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Na metade do ano

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Findando junho chega-se à metade do ano, a ladeira agora começando a descida. O Brasil volta ao reino da mandioca e a seleção da CBF, dirigida pelo “afrodescendente” Dunga,  está fora da Copa da América desclassificada pelo Paraguai, treinado por um argentino. O futebol brasileiro, medíocre, é o retrato exato do momento politico que vive o país. Finda junho com o ABC Futebol Clube chegando aos cem anos, fundado em 1915, no dia de São Pedro,  no  sítio de Avelino Alves Freire,  casarão que   ficava nos fundos do então Teatro Carlos Gomes. Um ano antes, nas mesmas vizinhanças,  havia sido fundada a Escola Doméstica de Natal, olhando para a Praça Augusto Severo. Velha Ribeira de tantas glórias e muito abandono.

Junho finda com uma boa prenda. Sai mais um número, o 43, da revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, bem cuidada pelos editores Manoel Onofre Jr. e Thiago Gonzaga. Vou folheando suas páginas, 160, numa leitura por cima, constatando ensaístas, contistas, poetas, acadêmicos e não acadêmicos. O time feminino está bem representado: Diva Cunha, Clotilde Tavares, Sônia Maria Fernandes Faustino, Leide Câmara, Maria Maria Gomes, Tânia Lima, Maria Juliana Gonçalves da Silva, Evane Longo. Marize Castro não está, mas a sua poesia é mote de um ensaio crítico de Hildeberto Barbosa Filho, poeta e crítico literário paraibano.

Diva Cunha faz um passeio pela cidade de Natal, percorrendo seus bairros, seguindo um roteiro poético de Palmyra Wanderley. Clotilde Tavares mergulha na Província Submersa de Octacílio Alecrim e Leide Câmara faz um retrato três por quatro de Ademilde Fonseca, a Rainha do Chorinho. Maria Juliana Gonçalves da Silva,  remexendo nos jornais de antigamente, se depara  com as “brigas dos intelectuais potiguares”, um querendo puxar o tapete do outro.  Cascudo está nesse terreiro.

Na outra margem da calçada, pelo time masculino, estão o padre João Medeiros Filho, Diógenes da Cunha Lima, Jurandyr Navarro, Helder Heronildes, Paulo de Tarso Correia de Melo,

Valério Mesquita,  Manoel Onofre Jr.,  Carlos Roberto de Miranda Gomes, Benedito Vasconcelos Mendes, todos imortais. Ao lado deles, Gustavo Sobral, David de Medeiros Leite, Marcel Lúcio Matias Ribeiro, Francisco Martins, Thiago Gonzaga, José de Castro, poetas, escritores, editores.

Valério Mesquita escreve sobre Gilberto Avelino e Alvamar Furtado;  Gustavo Sobral traz um ensaio sobre Newton Navarro e Diógenes da Cunha descobre as flores de Luís da Câmara Cascudo. Benedito Vasconcelos Mendes, que também é do ramo,  vai passeando pelos sabores das queijarias sertanejas. Mote do artigo do padre Joao Medeiros Filho: “Deus e Jesus Cristo, Médicos dos Médicos”. As memórias do menino David Leite vão até  ao cinema Pax de Mossoró. A crônica de Helder Heronildes  fala sobre a “divina beleza da mulher” e Carlos Gomes escreve sobre a Casa do Estudante do Rio Grande do Norte. Jurandyr Navarro homenageia o Memorial da Assembleia Legislativa e Manoel Onofre Jr. lembra seus professores da Faculdade de Direito  de Natal.

A revista publica também um conto inédito de Newton Navarro, “Na Estrada”,  escrito em 1965, e descoberto por Gustavo Cabral que anda pesquisando a vida e a obra do pintor, poeta, cronista e contista. Ainda na edição o necrológio da acadêmica Ana Maria Cascudo Barreto escrito por Sônia Maria Fernandes Faustino e lido na ANL.

Junho finda com algumas chuvas. Um ano difícil.

Política
Do artigo de Marta Suplicy, senadora, ex-ministra de Turismo (governo Lula) e  da Cultura (governo Dilma),  ex-PT, publicado na Folha de S. Paulo, sexta-feira, 26,  com o titulo “Brasil sem rumo”:

– Degringolou. Quem leu as notícias desta semana percebeu que a forma como a economia descarrilhou não tem mais “Judas” ou Cristo que dê jeito. A fala de credibilidade da presidente, a desmoralização das lideranças do PT e do governo se  consolidou e a tragédia econômica para os brasileiros é real.

– Que o Brasil estava em dificuldades já se percebia antes das eleições. O que ninguém esperava era esse mergulho, sem freio, e a aceleração irresponsável na escuridão da recessão.

– O Ipea aponta que estamos no pior momento da economia nos últimos anos. Não se sabe quando sairemos do atoleiro no qual a presidente Dilma nos colocou. “Os volumes mortos”, como diz Lula, podem se abraçar e admirar a obra.

Petrobrás 
Está nas capas dos principais jornais e nas vitrines das redes sociais: “A Petrobrás oficializa a redução de 37% nos investimentos nos próximos 4 anos”.
Mossoró e seus arredores que se cuidem, dizia ontem o mestre Gaspar ao  pé do rádio do Cova da Onça.

Livro 
Anote em sua agenda: sexta-feira, 3 de julho, coisa das 18 horas, no pátio da Reitoria da UFRN, haverá o lançamento do livro de Tarcísio Gurgel, “Inventário do Possível”.

Velhas Oiticicas
Amanhã, primeiro de julho, a partir das 18 horas, na sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, tem  o lançamento do CD “Pery Lamartine: Velhas Oiticicas” reunindo canções compostas   pelo escritor e gravado no estúdio de Tauffic.
As músicas são impetradas por Lúcia Lira, Roberto Lima e Fernando Botelho (violão). A capa do CD é criação de Gustavo Lamartine.

Camarão

Tem Festival de Camarão acontecendo dia 4, primeiro sábado de julho, no Clube dos Radioamadores, começando ás 13 horas. É uma parceria do mestre Temístocles (que sabe das coisas derna dos tempos do Kasarão) com o Restaurante Camarões, dois templos da legítima gastronomia Papa jerimum.

Vai ter  música ao  vivo esticando até ás 22 horas. 

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