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“Não basta ter só um plano diretor, precisa aplicá-lo”

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» Maria Cristina de Morais, arquiteta, representante da UFRN no Conselho Municipal de Planejamento

Que desafios o gestor terá?

Quando se fala em transporte, tem que pensar como uma questão sistêmica. Como é a circulação dentro de uma cidade. E ai tem que olhar tudo. Tem que olhar o uso e ocupação do solo. Você pega um corredor como a engenheiro Roberto Freire e não tem um planejamento de uso. O poder público vai autorizando empreendimentos e equipamentos de comércio e serviços, sem prever estacionamentos e sem observar o impacto disso no trânsito. Hoje, tem pensar o circular na cidade. O gestor não pensa a questão do transporte na sua totalidade, que vai desde o uso e ocupação do solo, do sistema viário existente e necessário, e quais os tipos de veículos que estão circulando e tendo prioridade dentro de uma política. Por isso trafegar em Natal está cada vez mais difícil.

A senhor acredita que falta regulamentação no setor?

 Não. Pelo contrário. Hoje, a região metropolitana de Natal tem um plano diretor de transporte. Mas ele continua sendo, no contexto do planejamento urbano, uma questão crucial. Não temos problema de falta de legislação. O que a gente pode dizer é que não basta ter só um plano diretor, precisa aplicá-lo. Hoje, a aplicação de nossa legislação deixa a desejar.

Que prioridades a senhora elencaria?

Ele não pode pensar pontualmente, por se pensar assim, ele melhora um ponto, mas  acirra outros problemas. Ele tem que pensar o circular dentro de Natal, de uma forma integrada. Ao pensar em transporte, tem que pensar em como circular, qual a mobilidade urbana que nós temos, pensando o pedestre, a circulação via rodas, o transporte de cargas e serviços, que são necessários, e o transporte coletivo, que deve ser de excelente qualidade e que faça com que a população se estimule para sair de casa para o trabalho de ônibus. Hoje, não se tem um transporte urbano eficiente de boa qualidade que desestimule o uso do veículo individual, que poderia ser usado nos finais de semana, para ir ao supermercado. Outra coisa é a questão da motos. Não se pensa uma política que adeque a malha viária a esse transporte. A mesma coisa é no caso da ciclovia. Natal não tem nenhuma. Outro elemento que ninguém pensa é o pedestre. Ele não precisa só de passarelas, faixas, mas de calçadas, e em Natal não tem um passeio público onde seja possível caminhar sem obstáculos. Os gestores precisam entender que a cidade é um espaço urbano e tem que ser pensado como tal para dar qualidade de vida à população.

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