, como o próprio Evandro Mesquita descreve.

E o que a marca Globo, onde aparece o ator Evandro Mesquita, agrega ao cantor da Blitz. A resposta de pronto do artista é “nada”. Mas logo depois ele pondera: “A Globo ela dá visibilidade para a gente que está na área”.

A Blitz estará nos palcos de Natal no próximo dia 5 de julho, no Teatro Riachuelo. Aliás, é na capital potiguar que ocorre a estreia da turnê dos 30 anos da banda.

“No começo eu queria que minha turma da praia curtisse nosso som. Era eles que eu queria agradar”, diz Evandro Mesquita, lembrando do propósito inicial da Blitz. Um foco que se tornaria pequenino diante do público que a Blitz, ao longo da sua história, viria a conquistar.

Você está convidado a parar na Blitz com Evandro Mesquita. Confira o 3 por 4.

O que mudou no trabalho da banda e no trato com a carreira da Blitz da formação original dela e neste novo momento?

No começo eu queria que minha turma da praia curtisse nosso som. Era a eles que eu queria agradar. Pouca coisa que tocava nas rádios nós curtíamos e gravar um disco era uma coisa muito difícil e distante. Para segurar os músicos o sonho de gravar se tornou possível quando nasceu de dentro do meu grupo de teatro o Circo Voador e aí Conquistamos o bairro, a cidade, o país. Ano retrasado tocamos no Japão e foi emocionante, acabamos o show com todos chorando, parte do publico, produção e banda. É incrível como músicas compostas solitariamente há 30 anos  permanecem vivas até hoje e do outro lado do mundo. Nossa música atrai várias gerações e níveis sociais diferente. Acho que é o humor, a teatralidade e a poesia direta que faz as pessoas curtirem e ela não ficar datada. Estamos aí fazendo 30 anos dessa turnê sem fim! E o trato é sempre de muito amor e prazer de estar na estrada, viajando e fazendo shows.

Como explicar que músicas de sucesso do início da Blitz ainda hoje são muito pedidas pelo público?

Música boa não tem prazo de validade!

Que fórmula foi essa que deu certo?

Não tem formula. É incrível e emocionante ver no público a galera que acompanhou nossa história de perto e a garotada que descobriu a banda em internet ou nos discos dos pais e irmãos mais velhos. Eles comparecem e participam oxigenando nossos shows.

Você também fez carreira solo como cantor, em seguida retornou a Blitz. Como avalia a experiência da carreira solo e o que o trouxe para Blitz?

Eu sempre fui um cara e um artista de turma de rua, turma de praia, de time de futebol, de grupo de teatro e de banda gosto dessa troca de informações. No solo é um monólogo. Bateu saudades e comecei a tocar com meus grandes amigos que eram e são da banda, o Billy e o Juba. E a Claudia Niemeyer que tocava com a gente no underground, quando o Lobão era nosso baterista. Vimos que a força das canções e da banda estava intocável e melhor com a experiência da estrada.

O que você leva da televisão para música e da música para televisão?

Exercito a criatividade em sintonias e canais diferentes. Nossa música, além das nossas próprias histórias, os temas sempre foram teatrais, com personagens, cenários.

Qual o contexto de A Grande Família na carreira de Evandro Mesquita?

Um seriado que faço há oito anos com muito prazer, quase sempre.

Fazer humor em um programa que está há tantos anos no ar torna-se mais complicado?

Não. Nós sempre tentamos deixar viva a interpretação o que torna divertido e inesperado cada gravação.

Depois de seis décadas de vida, uma carreira estável, o que Evandro Mesquita planeja profissionalmente?

Muita música, muitos shows, arte e ócio.

Há críticas muito contundentes pela proliferação das músicas a partir da internet e, com isso, a queda na venda dos CDs. Qual a sua avaliação sobre isso?

As gravadoras dizem que o faturamento do digital é 48% do mercado. Esses novos caminhos são estimulantes e a garotada sabe bem fazer descobrir esses caminhos além da facilidade de gravar “em casa”.

O que esperar do show em Natal?

Um puta show!!!

Quais as novidades que virão com essa apresentação?

Um cenário com uma produção impecável e surpreendente, um repertorio com nossos “clássicos” e surpresas inusitadas. Além de um time pra Felipão nenhum botar defeito. Com Juba na batera, Billy nos teclados, Claudia no baixo, Rogerio Meanda na guitarra, Andréa Coutinho e Giovana Cursino.

Nesses 30 anos de Blitz qual foi o momento mais delicado da banda?

Acho que a gente passou por grandes momentos e muitos delicados. E isso ocorreu desde quando gravamos o primeiro disco e tivemos duas músicas censuradas. Aí no segundo disco também tivemos música censurada, mas escrevemos uma carta para Solange, que era a censora da época, e mostramos para ela que era importante aquele tipo de música porque era a linguagem de rua, era um documento histórico e ela liberou as músicas. Esse foi um momento delicado, quando a gente falava nas entrelinhas, sem mudar o discurso. Cantávamos no meio da ditadura.

E qual foi o grande momento da Blitz?

O grande momento da Blitz é agora. Foi o DVD maravilhoso que fizemos, em dezembro do ano passado, na praia de Ipanema, comemorando 30 anos de praia. Aliás, foi naquela praia que a banda nasceu. O show foi no Circo Voador e foi demais. Tinha muita coisa para dar errado (no show), previsão de chuva, gerador queimando, mas a galera compareceu e a banda estava super afiada, a gente conseguiu registrar músicas da nossa história, mostrar coisas novas e também cover. Esse foi um momento muito especial do que eu tenho muito orgulho.

Em que a marca Globo da qual é integrante o ator Evandro Mesquita agrega ao cantor Evandro Mesquita?

Em nada. É um trabalho completamente diferente. Na Blitz há um trabalho mais autoral, é mais minha, há 30 anos. Então eu tenho esse carinho especial. A Globo ela dá visibilidade para a gente que está na área. Mas os shows do público é diferente. Acho que o trabalho na Globo me acrescenta como artista, de fazer desafios, mas são canais de arte (o palco dos shows e o trabalho no programa Grande Família) diferentes.

Qual o desafio que se coloca para Blitz agora depois de 30 anos?

É essa continuidade, essa turnê sem fim, estar na estrada com prazer, com amigos, isso é o grande barato, é a grande procura, é um trabalho independente e te dar retorno. Você tem um time na mão e todo mundo joga junto.

Você se sente mais responsável pela Blitz do que os demais integrantes?

Eu sou o fundador da banda. Billy e Juga estão comigo nesses 30 anos, atravessamos mares, tempestades, calmarias, estamos resistindo. Claudinha tocava na época do underground, as meninas que entraram depois estão muito bem. Não estão (as integrantes posteriores ) tentando imitar o que a Blitz era, elas têm personalidade própria. A banda agora está com uma pegada super especial e a gente tem que tirar proveito disso e curtir. As pessoas se surpreendem com a sonoridade da banda, como está adaptada, presente e é isso.

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