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Na Austrália a bordo de uma van

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<<Dois no mundo>>

Karla Larissa – Especial para a Tribuna do Norte

Não existe jeito mais  aussie  (gíria para australiano) de conhecer a Austrália do que alugar uma campervan e viajar por aí. E foi exatamente isso que fizemos em nossos primeiros 15 dias no país, que é quase tão grande quanto o Brasil.

Percorremos mais de 2.200 km de Sydney, no sudeste, a Arlie Beach, nordeste. Quase a mesma distância de Natal a São Paulo. A nossa campervan era basicamente uma van adaptada, com mesinha que se transforma em cama, pia, frigobar, um fogão portátil de uma boca e alguns utensílios de cozinha. Mas há inúmeros modelos que se pode alugar, que vão desde os mais simples, como o nosso, até verdadeiras casas com rodas, como no caso, dos motorhomes.
Casal visitou Byron Bay que é o ponto mais oriental da Austrália continental, e que tem um farol como marco. Mas nesta época do ano, o frio é muito forte na região
O país todo está adaptado para esse tipo de transporte, então as rodovias são muito boas, há áreas de descanso a cada duas horas de viagem, com banheiro, mesinhas e algumas até com churrasqueiras e parquinhos.

Também são inúmeros os  campings ou  caravan parks, como são chamados os lugares onde se pode passar a noite, gratuitos ou privados. Alguns deles são verdadeiros clubes, com piscinas, área de lazer e quadras esportivas. E são frequentados por jovens, famílias e muitos idosos.

Aliás, na Austrália, os planos após a aposentadoria é comprar um  motorhome e viajar pelo país.

Em todo o percurso que fizemos, a maior parte dele pela  Pacific Highway, a paisagem é muito bonita e muitas cidades pelo caminho oferecem atrativos turísticos, então tivemos que escolher apenas algumas delas.

Sydney

Antes de chegarmos na Austrália, sempre que perguntávamos a alguém como era o país, recebíamos como resposta ‘caro, muito caro’.  A verdade é que a Austrália é um dos países mais caros do Mundo e  mochilar com orçamento apertado pode ser um desafio.
Sydney não encanta, mas agrada. Famosa pela Opera House (foto), tem também muitos parques
Mas em Sydney, maior e mais turística cidade da Austrália, encontramos várias opções de lazer gratuitas e conseguimos conhecer bem o destino.

Sydney não é uma cidade que encanta, mas agrada. Famosa pela Opera House, tem também muitos parques, alguns museus e galerias de arte, edifícios modernos e prédios históricos e, principalmente, praias bonitas.

A cidade é considerada multicultural por receber imigrantes de todo o mundo, mas a sensação é de que falta uma identidade. Lá, por exemplo, encontramse restaurantes de todo o mundo, inclusive, churrascarias brasileiras, menos de comida australiana.

 A cultura de Sydney é mais praiana. Mesmo no inverno, havia muitos surfistas nas praias, que são equipadas com mesinhas para piquiniques, churrascarreiras, banheiros e algumas têm até piscinas construídas dentro do mar. Mas curtir a praia na Austrália é bem diferente do Brasil. Nas praias não é permitido consumo de bebidas alcóolicas e nem vendedores ambulantes.

Também são proibidos jogos com bola e soltar pipa. Enfim, é estirar a toalha no chão e aproveitar o sol e o mar. De preferência, no verão.

Mas visitar as praias no inverno também tem suas vantagens, como ver as baleias, que nesse período fazem migração. Nós tivemos sorte e vimos algumas.

Cangurus e koalas são os perigos das estradas

Depois de Sydney, começamos a nossa viagem rumo ao norte por  Blue Mountains, região montanhosa a 60 km de Sydney, declarado Patrimônio Mundial. Um parque nacional gigantesco e belíssimo que tem como ponto alto as Três Irmãs, formação rochosa que ganhou esse nome devido uma lenda aborígena. Vimos e alimentamos cangurus que vivem dentro da área de um hospital psiquiátrico na cidade de Morisset. E koalas, vítimas de acidentes ou doentes, em tratamento no Koala Hospital, instituição que existe na cidade Port Macquarie, desde 1973.

