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Na fantasia dos finais felizes

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Yuno Silva
Repórter

A fantasia do casamento  perfeito merece reflexão – e boas risadas – na comédia “E foram quase felizes para sempre”, monólogo que a atriz Heloísa Périssé apresenta este sábado (18) em Natal, às 21h30, no Teatro Riachuelo. Heloísa, que também é autora do texto, se desdobra em 15 personagens para contar as desventuras de uma mulher moderna, independente, que trabalha fora e enfrenta (com humor) a própria separação. O espetáculo é quase um stand up, e ganha ares de desabafo na medida que a plateia também se envolve e se identifica com a protagonista.
Vivendo 15 personagens no palco, atriz e escritora Heloísa Perissé  propõe reflexão sobre relacionamentos amorosos, com direito a boas risadas
Em cena a atriz vive Letícia Amado, autora do guia “Cantinho pra Dois” (fictício, obviamente!). Obsecada pelo novo projeto editorial, a escritora passa mais de um ano viajando para os melhores lugares do mundo afim de traçar um roteiro com os destinos mais indicados para se aproveitar uma lua de mel inesquecível – ela só esqueceu de avisar o agora ex-marido Paulo Vítor, que cansado das ausências frequentes da esposa parte para outra. Ou seja, por ironia do destino a autora não poderá desfrutar do próprio roteiro romântico que lhe custou o casamento.

Apesar do tema ser um tanto clichê, “é possível ver o público rindo de si mesmo”, disse a atriz por telefone em entrevista exclusiva ao VIVER, concedida no intervalo de gravações para a novela Boogie Oogie (TV Globo) onde ela vive a recatada Beatriz.

“E foram quase felizes para sempre” se passa na noite de lançamento do livro/guia, onde a série de eventos contados em flashback para a plateia é desencadeado quando a escritora percebe na fila de autógrafos o ex beijando a nova namorada; motivo mais que suficiente para a protagonista contar histórias sobre seus pais, sua psicóloga, o ex-marido e de como chegou até ali sem enlouquecer. A identificação imediata do público com a comédia vem a reboque das reflexões defendidas por Heloísa Périssé no palco, onde ela fala sobre relacionamentos, trabalho e problemas cotidianos, colocando em xeque a instituição do matrimônio a partir de uma visão sem ingenuidade e sem amargura.

“Nosso (dela e da diretora Suzana Garcia) é promover, com humor, uma identificação direta ao apresentar diferentes pontos de vista sobre um relacionamento, questão que, pelo menos em algum momento da vida, atinge a todos, independente de cor, raça ou classe social”, frisou Heloísa, famosa por papéis em humorísticos na tevê.

Esta não é a primeira vez que a atriz se aventura em escrever uma peça de teatro, mas é seu primeiro monólogo. “E foram quase felizes para sempre” estreou em julho de 2013, após Heloísa Périssé permanecer em cartaz por mais de dez anos com a comédia “Cócegas”, ao lado da parceira e co-autora Ingrid Guimarães.

Heloísa, esse seu novo espetáculo pode ser considerado um show de stand up comedy?
Li algumas críticas falando nisso, e talvez chamem assim por não ter um super cenário e muito figurino. Tenho duas cadeiras e um banco no palco, suficientes para contar histórias. O tom da peça é como se estivesse me abrindo com meus amigos, as pessoas na plateia são meus melhores amigos.

E a interação com o público?
Não, essa relação se dá mais no campo da identificação: as pessoas se olham, se cutucam, riem. Afinal quem não conhece um casal com aquele histórico de ‘vai e vem’, que quando separa mete o malho no ex-companheiro(a) para os amigos? Aqueles casais que sofrem, se descabelam, botam lenha na fogueira e depois voltam? Separar é tão ou mais difícil que viver junto, tem relacionamento que se transforma em vício. No espetáculo falo de tudo isso de uma maneira natural e bem humorada.

O monólogo não deixa de ser um conto de fadas moderno, você acredita em finais felizes?
O final feliz é diário, e não algo estático que se conquista e depois se guarda na estante. Tem que haver um cuidado permanente, fazer as escolhas certas do que privilegiar, do que falar. Não há uma fórmula pronta nem infalível. (A atriz é casada há 11 anos com o diretor Mauro Farias, da TV Globo, com quem tem uma filha de seis anos. Mauro dirigiu a esposa no humorístico “So nova direção e no filme “O diário de Tati”)

Você vive uma personagem (Beatriz) recatada e séria na novela Boogie Oogie, bem distante da comédia. Como tem sido a experiência?
O público tem recebido muito bem e tenho recebido muitos elogios, uma surpresa! Não que não seja capaz de fazer drama, mas é que sempre estive vinculada ao humor. O núcleo do qual faço parte também ajuda muito (Daniel Dantas e Isis Valverde).

Você acabou de renovar contrato com a Globo para atuar como atriz e como roteirista. Algum projeto novo em desenvolvimento?
Já escrevia roteiros para a Globo, e agora estou começando a desenvolver um projeto com o Bruno Mazzeo para a TV aberta. Vamos ver no que vai dar.

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