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Na cidade vermelha

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Há coisas que só acontecem mesmo em Brasília, o país inteiro está “canso” de saber. Tanto assim que a galera não dá muita importância aos vexames de lá, apesar das manchetes de todos os dias. Mas na madrugada de ontem aconteceu uma coisa em Brasília que deve ter encantando aos que viram a foto do eclipse lunar, apelidado de “lua vermelha”, pelos céus brasilenses. Um fotógrafo, que não consegui pegar o nome, pegou a lua passeando por traz da estátua de Juscelino Kubistchek,  dominando o Memorial JK (projeto de Oscar Niemeyer), e deu o clique. A impressão que se tem, vendo a foto, é de que o nosso satélite está preso à mão direita levantada de JK ou acariciado pelo mineiro e seresteiro de Diamantina A foto estampada nas capas de alguns jornais me encantou. Foi um instante significativo do eclipse lunar, a lua já pendendo para o poente, num alinhamento com o sol e a terra.

Por estes céus natalense não consegui ver a lua vermelha, apesar do convite de Alex Nascimento para pastorá-la na Bela Napoli, que devia acontecer pelas duas e meia, três horas da madrugada calorenta. O sono me pegou antes de terminar a novela das nove e quando acordei o sol já clareava as ruas tristes e sujas do Barro Vermelho. Só deu tempo para mais uma caminhada até os limites do Alecrim. Lá em cima, a lua era apenas um desenho, sem luz e sem cor. Pendia pras bandas de Igapó, do outro lado do rio. Descampando também de nuvens, nada que sinalizasse uma chuva agresteira. Só fui ver a lua vermelha na internet e na tevê.

Na internet fiquei sabendo também que o deputado André Vargas, PT roxo do Paraná, vice-presidente da Câmara Federal e envolvido nos escândalos da Petrobras, renunciaria ontem ao seu mandato. Aí fui parar na coluna de Josias de Souza, que conta com detalhes precisos essa história:

“Se Deus intimasse o PT a optar entre sua antiga cúpula que cumpre pena no sistema carcerário de Brasília e a humanidade, o partido daria uma resposta instantânea: “Morra a humanidade”. O deputado André Vargas (PT-PR) achou que seria beneficiário dessa mesma solidariedade fulminante e incondicional. Descobriu que pertence a um grupo de amigos 100% feito de inimigos.

Após resistir por vários dias, André Vargas renunciará ao mandato de deputado federal nesta terça-feira (15). “Não tem saída”, disse ele à repórter Natuza Nery “Vão continuar me sangrando até quando?” Empurrado para fora do palco pelo PT, o deputado ainda poupa a tribo. Atribui a renúncia ao desejo de preservar a família. Lorota.

André Vargas vai da sala de visitas para o quartinho de despejos para evitar que sua sangria política prejudique as candidaturas de Dilma Rousseff no plano federal e de Alexandre Padilha no Estado de São Paulo. Internamente, o PT diferencia Vargas dos mensaleiros.

Alega-se que Vargas achegou-se ao doleiro Alberto Youssef em beneficio próprio. E os mensaleiros relacionaram-se com Marcos Valério em missão partidária. É como se uma seita religiosa informasse que não se responsabilizava pelos desvios de conduta de seus pregadores, exceto quando o crime for cometido em benefício da congregação.”

Chuva
Por estes dias da semana santa a chuva vai perdendo de intensidade. Onde ela cai com mais força continua sendo no Oeste e no Seridó, mas alcançando menor número de municípios.

No boletim da Emparn as melhores chuvas do Oeste foram em Felipe Guerra, 38 milímetros, Campo Grande, 28, Jucurutu, 26, Paraú, 15, São Rafael, 14. No Seridó: Florânia (Jucuri), 42, Santana do Matos, 16.

Macacão
Mestre Gaspar gostou de ver, na televisão, a presidente Dilma Rousseff vestida num macacão da Petrobras, amarelo ouro velho, em solenidade de lançamento de um navio nos arredores de Recife. Na sua opinião a presidente fica mais elegante e até mais simpática, mais doce (com todo o respeito) Bem mais do que é.

Ditadura
Um dos destaques da programação de hoje da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que se realiza em Brasília, é a palestra do jornalista e analista político Carlos Chagas sobre o tema “Disputas e contradições dentro do poder”, seguida do lançamento do seu livro “A ditadura miliar e os golpes dentro do golpe: 1964/1969”.

Ano de chumbo
Amanhã a Bienal de Brasília continua com o seu tema “O golpe, a ditadura e o Brasil: 50 anos”, juntando numa mesa o poeta amazonense Thiago de Mello e o escritor baiano Antônio Torres (empossado semana passada como novo imortal da Academia Brasileira de Letras). Vão falar sobre “A produção literária nos anos de chumbo”.

Inflação
Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:

– Estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio), que será divulgado hoje (ontem), mostra que o otimismo das famílias segue em deterioração. O resultado da pesquisa ICF (Intenção de Consumo das Famílias) deste mês recuou 0,3%, comparada com março passado, e caiu 4,1%, comparada com abril de 2013.

– A tendência de queda, segundo a pesquisa, foi influenciada pela pressão inflacionária contínua e pelo recente aumento da Selic, que torna o acesso ao crédito mais difícil. O índice está no menor patamar desde agosto de 2013.

Letras
O cronista e escritor Nelson Patriota está nas páginas do “Correio das Artes”, o suplemento literário do jornal “A União”, de João Pessoa. O seu “Livro das Odes”, publicado em 2013, é o mote da crítica do poeta e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho. Às folhas tantas, Hildeberto falou e disse:

“Creio que as odes de Nelson Patriota, que também é contista, tradutor e ensaísta, intentam uma resposta sutil e determinada, pois apostam na palavra e apostam no verso enquanto elementos essenciais do poema, integrando, assim, a rica tradição poética do Rio Grande do Norte. Tradição a que pertencem, entre outros, Zila Mamede, Luís Carlos Guimarães, Jarbas Martins, Sanderson Negreiros, Diva Cunha e Marize Castro.

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