Aliás, os cangurus e koalas, são o maior risco para os motoristas que viajam pelo litoral leste da Austrália. Por toda a rodovia vimos muitos animais atropelados. Por isso a recomendação é não dirigir durante a noite.
Os cangurus e koalas, são o maior risco para os motoristas que viajam pelo litoral leste. Por toda a rodovia vimos muitos animais atropelados e por isso é recomendado não dirigir à noite
Também visitamos belíssimas praias nas cidades de Port Stephens, Byron Bay (ponto mais oriental da Austrália continental, que tem um farol como marco), Suffers Paradise, na região de Gold Coast, que infelizmente devido ao frio do inverno australiano não podemos aproveitá-las melhor.

Fizemos paradas em  alguns parques com floresta tropical e grandes cachoeiras. E no curioso povoado hippie de Nimbin.

O vilarejo, com cerca de 400 moradores que vivem no melhor estilo paz e amor, é hoje um ponto turístico.

Nimbin, que ficou famosa por sediar o Festival de Aquário de 1973, quando atraiu hippies do mundo inteiro, tem lojas e casas coloridas, museu que conta a história da cidade e cafés.

E, claro, a apologia às drogas, especialmente a maconha, também é muito forte. Aliás, a cidade também é conhecida por sediar eventos que defendem a liberação da droga na Austrália.

A despeito disso, é interessante ver como os moradores de Nimbin se vestem e vivem como se ainda estivessem na década de 1970. Além da cidade estar em uma região montanhosa de beleza  incomum.

Região atrai quem procura emprego temporário

A medida que íamos subindo rumo ao nordeste do país, o frio diminuia. E aos poucos, trocamos os casacos mais pesados, que quase não foram suficientes para os quatro graus que pegamos em Morisset, por  roupas mais leves. Em Brisbane, o clima já estava mais agradável e paramos por alguns dias.

Brisbane tem um rio, alguns parques, uma praia artificial, uma roda gigante à la London Eye e não muito mais que isso. Mas na cidade tivemos uma experiência interessante, convivendo com jovens de todo mundo, que buscam na Austrália uma oportunidade de trabalho bem remunerado. Apesar de ser um país imenso, a população da Austrália é de cerca de 22 milhões de habitantes, pouco mais que a região metropolitana de São Paulo, que é de mais de 19 milhões de habitantes.

Por isso, sobram vagas de empregos que não exigem qualificação nem curso superior, que atraem jovens de toda parte do mundo, mas em especial da Europa, que tem mais facilidades para conseguir o visto.  Trabalhando nas cidades, esses jovens chegam a ganhar 700 dólares por semana e, algumas vezes, ainda mais, trabalhando em fazendas. Mas como o custo de vida no país é muito alto, a maioria deles acaba morando por temporada em hostels ou dividindo apartamentos. A maior parte tem entre 20 e 30 anos e junta o dinheiro conquistado na Austrália para viajar por outros países, principalmente, no Sudeste Asiático. E também aproveita a oportunidade de morar em outro país para aprimorar o inglês.

Alguns conseguem fazer um bom dinheiro, trabalhando mais de um turno, outros voltam para casa antes do planejado, e alguns passam por dificuldades antes de encontrar um trabalho.

De Brisbane seguimos por mais dois dias de viagem até chegarmos a Arlie Beach, na região de Whitsundays, onde estão algumas das praias mais bonitas do país,  e um dos pontos de partida para a Grande Barreira de Corais Australiana. Daqui, embarcaremos para três dias de velejo pelas ilhas de Whitsundays e mergulho na barreira de corais. Em seguida, viajaremos, desta vez de avião, para Melbourne no extremo sul da Austrália.

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